Luanda - As autoridades angolanas reuniram-se esta segunda-feira, na capital do país, com o corpo diplomático acreditado no país para prestar informações sobre os motivos da detenção de 15 cidadãos nacionais acusados de rebelião, ocorrido a 20 do corrente.

Fonte: Angop

No encontro, que teve lugar na sede do Mirex, estiveram presentes da parte angolana os ministros das Relações Exteriores, Georges Chikoti, do Interior, Ângelo da Veiga Tavares, da Justiça e dos Direitos Humanos, Rui Mangueira, bem como o director do SIC, Eugénio Alexandre.

No fina do encontro, o ministro do Interior, Ângelo da Veiga Tavares disse que procurou-se manter informado o corpo diplomático sobre este processo que já é conhecido, dando-lhes uma nota geral sobre a natureza do mesmo e esclarecer algumas dúvidas.

Explicou que, neste contexto, foram colocadas algumas questões pelos membros do corpo dilomático aos membros do executivo no sentido do seu esclarecimento, dai que “pensamos que o encontro foi bastante frutífero”.

Acrescentou que, posteriormente, num outro encontro os membros do Executivo reuniram-se com a embaixadora americana acreditada em Angola, Helen La Lime, com o objectivo de procuram clarificar algumas questões que têm vindo à público.

O ministro Ângelo da Veiga Tavares referiu, igualmente, que este foi também um encontro bastante proveitoso no qual foi reiterado, às entidades angolanas, que de parte dos EUA o seu relatório não fala de assassinatos de opositores e outras coisas que foram retomadas por algumas redes sociais e órgão de informação generalista.

A ocasião foi igualmente aproveitada pelas autoridades angolanas para clarificar o processo que envolve alguns oficiais generais das Forças Armadas Angolanas (FAA) e o jornalista Rafael Marques, que não é uma repetição do primeiro processo de difamação, mas sim um outro de denúncia caluniosa, pelo facto de o jornalista ter intentado uma acção acusando os generais de homicídios.

Acrescentou que depois de algumas diligencias feitas pela Procuradoria Geral da República (PGR) na região das Lundas “constatou-se que, de facto, algumas destas pessoas que eram mencionadas como terem sido assassinadas foram de facto assassinadas, porém isto em processo que têm outros autores, no âmbito dos quais alguns deles terão sido já condenados e outros que encontram-se em cursos”.

Em função disso, e por ficar provado que estes oficiais generais nada tinham haver com este dossier, "a PGR encerrou este processo e os generais lesados com esta denúncia caluniosa intentaram uma acção. Portanto foi simplesmente isto e não há uma relação política neste processo que envolve Rafael Marques e alguns oficiais generais das FAA”, argumentou.

Neste contexto, o ministro considera ter sido bastante proveitosos este encontro.

Questionado pela imprensa sobre o suposto pedido de asilo à embaixada americana de um dos supostos implicados, o ministro disse que este assunto “não foi tratado por ser uma matéria que, do ponto de vista do oficial, as autoridades angolanas nunca assumiram que houve algum pedido de asilo, mas que a diplomata americana deu alguma clarificação”.

“Penso que a embaixada colocou à imprensa uma pequena informação que dá conta sobre que este tipo de matéria que são, mais ou menos, reservadas, mas nós não colocamos qualquer tipo de questão sobre este assunto à embaixadora”, argumentou.