Luanda - “O ser fiel é uma questão de consciência.” O fazer bem ou mal também é uma questão de consciência. Se caminharmos um pouco em terrenos bíblicos entenderemos as coisas noutras vertentes: “ Quem porém, cometer adultério, está louco: perde sua vida quem faz tal coisa; Proverb‐6,32. Outra questão que se coloca é a seguinte: Quem é o adúltero? Segundo o acordo ortográfico de Língua Portuguesa da Porto Editora edição on‐line, adúltero é todo aquele que viola a fidelidade conjugal (do latim adulterum ‐, «idem».) Já o infiel, tendo em consideração a definição trazida pelo mesmo dicionário supracitado, acarreta um bom fardo de vocábulos mal‐amados entre os quais “aquele que não cumpre o compromisso de monogamia assumido com cônjuge, companheiro(a) ou namorado(a). Com isto ficamos bem mais esclarecidos de que nem todo o infiel é adúltero mas todo adúltero é infiel, com certeza.

Fonte: Club-k.net

Nos dias de hoje nos deparamos, vivenciamos, ouvimos e confrontamos factos de que todo aquele que crê na Bíblia e em tudo que nela está escrito chamaria de apocalipse, o chamado cataclismo, desgraça. Confrontando‐se com a nossa cultura e regime monogâmico, homens existem, que não obstante estarem casados ou comprometidos, afirmam não conseguirem manter relacionamento apenas com uma mulher, pelo facto de que poderiam atingir a monotonia e que problemas “as vezes” alimentam os relacionamentos; é como viver na terra sem problemas... Pessoas com coragem! Justificações absurdas são usadas para alimentar este imbróglio: “Experimenta comer peixe todos os dias e vais ver”. Se calhar criatividade de como comer o peixe de forma saudável e divertida é que está em falta.


Homens existem que apostam mais nas segundas relações do que na primeira (porque dizem que segunda mulher faz o que a primeira não faz): Compram carros, pagam viagens e Universidade, assumem aluguel de imóveis, pagam colégio e creche dos enteados. São estes que não permitem serem traídos, os mesmos que fazem (pelo menos que fizessem com sigilo) e não aceitam que os fazem. Uma miscelânea de loucos sociais com objectivos diferentes e muitos deles bem definidos. Cuidado com o homem traído. 


Há quem diga que “o fruto proibido é o mais apetitoso, a laranja do pomar alheio é sempre a mais saborosa, a relva do vizinho é sempre mais verde que a minha...” , só pra dizer que o que é do outro é sempre mais apetitoso mas, temos de ter em mente que há apetites que não valem uma vida. A nossa sociedade está insana. Vive um maremoto de amores frustrados e mal resolvidos equacionados com os problemas do nosso quotidiano (desemprego, falta de amor próprio) que levam a destruição de famílias. No meu artigo publicado neste mesmo site sobre “Pais analógicos vs filhos digitais (Um confronto de gerações), deixei bem claro sobre a missão que sociólogos e psicólogos têm e terão ainda mais. Perdemos o amor pela vida alheia. O nosso egocentrismo está activado a 200% que num ápice perdemos a capacidade de reflexão e acabamos por agir emocionalmente e de forma irracional. Nosso país vive um processo de restruturação em várias vertentes, umas áreas mais avançadas que as outras mas que com o tempo acredito que haverá equidade.

Raramente ouviu‐se ou nos apercebemos de casos de amores frustrados resolvidos com homicídios e suicídios no período de confrontos armados. Agora que o país caminha devagar e bem (porque as coisas não acontecem de um dia para o outro) para a paz que sempre almejamos é que tais casos de amores traídos e mal terminados culminam em desastres. Acho que é caso de se dizer que a paz e a boa vida fazem mal a muita gente. Júlio Auckay disse: “Quanto maior for a loucura de amar mais fácil é o caminho da frustração ou quanto menor for o respeito mais difícil à compreensão.” Não creio eu que nos dias de hoje, com tanta informação que se tem, exista justificação consumível e aceite socialmente para absorver a vida a alguém por culpa de um amor frustrado. Vamos amar mais o próximo. Vamos nos manter fiéis a vida.

Os traídos estão a matar ao traidor e sua concubina. Fica muito mal no dia do velório as pessoas estarem a comentar: “Morreu porque comeu comida alheia”. Famílias ficam desagregadas, filhos sem pais e outros níveis de parentescos simplesmente porque a tal fidelidade que só vive no dicionário não é uma realidade nos nossos dias e nas nossas vidas. Que fique bem claro que isto não é um apontar de dedo.
Reflictamos!

Edson Nuno a.k.a Edy Lobo, Licenciado em Língua e Literatura Inglesa