Luanda – Os angolanos assistem boquiabertos e impávidos a uma nova novela maquiavélica que o MPLA denomina de atentado golpista contra os “órgãos de soberania”, o governo e o seu patrão, José Eduardo dos Santos (JES).

Fonte: Club-k.net
Quinze (15) jovens estudantes revolucionários são usados como bodes expiatórios pela crise económica e financeira que Angola vive na sequencia da baixa do preço do petróleo.

Como e bem claro, esta crise deve-se a delapidação do erário publico pelos governantes angolanos a começar pelo chamado chefe do executivo, José Eduardo dos Santos. “Embua ivioka omo nkento vo mbakala, eyi keyivuete ko?” ( Não se questiona o sexo de um cão, pois este anda nu) – diz uma sabedoria kikongo.

Senão, como entender que o país esteja em crise económica e financeira, quando a filha do chefe de estado de Angola, Isabel do Santos, uma menina que nunca trabalhou, seja hoje a mulher mais rica de África e uma das mais ricas do Mundo e filhos de governantes a comprar casas, viaturas e roupa de luxo a centenas de milhares de dólares, quando ao povo falta emprego, agua, luz, saúde e ensino?

Quase todos os membros da família do JES têm cada uma fundação, que funciona com o dinheiro dos angolanos. São a Fundação Eduardo dos Santos (FESA), fundação Lwini da esposa, Ana Paula dos Santos, Fundação Sindica Dokolo, do genro, marido da Isabel dos Santos, fundação de Zenu dos Santos, o filho-príncipe, para citar apenas estas.

Os 15 detidos lutam pela mudança que todos os angolanos desejam. São os conhecidos jovens revolucionários independentes, apartidários e laicos, que organizam manifestações pacificas em Angola contra a eternização no poder de JES e seus discípulos, os abusos de poder e a corrupção institucionalizada em Angola.

Os detidos são os jovens revolucionários e activistas cívicos – como o menino Nito Alves, o jornalista Domingos da Cruz, o músico Lwati Beirão, Mbanza Hamza, entre outros, que dispensam apresentação.

E inacreditável que o regime e seus governantes de terceira idade tremam diante dos seus netos e bisnetos indefesos e pacíficos, a ponto de acusa-los de quererem derrubar o seu poder.

A novela começou por acusar um líder religioso, Julino Kalupeteka, que, segundo se diz um semi-analfabeto que estudou apenas ate a quarta classe primária. Este pastor da seita “A Luz do Mundo” estremeceu Angola, o MPLA e o seu governo.

Agora e a vez dos meninos revolucionários cuja primeira acusação foi de estes terem sido apanhados em flagrante durante uma palestra em que planeavam o derrube do governo e do presidente do MPLA. Desde quando se faz um golpe de estado com papeis, lapiseiras e micros e não com armas?

Mais tarde a acusação mudou para os jovens revolucionários foram apanhados numa sala improvisada na qual ensinavam a desobediência civil e o terrorismo urbano contra o regime do MPLA.

Curioso e que os instrutores, os jovens detidos, foram apanhados sem os seus alunos aos quais administravam as aulas golpistas e terroristas. Eles davam aulas a quem, aos alunos fantasmas?

Pena e que os jovens estão abandonados, ninguém se solidariza a eles e ninguém os defende. Oposição politica, sociedade civil, lideres religiosos, alunos e estudantes, e mesmo seus familiares e amigos calam-se, ninguém muge nem tuge diante desta barbaridade do MPLA.

A novela, que pode traduzir-se em últimos estertores de um moribundo, o MPLA, visa intimidar e calar os manifestantes em Angola, tendo em conta as realidades politicas no Burkina Faso, Burundi, Guine-Conakri, etc.

Maquiavélico e astucioso, o MPLA consegue enganar os menos atentos como os ditos lideres das bancadas parlamentares da oposição que desfilaram vomitando traição aos jovens, a saída de uma reunião na Assembleia Nacional.

Foi decepcionante ouvir estes ditos lideres de bancadas parlamentares a trair os filhos do povo que correm o risco de serem martirizados, reeditando o genocídio de 27 de Maio de 1977, em que centenas de milhares de quadros Angolanos autóctones foram barbaramente assassinados.

Estes esquecem que “Kayila ndoki, kudikila kunda” (ser generoso para com um bruxo, e aumentar o ódio) – diz outra sabedoria kikongo.
Que o MPLA não esqueça que estes jovens são filhos de Angola, têm pais, etnias, tribos e clãs. Angola e os indígenas angolanos não se calarão diante de um possível assassinato dos seus filhos, seus defensores.

Angolanos despertem, unam-se e solidarizam-se aos vossos filhos!