Luanda - A economia se move em ondas. Como dizia alguém: Tempo das vacas gordas e tempo das vacas magras. Infelizmente Angola não conseguiu manter a estabilidade financeira que detinha por muito tempo e a baixa do preço do petróleo no mercado internacional veio demostrar a vulnerabilidade da nossa economia.

Fonte: Club-k.net

A economia nacional vive tempos difíceis, e estes tempos difíceis, exigem certamente respostas diferentes da que o Governo tomou nos últimos 10 anos.

Diz o velho ditado: Não se pode cometer um erro duas vezes. A má aplicação feita ao empréstimo Chines nos últimos 10 anos, deve merecer por parte de todos os Angolanos e do Governo em particular reflexões sobre a utilização de recursos públicos, porque, a maior eficiência dos gastos publico é uma condição necessária para que Angola cresça mais e distribuía melhor, isto é, menor desigualdade, mais oportunidades de trabalho, e um aumento da esperança de vida.

Temos que definir bem as nossas prioridade, porque quando tudo é prioritário, nada é prioritário. Novos tempos exigem novos desafios. É preciso que o Estado dê mais oportunidade as pessoas e as empresas, com mais espaço para iniciativa, para o mérito e promover a abertura e concorrência em todos os sectores. É necessário que no quadro da diversificação da economia nacional, o País valorize as suas vantagens comparativas e melhore as suas vantagens competitivas, onde o investimento deve ser o elemento central. Temos de realizar apostas estratégicas, apoiando prioritariamente as atividades de maior sustentabilidade, produtividade e competitividade.

Pensar em novos desafios, em pensar numa economia moderna e desenvolvida que requer a combinação equilibrada entre o mercado, como instrumento principal de coordenação e organização dos fatores produtivos, o Estado, como representação e organização política e institucional da sociedade, e a iniciativa cooperativa dos cidadãos livre e voluntariamente associados em múltiplas formas de ação, para promoção de interesses comuns. O papel do mercado deve ser valorizado, designadamente nas funções que pode cumprir melhor do que os modos alternativos de afectação de recursos. Mas o seu pleno aproveitamento requer instituições fortes, capazes de agir estrategicamente e garantir a estabilidade e o domínio do tempo longo exigidos pelas transformações sociais qualificantes.

Novos tempos exige do Estado o uso racional do dinheiro que recebem dos contribuintes ,que lhes é entregue a título de impostos ou outras contribuições fiscais. Infelizmente, essa ainda não é atitude dos nossos gestores e servidores públicos, que queima milhares de dólares anualmente em actividades e meios despidos de valor social.

Novos tempos, exige empresas fortes e empresários fortes. O Estado não deve substituir o papel do empresário enquanto decisor do risco, mas pode criar uma estratégia suportada por instrumentos que facilitem e apoiem os empresários. Temos uma economia com excessivo peso do Estado, e por vezes o Estado oprime com regulamentação excessiva, e isto é mau. É preciso deixar o Mercado em si assumir o seu papel e este somente este, se encarregará em excluir os nossos empresários aventureiros.

Novos tempos exigem maior consciência sobre a natureza e fins do serviço público. Temos que melhorar a disponibilidade e acesso aos serviços básicos como saúde e educação que concorrem para a saída de divisas do país e assim, mitigar os efeitos críticos que afectam as populações vulneráveis e de baixa renda, elevando deste modo o seu status de vida. Novos tempos requer servidores comprometidos com a causa pública, requer equipas suficientemente estáveis, pessoal capaz de analisar problemas complexos e oferecer alternativas para solucioná-los. E o próxima congresso do MPLA não se deve enganar nas suas prioridades, porque pensar no futuro de Angola em pensar em responsabilidade, equidade e proteção social. Esta, deve ser a inspiração política que nos deve guiar nos desafios que temos pela frente.