Luanda - O presidente do conselho de administração da Sonangol previu esta semana a auto-suficiência de Angola em gasolina e gasóleo a partir de 2017, com a entrada em funcionamento da nova refinaria do Soyo, cuja construção foi lançada terça-feira.

Fonte: Lusa

Em causa está uma obra adjudicada a duas construtoras chinesas, a concluir em 26 meses e que vai ocupar uma área superior a 220 hectares, precisamente numa zona (província do Zaire) fortemente produtora de crude em Angola.

 

"Com a conclusão deste projecto e a refinaria de Luanda, esperamos reduzir por completo as importações dos principais produtos, a começar pelo gasóleo, cujo défice é muito elevado, e também da gasolina", explicou o presidente do conselho de administração da Sociedade Nacional de Combustíveis de Angola (Sonangol), Francisco de Lemos José Maria.

 

A agência Lusa noticiou a 12 maio passado que Angola, que é o segundo maior produtor de petróleo da África subsaariana, teve de importar cerca de 40 por cento das necessidades de produtos derivados, como gasolina e gasóleo, no primeiro trimestre do ano, devido à reduzida capacidade de refinação do país.

 

Os dados constam de um relatório do Ministério dos Petróleos, sobre o setor nacional do petróleo e gás, apontando que nos três primeiros meses do ano foram vendidas em Angola 2.893,25 mil toneladas de produtos refinados de petróleo.

 

Em contraponto, no mesmo período, e "de modo a suportar a procura de refinados de petróleo no país", Angola importou 1.175,3 mil toneladas destes combustíveis. Desta quantidade, cerca de 72% foi referente a gasóleo, para comercialização interna.

 

Entre janeiro e março, a refinaria de Luanda processou 574,4 mil toneladas de petróleo bruto, cerca de um quinto das necessidades do país.

 

As importações de combustível por Angola até aparentam estar em queda, depois de os sucessivos aumentos que o Governo tem vindo a provocar, ao reduzir os subsídios, tendo em conta que segundo um relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI) esse peso representou 82% em 2013.

 

A atual refinaria nacional, nos arredores de Luanda, foi construída em 1955 e opera a cerca de 70%, sendo, segundo o mesmo relatório do FMI, que analisou o setor dos combustíveis em Angola, "bastante ineficiente" e com custos de produção que "superam, em geral, os dos combustíveis importados".