Luanda - A sinistralidade rodoviária traduziu – se num dos males que mais apaga vidas entre nós Angolanos nas estradas, as estradas foram devastadas por um vírus letal que não poupa a vida de ninguém, o presente artigo foi redigido em virtude do acidente rodoviário que tomou hápoucos dias o palco da vila de Cacuaco, junto da ponte de Cacuaco, o acidente evidenciou – se quando um camião de água perdera os travões por fragilidade técnica inerente a falha de gás, e despistou fora da faixa de rodagem, acabando por aniquilar vidas inúmeras, começara por romper os motoqueiros a beira daestrada, as vendedouras ambulantes ali existente, extinguindo táxis e os seus respectivos utentes, causando uma catástrofe mortal que dizimou dezenas de vidas humanas em Cacuaco, cuja ambulâncias era incapaz de completar o translado para Unidade Hospitalar em virtude de ser desprovida de espaço suficiente para tal fenómeno, passando – se a utilizar uma carrinha dina oferecida a dispor por um cidadão de boa fé para subsidiar o evento, este evento hediondo, convidou – me a redigir este artigo, feito por mim maroto e pobre mortal.

Fonte: Club-k.net

A principal causa de morte em indivíduos com idade inferior a 35 anos, consequentemente em idade activa e productiva, é, em todos os países industrializados, o Trauma. Angola, estando na faixa dos países que mais registaram o seu crescimento económico na última década, a medida que o país vai registando o seu crescimento progressivo e rápido, a sinistralidade rodoviária vai infiltrando – se nas suas estradas, alarmando e absorvendo a liberdade, a paz e a vida de automobilistas e peões.

Estima – se que, as mortes e os feridos resultantes de atropelamentos, colisões entre veículos, e entre veículos e obstáculos fixos, ocupam lugares de destaque nas causas externas de morbi mortalidade (CAPO, 2015).

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) revelam números assustadores:


- 1,3 Milhões de mortes para 50 milhões de feridos, como resultado de acidentes de trânsito nas estradas de todo o mundo, colocando a sinistralidade rodoviária na 9ª posição da lista de causas de mortes no geral.
- 2ª Causa de morte entre jovens dos 5 aos 29 anos;
- 3ª Causa de morte nas idades entre os 30 aos 44 anos.

Projecção à luz da organização mundial da saúde, elucidam que se nada for realizado contra os acidentes rodoviários em prol da salvaguarda da vida nas estradas, no porvir, este fenômeno crescerá a níveis alarmantes, fazendo – se especular que em 2030 tornar – se – á na 5ª causa de morte, sobreposta apenas pelos acidentes cerebro vasculares e pelas patologias cardiovasculares, doença pulmonar obstrutiva crónica e pelas doenças infecciosas do fórum respiratório.

Em virtude do combate tenaz deste fenómeno maléfico, na vanguarda da vida humana, com intuito da redução da sua morte nas estradas, a Organização Mundial da Saúde, definiu uma gama de estratégias que visam reduzir a taxa de morte por sinistralidade rodoviária, cujo lema desta peleja é nomeada por “DACADE OF ACTION ROAD SAFETY PLAN” (2010 – 2020)


Cujos paradigmas constam: gestão da segurança na estrada, estradas e mobilidades mais seguras, veículos mais seguros, utentes rodoviários mais seguros, respostas pós – acidentes.

Com esta estratégia a OMS prevê uma redução para 50% o número que caracteriza a consequência da sinistralidade rodoviária expressa em todo espaço cósmico.

A fotografia extraída nas ruas e nos hospitais no que concerne a sinistralidade rodoviária em Angola é desastrosa, expressando este evento como um dos piores males que aflige as estradas conduzindo os utentes nele envolvidos aos tapetes da terra do exílio e do silêncio, abarrotando bancos de Urgências cirúrgicos com uma gama de utentes politraumatizados cuja sorte não os olhou durante o decorrer deste fenómeno mórbido, muitos dos quais em estado moribundo em que a sorte divina nega a prossecução de suas vidas, obrigando – lhos a receber uma alta celestial com o possuir de uma idade severamente precoce.

