Benguela - A recente visita da delegação presidencial angolana à China, não obstante ao propagandismo da imprensa pública e dos analistas de ocasião para clarividência/victória/vantagens dos protocolos e acordos, parece que não surtiram os efeitos desejados. É “generalizada a incredulidade e o argumento que o país foi vendido”.

Fonte: Club-k.net

Este sentimento de cepticismo quando ao futuro de todos nós, talvez seja resultado da “distribuição equitativa e lapidação restrita” do primeiro financiamento do oriente, que apesar das várias infraestruturas erguidas e que hoje são orgulhos dos discursos oficiais, trouxe também uma onda de “processos-crimes miúdos” sobretudo aos gestores públicos, fora de Luanda que viram o martelo da justiça. Enquanto, a alto nível do aparelho do Estado quase todo mundo saiu ileso da chuva de dinheiro. Devíamos fazer um estudo independente sobre o fenómeno, porque há contradição, os dados oficiais apresentam contas certíssimas e “os olhos do povo” não.

A perplexidade do fundo chines não será no empréstimo em si mesmo, pois que, há “unanimidade” que o país necessita de dinheiro. Porém, o banquete que houve no primeiro financiamento reforça a dúvida, até porque falou-se sem nunca ter havido um desmentido público que o dinheiro do oriente abanou a inteligência e a segurança, houve perseguições, cadeias e mais e mais aos que ousaram denunciar os usos e abusos da bandeja.

Por outro lado, os enteados do poder não estiveram nas bancadas, entraram no esquema ao seu nível e facturaram também. Lembram-se da “descentralização financeira” municipal de USD 5 milhões? Qual foi a ideia?

As fontes de enriquecimento, os ricos e os grandes empresários (alguns até antes vendiam na rua) depois do apoio financeiro que a China nos concedeu multiplicaram-se, os negócios abriram-se, e a promiscuidade entre públicos e privados coabitaram com a “legalidade” aos olhos e aos ouvidos de quem dissera um dia que tinha a intenção de o combater.

O novo empréstimo chines é “bem-vindo” desde que o discurso oficial não seja uma falácia, pois devemos corrigir os erros grassos e grosseiros que cometemos (obras descartáveis, negócio escuros…).E não cairmos na onda e moda de que Ocidente nada pode gritar, pois quando precisamos de apoio deram-nos às costas, ignoraram à nossa conferência de doadores, talvez foi bom não nos terem dado dinheiro algum. Porquanto, o nosso maior problema é a transparência pública e não transparência nos relatórios, contas e balanços. Pois, que o momento exige prudência e consciência colectiva.

Dinheiro chines sim, mas nova colónia não!