Luanda - Integra da Conferência de Imprensa da CASA-CE sobre o saneamento básico e a problemática das vias de comunicação na Província de Luanda.

Fonte: CASA-CE

Caros jornalistas, digníssimos presentes à esta Conferência de Imprensa sobre a Realidade da Província que acolhe todos nós.

O Secretariado Executivo Provincial de Luanda da CASA­CE, no âmbito das suas corresponsabilidades de agente Político-­partidário, mas sobretudo como parceiro e porta­-voz assumido dos cidadãos diante do Executivo para ajuda na resolução dos mil problemas socio-económicos que grassam a Província, em jeito de dar o seu contributo em função dos últimos acontecimentos ocorridos no IIo trimestre de 2015, focalizando­-se apenas no Saneamento Básico e nas Vias de Comunicação Terrestres como as mais candentes e obstaculizantes ao crescimento da Província e consequente desenvolvimento de seus habitantes, convocou a Imprensa para em conjunto com os demais interessados reflectir e apresentar propostas concretas que uma vez acatadas e humildemente implementadas poderiam minimizar grandemente o caos reinante e do domínio nacional.

 Para melhor elucidar as razões desta nossa decisão, dividimos o Tema Central em dois sujeitos dominantes:

1 – Luanda com lixo e sem vias asfaltadas

2 – Luanda sem lixo com todas as vias asfaltadas

a)Na nossa visão, Luanda com lixo e sem vias asfaltadas, é Luanda do povo, Luanda dos que vivem com menos de duas refeições por dia e em muitas vezes sem a única refeição, juntando-­lhes o lixo e só sobrevivem graças à Deus.

 

b)Luanda sem lixo, é Luanda dos Condomínios, Luanda das pessoas que sentem o sabor de ser angolano.

 

Nesta conjuntura, o Secretariado Provincial da CASA­ CE, manifesta o seu desagrado pela forma como o Governo de Luanda tem vindo a gerir sobretudo os dossiês (Saneamento Básico e as Vias de Acesso secundárias e terciárias).

 

Hoje, Luanda tornou­-se a cidade mais suja do país e talvez mesmo do mundo, onde a população vive e convive com o lixo, como se este fosse um par perfeito de convivência social. No entender dos residentes, este governo de Luanda não está em altura pelo facto de que, para além de não conseguir ultrapassar os problemas supracitados, responde o grito dos utentes das estradas e moradores pela via da repressão.

 

Nós CASA­-CE em Luanda, entendemos para o efeito, que as políticas criadas para a recolha do lixo, não têm surtido os resultados desejados.

 

Até hoje, verifica­se nas ruas de Luanda, montanhas e montanhas de lixo e com o agravante de nalgumas ruas estas montanhas estreitarem ou fecharem as vias de acesso à população e viaturas.

 

É lamentável a maneira como o governo de Luanda faz olhos de cego e ouvidos de mercador perante estes problemas tão gritantes e ameaçadores à vida dos cidadãos, situação que preocuparia toda a pessoa com saúde social e mental sãs.

A CASA­CE, como uma Organização Política e Social não se cala perante o silêncio cúmplice de quem é de direito e de antemão coloca a seguinte questão?

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Onde andam as autoridades com o dinheiro deste povo?

A CASA­CE como força de oposição, não usa o dinheiro do povo, mas tem uma visão política diferente do Governo de Luanda e no quadro das suas obrigações se opõe e exige a melhor conduta de quem governa e tem os meios para nos proporcionar melhores condições que possibilitam viver saudáveis e confortáveis no presente e prolongar as nossas vidas.

 

Como é que queremos melhorar a saúde pública quando vivemos numa cidade suja? Como queremos preservar o meio ambiente, quando os principais actores desta empreitada minimizam o problema do lixo?

 

Entendemos nós, que a forma como o governo de Luanda está a tratar este facto e como pensa resolvê­-lo não é a mais eficaz.

A política do cidadão comprar o lixo, é ridícula. Não se pode tirar dinheiro do bolso do cidadão para a recolha de lixo, uma vez que este pode render dinheiro para os cofres do Estado com impostos e salários baixos. O cidadão, não pode ser prejudicado pela má política do Executivo de Luanda, porque foi ele que criou as empresas de recolha de lixo e como se não bastasse com contratos que só ele sabe, com agravante de suspeita de existir empresas inoperantes, equipadas com infraestruturas retrógradas e meios obsoletos de recolha de lixo, mas vendo o OGE, custam uma fortuna.

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A CASA­CE participou na Segunda Reunião Ordinária do Conselho de Auscultação e Concertação Social do Governo da Província de Luanda do dia 29 de Maio do ano corrente, onde tiveram conhecimento que o GPL, gastava por Mês 1.000.000.Usd, (UM MILHÃO DE DOLARES AMERICANOS), para a recolha de lixo na cidade de Luanda.

