Luanda - O angolano Justino da Glória Ramos aprovou com distinção, por unanimidade do júri, em Lisboa, e obteve a nota máxima nas provas públicas de doutoramento em História Moderna e Contemporânea, pelo Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa-Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE-IUL).

Fonte: JA

As provas versaram sobre o tema “As dimensões da política interna e externa de Angola e sua influência na história das relações internacionais e contemporâneas (1975-2002)”. Na sua dissertação, Justino Ramos fez incursões a vários aspectos da política interna e externa do país, tendo destacado a afirmação progressiva de Angola em vários domínios no contexto das nações.


A temática surgiu na sequência do crescente interesse pela problemática relativa à guerra e à paz e à cooperação por parte das comunidades académica de Angola e estrangeira.


Do estudo desenvolvido, cuja defesa durou cerca de três horas, o angolano conseguiu convencer o júri já que o tema se reveste de elevada importância analítica, no âmbito dos estudos das relações internacionais, particularmente ao conseguir evidenciar e demonstrar como a política externa constrói o Estado angolano na sua dupla vertente, interna e externa. Justino Ramos fundamentou que a política externa de Angola reforçou a posição do país como “Estado-director” na África Austral. A análise do trabalho permitiu concluir que a posição destacada que Angola assume no continente africano e na África Austral, em particular, e a sua experiência na solução de conflitos transformou o país num promotor da paz internacional.


Tudo isso e outros assuntos abordados com profundidade e clareza convenceram o júri que, no final, não vacilou ao atribuir-lhe, por unanimidade, a nota mais alta no ISCTE-IUL. O angolano recebeu elogios do júri e dos demais assistentes que consideraram o trabalho apresentado um estudo “bastante profundo e interessante”.


O júri recomendou, consensualmente, que a obra “seja publicada quanto antes”, por ser “um estudo de referência sobre a afirmação progressiva de Angola no contexto regional, africano e internacional”.


Satisfeito e emocionado pelo sucesso, Justino da Glória Ramos disse que, “desta forma, está ainda mais capacitado para continuar a servir Angola e ajudar o país a prosperar no contexto das nações”.


Doutorado agora em História Moderna e Contemporânea, na especialidade de História, Defesa e Relações Internacionais, pelo Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa-Instituto Universitário de Lisboa, Justino da Glória Ramos tem 56 anos e é professor universitário na categoria de associado. É tenente-general da Força Aérea Nacional, no activo.


Justino Ramos fez os seus estudos primários, secundários e o ensino médio em Ndalatando, província do Cuanza Norte, de onde é natural. É licenciado em Ciências Militares, na especialidade Político-Militar, pela Academia Vladimir Ilitch Lenine, em Moscovo, em 1987, fez a pós-graduação em Estudos Europeus na vertente jurídica, pelo Instituto de Estudos Europeus da Universidade Lusíada de Lisboa, em 1994, a pós-graduação e mestrado em Relações Internacionais, na vertente político-diplomática, pela Universidade Lusíada de Lisboa, em 1997.