Luanda - “O agente secreto ė o elemento mais importante, de qualquer operação de inteligência, o seu peso em ‘ouro’ ė avaliado pela profundidade da penetração da missão incumbida, que tem por consequência a ‘produção’ de informações de vitais importâncias”. – Regra de ouro dos serviços secretos.

Fonte: Club-k.net

A TOUPEIRA DO SINSE entre os “revús”

Os serviços de inteligência de Angola, parecem terem mudado de táctica ou métodos de trabalho, que caracteriza o ‘ramo’ em todo o mundo, Angola, parece ter subitamente “forjado” um método inovador e infalível que mais se aproxima do idiotismo infantil. Pela primeira vez, estou ouvindo que um agente infiltrado ė publicamente denunciado, logo na “1a fase” do trabalho de inteligência, aliás nem 1a fase era, no caso dos 15 (se ė que ė, realmente um caso), estava­ se na fase da “observação operativa”, colecta de provas de consolidação para a fase seguinte.

Todo mundo sabe, que fazer golpe de estado ou orquestrar uma conspiração para derrubar um governo ou um regime “ultra­fechado” como ė qualquer ditadura, necessita de mobilizar no mínimo 20% do efectivo especial das forças armadas da guarnição da capital, e ter mais de metade dos oficiais no posto de comando das demais unidades, sob colaboração. E mesmo assim, no caso de Angola, cujo Presidente ė ‘guardado’ e ‘resguardado’ por um exército de “enfurecidos” guarda­

costas, estrategicamente distribuídos, que atiram a matar nas costas de um activista desarmado, que posta nas paredes, simples cartazes, pior ainda... quero dizer 20% não deve bastar, a não ser que sectores importantes da guarda presidencial, estejam mobilizados pelos conspiradores, para ‘oferecerem’ respaldo a quando da mobilização dos mesmos para o contra ­golpe.

ÁFRICA; GOLPES DE ESTADO.

Em África, podemos buscar os exemplos; Libéria, palco do provavelmente único golpe efectuado por um mero sargento, quando William Tolbert, foi derrubado pelo sargento­ mor Samuel Doe, este era efectivo da guarda presidencial e funcionava no palácio presidencial.

Ex­Alto Volta (Bourkina Fasso), Tomás Sankara e seu amigo (Blaise Campaorė), chefiavam a estratégica unidade de forças especiais posicionadas na capital. Mais tarde o amigo voltou­se contra o mesmo protagonizando um outro golpe, no interior do palácio, Sankara foi apanhado de surpresa, o “golpe” foi desferido pelo mais insuspeito dos suspeitos, o amigo do peito no cargo de ministro da defesa.

No caso da RDC, Kabila pai, foi morto por um dos oficiais de confiança da sua guarda pessoal, tão de confiança era, que se aproximou do mesmo quando calmamente, sentado na poltrona, conversando com um emissário estrangeiro, para desferir um tiro a queima­ roupa na cabeça do malogrado. Os restantes membros golpistas, não tiveram em conta o efectivo do exército angolano na capital, que prontamente desferiu o golpe mortal aos golpistasNo caso da Guiné Bissau, o pais com mais golpes de estado realizados em África,demonstra­ nos que um golpe sem o apoio militar, ė suicídio puro e duro. Nino Vieira, pagou caro por pensar que o exército estava do seu lado, quando desconsiderou informações dos serviços de inteligência militar angolana, que um golpe estava em desenvolvimento. Nino Vieira, foi golpeado por duas vezes, não aprendeu a Licão, e tal lhe foi fatal.

Ė POSSIVEL GOLPE DE ESTADO SEM EFECTIVOS MILITARES?

Ora, se os 15 jovens (dando o beneficio da duvida a JES), pretendiam derruba­lo, constituíam apenas a ponta do “iceberg”, talvez o núcleo mobilizador da sociedade civil, restava ainda aos serviços de inteligência responder as outras 4 perguntas básicas, que complementam qualquer trabalho de investigação; “Quem, Como, Quando, Onde...” o Porque, nem vale a pena mencionar... a questão fulcral; “COMO”... iria definitivamente ‘desvendar’ as respostas as restantes perguntas, descortinando completamente a identidade do “QUEM” para permitir, a certeira resposta do regime sob ataque, com vista a completa neutralização dos mesmos.

Ora, se o tal de “Dunga” (a PGR menciona ­o como a “toupeira” no seio dos 15 magníficos), forneceu “provas” de que os jovens pretendiam, fazer um golpe de estado, então o tipo (a toupeira), estava “profundamente” infiltrado, quer dizer, ‘gozava’ de confiança total dos “15”. Faltava mesmo, descobrir o ESSENCIAL, a interpretação do “COMO”; identificar a “composição militar” estes sim seriam os verdadeiros protagonistas do golpe... a prisão do chefe de estado e dos chefes militares (incluindo as da varias unidades da policia) de influência que poderiam mobilizar unidades para o contra ­golpe, tomada da radio, da TV, aeroportos etc., etc.

O incrível, ė que “distante” dos objectivos acima mencionados, os suspeitos conspiradores são presos pelos SINSE­DNIC & Ca Lda. e NADA se sabe, sobre os apoios militares dos conspiradores. Aliás, se os jovens tivessem esta ligação, a sua prisão, precipitaria os “acontecimentos”, quer dizer a ala militar passaria imediatamente a acção. Não foi isso que aconteceu, a quando do tristemente célebre 27 de Maio de 1977?

Ora se nada aconteceu até a presente data, ė porque a acusação não passa de uma grotesca e repugnante farsa.

Neste entretanto, acredita-­se a versão do governo com relação aos acontecimentos do monte SUMI?

Isomar Pedro Gomes