 

Também fomos informados por sua Exa o Governador de Luanda, que o Governo da Província poderá pôr em funcionamento todas as Empresas de recolha de lixo nos respectivos Municípios da Província de Luanda a partir do mês de Agosto do corrente ano, mas mesmo com os valores elevados a 30.000.000 Usd, (TRINTA MILHÕES DE DOLARES AMERICANO), para o seu funcionamento, o Governador alega ser muito pouco.

 

Partindo deste pressuposto e com a afirmação do Governante, leva­ nos a crer que a partir de Agosto o lixo vai continuar a invadir os nossos bairros e penetrar os nossos quintais porque o dinheiro não chega.

 

Se é falta de verbas, má gestão ou má fé, o que mais preocupa a CASA­CE, são as consequências que disto advêm, como as mortes diárias e em grande número , mas que por se tratarem de cidadãos esquecidos, os governantes não se aplicam.

 

Em conformidade com os dados do INE Censo 2014, a Província de Luanda tem 6.542.944 Habitantes, com o Município sede com cerca de 2.107.648 Habitantes; Viana com cerca de 1.525.711; Belas com cerca de 1.065.116; Cacuaco com cerca de 882.398; o Municipio do Cazenga com cerca de 862.351, o Município do Icolo e Bengo com cerca de 74.644 e o Município da Quiçama com cerca de 25.086 habitantes.

 

A CASA­CE na Província de Luanda pensa que mesmo depois do Recenciamento da População e Habitação ainda assim o Executivo local não consegue satisfazer as necessidades mais básicas das populações, conforme tem propalado nos meios de Comunicação.

Alguns exemplos de algumas localidades:

No Município de Belas, Comuna do Benfica, nos Bairros: Partido; Cabolombo; Cassenda; Bié e Praia da Nincha, nestes bairros não têm contentores para depósito de lixo, os seus Munícipes levam os resíduos sólidos na estrada a 100 metros, onde existem 6 contentores para depósito de lixo.

­No Município de Luanda, bairro Ngola Kiluanje, Distrito Urbano do Sambizanga, Rua Mambo Café, de fronte ao Hospital Dro António Agostinho Neto, os moradores convivem com montanhas enormes de lixo.

 

A maior parte dos cidadãos não trabalham e passam o dia nas ruas, fruto da má política Governamental. Portanto, com esta população desempregada e exposta nas ruas naturalmente a cidade fica mais suja.

 

­Esta situação é visível agora também nas centralidades, com particular incidência na Centralidade do Kilamba, onde os moradores são obrigados a levar o lixo com os seus próprios meios.

 

Foi só para citar alguns exemplos de tudo que está a viver os cidadãos da Província capital de Angola, também conhecida como a cidade mais cara do mundo, onde o Luxo rima com o Lixo.

CORRELAÇÃO AO ESTADO LASTIMÁVEL DAS VIAS DE ACESSO EXEMPLOS

Presidente da República, há 15 anos, inaugurou a Rua do Povo no Distrito Urbano do Rangel. Foi uma festa em pompa e circunstância. Por mais caricato que pareça, hoje, o bairro do Rangel encontra­ se com todas ruas degradadas para não falar da falecida Rua Senado da Camera, agora Soba Mandume que apesar de já ter sofrido todo o tipo de intervenção, e para não fugir a regra, as obras não duram por falta de esgotos e a utilização de material barato.

 

­Neste momento no Município de Viana estão a reabilitar a estrada dos Mulenvos que dá acesso ao Aterro Sanitário, e mais uma vez aqui também para não fugir à regra, alguém mete parte do dinheiro no bolso. Resultados, em tudo, obras de pouca durabilidade.

 

No Distrito urbano de Sambizanga, a Rua 12 de Julho, já sofreu três intervenções. Até este momento, a Rua vai de mal a pior e a solicitar canoas para o transporte das pessoas, dadas são as lagoas formadas.

­Aproveitamos perguntar, como é utilizado os dividendos das taxas de circulação e as contravenções que se aplicam diariamente?

 

ALGUMAS PROPOSTAS PARA SOLUÇÕES

A ­ Problema das Estradas 

Os governantes não devem sobre faturar as obras das estradas e trocar material consistente e engenheiros especializados, por material esferovite e técnicos amadores que redundam sempre na mediocridade, perdas de vidas, de meios e retrocesso no crescimento e desenvolvimento da Província.

 

O governo deveria se dignar em aceitar a intervenção de alguns privados capitalizados que se têm oferecido com meios próprios a asfaltar ou reparar vias deterioradas.

 

Problema do Lixo

 

Os kupapatas devem ajudar o governo na recolha de lixo com as suas motas de 3 rodas mediante um salário mensal. Estas motas teriam a missão de recolher o lixo por quarteirões, porta a porta e concentrar em locais fora do circuito urbano ou de vias de trânsito.

­Esta medida teria contribuído para minimizar dois problemas: o das lixeiras urbanas e o da criação de postos de emprego e concomitantemente aumentar o poder de compra de muitos jovens sem qualificação, isto também no combate contra a pobreza.

 

Luanda aos 30 de Junho de 2015

O Secretariado Executivo Provincial da CASA-­CE