Em Angola, tem – se constatado um crescente desenvolver do número de acidente nas estradas, ao longo dos anos desde 2008.

Quando em 2008 se registaram 2710 óbitos como consequência de acidentes de trânsito observado no local do acidente (excluem – se destes registos os óbitos dos sinistrados após admissão nos hospitais), em 2014 este número aumentou 56%, cifrando – se em 4234 (CAPO apud Direcção Nacional de Viacção e Trânsito, 2015).

Em média, 12 cidadãos perderam a vida nas estradas Angolanas por dia em 2014, à razão de quase uma morte a cada 2 horas do dia. Se considerarmos os resultados dos acidentes não notificados, e aqueles sinistrados que morreram após hora e/ ou dias nos serviços de urgência, serviços de terapia intensiva, e serviços de internamento hospitalar cirúrgico em todo país, os números absolutos serão muito maiores(CAPO, 2015).

A curva ascendente de morte no trânsito desde a época de 2008, é só uma pequena amostra da magnitude doproblema da sinistralidade rodoviária como verdadeiro atentado a saúde pública em Angola.

Os acidentes em Angola foram tipificados mediante o mecanismo físico de sua ocorrência, mediante tal mecanismo foram expressos por: colisão veículo automóvel, colisão veículo automóvel e motociclo, colisão obstáculos fixos, colisão entre motociclos, capotamentos, atropelamentos, dentre todos estes mecanismos, o atropelamento é tido como o mais letal desde o ponto de vista de morbi – mortalidade.

Tal como sucede a nível do país, a maioria dos acidentes que toma a conta das estradas Angolanas, foram classificados como atropelamentos, notificados e registados pela DNVT, esta tendência ocupa lugares cimeiros desde a época de 2008, e elucida o elevado número de morte, dada a vulnerabilidade das vítimas que na vanguarda de uma colisão mortal não resistem aos choques letais advindo dos veículos nas estradas.

A colisão de automóveis entre si, e de automóveis e motociclos, completam o quadro da tipologia de acidentes mais notificado pelas autoridades reguladora do trânsito no nosso meio.

No entanto, em Angola, algumas regiões foram as mais vulneráveis no que tange a sinistralidade rodoviária por atropelamento, entre estas temos: Luanda, Benguela, Bié, as colisões entre automóveis em Luanda, Huíla, Benguela e Bengo e as colisões entre automóveis e motociclos em Benguela, Bié e Moxico (CAPO apud DNVT, 2015)

Quanto aos feridos como consequência dos acidentes de transito, distribuídos pelas três tipologias mais prevalentes e analisados por províncias, constata – se que o choque entre automóveis em Luanda foi a causa principal, responsável por 23%, com um total de 2366 feridos dos acidentes durante a época de 2014, em toda Angola. Além de Luanda, destaca – se bengo (10%), Huila (9%) e Benguela (8%).

Os atropelamentos foram responsáveis por 4413 feridos (27% do total de feridos por todas as causas de acidentes). As províncias de Benguela, Luanda e Bié, assumem as maiores percentagens com 13% e 11% respectivamente.


O número de feridos por colisão, entre automóveis e motociclos, foram também mais prevalentes, em Benguela, Bié e Moxico com 11% e 10%, como resultado do total de feridos.

Quanto às mortes instantâneas, resultantes de atropelamentos (1534 mortos, 36% do total de mortos por todas as causas de acidentes), as províncias de Luanda, Benguela e Huambo assumem destaque, enquanto que nos choques entre automóveis (544 mortos, 12% do total) as províncias de Luanda, Cuanza Sul, Bengo e Benguela apresentam as maiores percentagens.
Nas mortes por choque entre automóveis e motociclos (1010 mortes, 36% do total de mortes por todas as causas de acidentes), as províncias de Benguela, Huambo, Luanda e Bié acumulam maiores números.

No total, de 1 de Janeiro a 31 de Dezembro de 2014, a DNVT registou 17271 acidentes de trânsito em todo país (47 acidentes por dia), 16494 feridos (45 feridos por dia) e 4234 mortes instantâneas (12 mortes por dia).
As províncias que concentram as maiores taxas de sinistralidade rodoviária no país são as de Luanda, Benguela, Bié, Bengo, Huila, Huambo, Cuanza Sul e Moxico.


