Benguela - Três directores provinciais abandonaram o executivo. Trata-se de Pedro Garcia, então responsável dos Desportos, José Valongo, dos Transportes, e Maria Alice, da Hotelaria e Turismo. Alguns por razões pouco claras, outros a seu pedido. Entretanto, circulam nos meios locais informações dando conta de que muitos estarão a abandonar o executivo de Dos Anjos, devido à maneira frontal como o actual governador se dirige aos mesmos.

Fonte: O País
Entretanto, uma fonte deste jornal avançou que Jorge Dambi, director do MAPESS, manifestou igualmente o interesse de abandonar o cargo devido ao tempo de serviço.

Segundo uma outra fonte, o que está na base é o facto de Isaac dos Anjos corrigir e chamar a atenção aos directores provinciais de forma “pouco urbana”. “O governador, às vezes, tem aí umas atitudes que só ele entende. Ele não se importa, tudo que lhe vem à cabeça diz e não quer saber se vai ferir ou não as pessoas. Por exemplo, numa actividade do partido há tempos, ele fez aí umas declarações que alguns membros do partido não gostaram. A vantagem dele é que tem costas largas lá em cima (Luanda), porque, caso contrário, podes crer, que já não estaria em Benguela”, desabafou a fonte.

A fonte reprova, igualmente, a publicação de um despacho do mesmo em que sancionava disciplinarmente o director do Urbanismo, Elmano Inácio, devido a um alegado incumprimento de uma tarefa.

Uma outra fonte ligada ao governo provincial, disse que estas “desistências” nada têm a ver com as acções do governador, é que se alguns directores resolveram sair é porque estavam há muito tempo ao serviço e acharam que deviam dar espaço aos jovens, ou seja, partiram para a reforma. “Essas falácias não passam de especulações, porque não condizem com a verdade, porque, se você contactar essas pessoas, te vão dizer a mesma coisa”, disse.

Um ponto positivo, segundo a fonte, é que os governantes vão ganhando cultura, sem pressão nenhuma, de deixaram os lugares à disposição, a fim de que seja injectado sangue novo no aparelho governativo.

Contactada por esse jornal, a ex-directora da Hotelaria e Turismo, Maria Alice Cabral, refutou tais ideias e considerou-as de infundadas, uma vez que, para o seu caso particular, já tinha feito o pedido de exoneração desde o tempo do executivo do general Armando da Cruz Neto. “Só que o que aconteceu é que o general estava de saída e entrou um novo governador. E assim que ele assumiu as funções, vou à uma audiência com ele e falei-lhe do pedido da minha exoneração e ele disse-me: “Ainda é cedo e estou a chegar agora, vamos esperar. E também é preciso arranjar um substituto.

Também não havia alguém para me substituir, por isso as pessoas falam demais”, disse.

O jornal OPAIS procurou contactar o governador, mas até ao fecho desta edição, ele estava ausente da província de Benguela, segundo fontes do governo. Os nossos esforços em contactar outros dos directores demissionários redundaram em fracasso.