Luanda - “Sabes quem eu sou??”... É uma questão que de há um tempo pra cá vinha fazendo furor, não sei se ainda o faz, na nossa exibicionista sociedade de poderosos sem poderes que pretendiam perante uma maioria ou mesmo minoria que seja tornar minúsculo todo aquele que o tentasse enfrentar. Mas nem tudo é força física. Muitas vezes uma boa retórica destrói até o mais forte dos Golias. Onde existe a sinceridade, a verdade e a força de vontade por mais que hajam forças ocultas, terceiros agentes do oculto, elas sempre prevalecerão.

Fonte: Club-k.net

Terminou recentemente a 37o edição do Campeonato Nacional de Basquetebol, este ano designado BIC‐Basquete onde tivemos um play off melhor de sete jogos como nunca mais visto em Angola e em África onde estiveram em campo duas das melhores equipes bem dispostas a dar as suas vidas sem sangue em campo do recém terminado campeonato. Emoções, lágrimas de satisfação e de desprazer ; todo e qualquer sentimento que terminasse em raiva, rancor e insatisfação fizeram parte dos ingredientes emotivos nestes jogos. Houve ainda quem dissesse que a “corrupção” foi o ingrediente que muito foi usado nesta contenda comparado até com o famoso “gindungo da net” que não faltou neste pote sendo o dedo indicador mais apontado para a terceira equipe em campo, a chamada para ajuizar e de maneira imparcial. Mas tudo se complica quando o juíz também sente a dor de adepto e deixa transparecer tal comportamento no campo de acção. Ali as coisas ficam difíceis. Houve momentos que pela pouca paciência, o público convidado a aplaudir o desafio já depois de terem aceite ajuízamentos pouco imparciais começaram a arremessar ao campo objectos que nada contribuiam para o bom desenrolar dos jogos. Entende‐se e aceita‐se que não foi justo o comportamento do publico.

 

Por estas e outras razões insatisfatórias a maior parte do público presente começou a gritar em uníssono a presença do fiscal desportivo que está na moda “ MOSQUITO, MOSQUITO, MOSQUITO...” que a quando dos seus desabafos sobre a corrupção desportiva deixou uns tantos com as mãos nas calças antes que caiam e apareçam as cuecas. Das duas equipes estiveram em campo dinheiros transformados em recursos humanos, ou seja, jogadores que não obstante a crise económica financeira que se vive no país tinham contratos astronômicos. A equipe do Atlético Petróleos de Luanda, umas das equipes que participou na contenda, entrou para este campeonato, segundo o seu presidente da mesa de assembleia, sem interesse algum de disputar títulos visto que os dinheiros para as grandes contratações fugiram dos cofres por motivos bem sabido pela maioria. Mas como disse.. “NEM TUDO SE CONSEGUE POR MOEDAS...” E não é pelo facto de que o HOMEM (JESUS), CONHECIDO COMO O SALVADOR DO MUNDO POR MUITOS, TER SIDO VENDIDO POR MOEDAS QUE TUDO FUNCIONA POR MOEDAS. Todas as outras equipes foram bem dribladas pelo discurso do presidente da equipe do eixo‐viário que assim marca um tripo da linha dos 12 metros depois de 3 anos. Ou seja a equipe do Petro Átletico a prior foi ignorado. Ninguém acreditou. Até mesmo o mais crente adepto que uma vez olhando para o plantel “desidratado” jamais acreditaria que seria possível, fazendo comparações com outras equipes que desde o princípio de cada campeonato são consideradas desde já os papões de títulos ou eternos candidatos ao título. Mas no final foram os mais felizes e cá entre nós, eles mereceram. A equipe do Recreativo do Libolo foi um digno vencido. Venderam ao preço do plantel que têm: MUITO CARO!

Digamos para o bem da verdade: FORAM DIGNOS VENCEDORES não obstante as forças negativas que encontraram pelo caminho que noutras paragens tendo em conta a nossa africanidade chamariamos de feitiço. Está de parabéns a equipe e toda a Administração tricolor. Está também de parabéns a equipe adversária que muitas vezes obrigaram adeptos a recorrerem a farmácias para comprar calmantes fruto da boa exibição dos seus contendores e exímios atiradores e tecnicístas .

Agora é tempo de férias para alguns e tempo de Selecção Nacional para outros. SIM. Vai começar mais uma edição do Afrobasket em que Angola campeã muitas vezes vai passear classe caso prepare‐se como deve ser. Ao rítmo dos jogos dos playoff e não obstante o título de jogador mais valioso ou seja MVP ter ido a um estrangeiro, afirmo e como apreciador de um bom basquetebol que estamos preparados para renovar o título e assim aumentar a nossa galeria de troféus internacionais. Mais uma vez parabéns as equipes envolvidas nesta última edição do Campeonato Nacional de Basquetebol pelo espetáculo oferecido. Valeu a pena ter investido as economias para assistir aos jogos. Que seja sempre assim.

Bem‐haja o Desporto Nacional!

Edson Nuno a.k.a Edy Lobo, Licenciado em Língua e Literatura Inglesa