A maioria, adianta a geóloga ao DN, está já no território e enfrenta, com optimismo, os obstáculos que vão surgindo. "As coisas estão a mudar e penso que tudo será mais fácil num futuro próximo." E, mesmo em tempos de recessão internacional, os números parecem confirmá-lo.

A economia angolana tem crescido a um ritmo ímpar. No ano passado, o produto interno bruto subiu 15,6% e para este ano, apesar do abrandamento, a estimativa do FMI aponta para 13,3%, podendo, contudo, ser inferior. Goreth demorou nove meses a encontrar trabalho, mas hoje é técnica superior de Pesquisa e Rede na Sonangol.

O salário "dá para viver" numa cidade onde os preços dos bens estão infeccionados. Continua em casa dos pais e não enfrenta, por isso, aquela que é considerada a maior dor de cabeça: a habitação. Luanda rebenta pelas costuras. Ao longo de anos, recebeu os que fugiam à guerra, agora acolhe quem quer uma vida melhor e existe um desequilíbrio acentuado entre procura e oferta no sector imobiliário, o que faz disparar as rendas.

E como reagem os angolanos que sempre viveram no país a quem chega do estrangeiro, mesmo que seja nacional? Marilene Lucas, licenciada em Ciências Agrárias, admite que já ouviu relatos de problemas sentidos por amigos formados no exterior mas garante que nunca foi alvo desses ataques. Dificuldades, afirma, enfrentou quando começou a trabalhar em Portugal e os colegas se recusavam a aceitá-la como quadro superior.

Fonte: DN