O esforço provindo do executivo Angolano em virtude da luta contra a sinistralidade rodoviária, tem sido visto em múltiplos aspectos, desde a orientação da Direcção de Viação e Trânsito, no que tange ao aumento da fiscalização do trânsito em vias públicas, interesse este que foi registado em inúmeras actividade realizadas pela policia Nacional com conferências sobre a sinistralidade rodoviária, publicidades em médias, e outrem.

Aos 28 e 29 de Janeiro de 2014, no Centro de Convenções de Talatona, realizou – se a 1ª conferência Nacional sobre a prevenção Rodoviária, presidida por Sua Excelência Eng.º Manuel Domingos Vicente, vice presidente da República de Angola e Presidente do Conselho Nacional de Viação e Ordenamento do Trânsito; cujo teor da conferência expressava o elevado índice de sinistralidade rodoviária em Angola e a necessidade de implementação urgente de um plano director, que permita a criação de um ambiente rodoviário seguro, tendo como estratégias:
a) A inserção no sistema de ensino de conteúdos relacionados com a prevenção rodoviária.

b) A melhoria do ordenamento e fiscalização.

c) A melhoria do sistema de atendimento e socorro às vítimas de acidente rodoviário.

O estado Angolano, tem vindo a buscar mecanismos com o intuito de restaurar a redução da sinistralidade rodoviária, com a execução de um esforço titânico que aos poucos vai tomando o seu lugar com impacto salutar do transito nas estradas.

Na minha perspectiva, o crescimento da rede viária em Angola, a aquisição pelos cidadãos de veículos com alto nível em termos de potência mecânica, o tráfego cada vez mais intenso na cidade capital, a condução sem rigor e cautela por alguns automobilistas, a ingestão de bebidas alcoólicas durante o exercício da condução, a falta de iluminação dos veículos e de algumas estradas, as manobras desregradas, o excesso de velocidade, o não uso de capacetes por alguns motoqueiros, o uso de telefone durante o exercício de condução, o não uso do sinto de segurança, a distração, a negligência da sinalização rodoviária, a falta de zelo e responsabilidade pela vida, a falta de revisão das condições técnicas dos veículos, a violação capital das regras que regem a condução de veículos em vias públicas, são sem dúvida alguns dos principais factores de riscos que decorrem para instalar o alto número de doentes politraumatizados que diariamente afluem os serviços de urgência hospitalar.

O que deve ser feito para mudar este quadro?


Na minha optica, a principal regra de ouro para contornar este espetáculo mortal, é a mudança da mentalidade, é a mudança da atitude, é a mudança dos hábitos que nos incutimos no decurso do aprendizado e do exercício da condução; de então, é necessário a disciplina nas estradas, para que o entusiasmo que nos anima sirva os nossos interesses, é necessário não fazer o uso de bebidas alcoólicas quando se fizer o exercício da condução, é necessário o aprendizado das regras e normas que norteiam o exercício do trânsito e pôr em prática este conjunto de princípios, é necessário a prudência nas estradas, é necessário dar mais valor a vida, mais amor a vida e ao próximo, a nossa vida pode ser perdida num abrir e fechar de olhos, é necessário valoriza – la com maior impacto, é necessário a empatia, é necessário que se faça uma revisão minuciosa dos veículos antes de os pôr a circular nas vias públicas, é necessário notificar as estradas sem iluminação e comunicar junto das administrações mais próximas para se restaurar a iluminação, é necessário um projecto de tapa buracos nas estradas e de iluminação urbana e periférica, mas para que isto tudo aconteça, é necessário uma coisa, mudar de mentalidade, esquecer as rotinas presas nas nossas mentes, parar de dar as manobras desregradas (mbaias), ter um domínio emocional e mental, se a mudança for um preconceito o desastre será consequência.


«Diga não à morte nas estradas, haja paz e saúde nas estradas»

Referência.
- Capo, R. Manuel. Revista de Ciências Médicas: sinistralidade rodoviária em Angola, Luanda, Angola, 2015.
- Carneiro & Mineiro. Trauma, Lisboa, Portugal, 2006.