Huila - Integra do comunicado do Secretariado Provincial da UNITA sobre uma suposta rendição de seus militantes ao MPLA.

Fonte: UNITA

  1. Através das antenas da Radio Huíla, os huilanos e os angolanos tomaram conhecimento de uma pretensa rendição ao MPLA de militares e dirigentes partidários da UNITA no Município do Kuvango;
  2. Citando o 1o Secretário Municipal do MPLA a Radio Huíla referiu­se a rendição de 45 oficiais, entre Majores e Capitães, 150 dirigentes da LIMA e 300 dirigentes da JURA, respectivamente organização feminina e juvenil da UNITA perfazendo, de acordo ainda com a Emissora, um total de 610 membros, contrariando deste modo a lógica aritmética que seria de 495 membros;
  3. O Secretariado Provincial da UNITA na Huíla considera que tais notícias para além de irracionais pelo elevado número de dirigentes num só município são também de uma grosseira inverdade enquadrada num plano mais vasto de manipulação da opinião pública pelo partido que desgoverna Angola há 40 anos e visa sonegar as mentes dos angolanos a fim de que estes venham acomodar pacificamente os artifícios fraudulentos que o MPLA pretende introduzir no processo de elaboração da legislação eleitoral que suportará as eleições gerais e autárquicas de 2017;
  4. O Secretariado Provincial da UNITA na Huíla, ciente das suas responsabilidades históricas para com a nossa pátria, Angola, vem por esta via esclarecer o seguinte:
  5. a) Os oficiais e soldados em número total de 11, apresentados no comício do dia 18 de Julho do corrente ano no Município de Kuvango que contou com a participação estimada de pouco mais de três centenas de pessoas, já passaram­se para o MPLA em 2002, no mesmo município onde, de forma humilhante, têm sido recorrentemente apresentados ao público sempre que o MPLA realiza alguma actividade política relevante e são eles:

1­ Joaquim Kalunga­Capitão das ex­-FALA

2­ Bernabé Kassanga – Tenente das ex­-FALA

3­ Miguel Kambinda­ Alferes das ex­-FALA

4­ Paulino Matias­ Alferes das ex-­FALA

5­ João Ndala Kuyovela­Soldado das ex-­FALA

6­ Silvestre Kapunda­Soldado das ex­-FALA

7­ Estavão Constantino­Soldaddo das ex­FALA

8­ Eduardo João Ndala Chinguenjo­Soldado das ex­-FALA

9­ Natália Nhama­ Esposa do soldado Eduardo Chinguenjo

10 ­Genito Matias Kambinda, Filho do único casal do grupo

11­ Inês André;

  1. b) As restantes personalidades apresentadas no comício do dia 18 de Julho são cidadãos que no âmbito do cumprimento do Despacho Presidencial no 80/13, de 5 de Setembro, publicado no Diário da República no 171, I Série, sobre a gratuitidade dos actos de legalização da cidadania, adquiriram registo de nascimento nas aldeias e Embalas de Yandumba, Kambuengue, Muteka, Essinde,, Kapiñala, e tantas outras, todas pertencentes a Comuna de Ngalangui. Na efectivação desses registos de nascimento participaram alguns professores da Comuna, como são os casos dos excelentíssimos senhores Luciano Guyoma Boano e João Tchiteta;
  2. c) Numa clara violação ao já citado Despacho Presidencial no 80/13, designadamente no seu artigo 1o que determina a gratuitidade do processo de legalização da cidadania que compreende o pedido e emissão do assento do nascimento, da Cédula Pessoal e do Bilhete de Identidade, aos registados foram solicitadas duas fotografias tipo passe com as quais se emitiram os cartões de membros do MPLA para além de Kz. 1.200,00 (Mil e Duzentos Kuanzas) aos pouquíssimos sortudos que obtiveram o Bilhete de Identidade;
  3. Pelo que acima ficou exposto, nenhuma outra conclusão se pode deduzir senão a de que, para o MPLA, a maioria da população angolana que não possui Bilhete de Identidade por dificuldades da sua obtenção são militantes da UNITA. Decorre daí, obviamente, o modelo do registo Oficioso dos eleitores que esse partido defende na Assembleia Nacional visando, tal como em eleições anteriores, a exclusão de todos os que não sejam do MPLA;
  4. O Secretariado Provincial da UNITA na Huíla considera que no quadro da democracia multipartidária, consagrada na Constituição da República de Angola (CRA), os cidadãos angolanos são livres de escolher e mudar de partidos políticos quando desejarem procurando aqueles que melhor podem satisfazer os seus anseios e, nesse quadro, não são considerados rendidos os milhares de antigos militantes do MPLA que diariamente afluem nos Comités da UNITA para requerer a sua admissão como membros.
  5. O Secretariado Provincial da UNITA na Huíla exorta os angolanos em geral e os huilanos em particular a absterem­se do uso desses termos politicamente pejorativos e a tomarem atitudes firmes na defesa da democracia plena em Angola bem como tudo fazerem para que essas manobras que visam perpetuar o MPLA no poder e o consequente sofrimento dos angolanos sejam inviabilizadas.­

Lubango, 20 de Julho de 2015.

O Secretariado Provincial da UNITA