Luanda - A crescente taxa de sinistralidade rodoviária entre nós, tem vindo a merecer, nos últimos anos, uma especial atenção por parte das autoridades rodoviárias, nomeadamente a Direcção Nacional de Viação e trânsito, a Direcção Nacional dos Transportes, e as demais entidades ligadas a este fenómeno.

Fonte: Club-k.net

As estradas, tornaram – se num meio pouco seguro, bastante instável de se transpor, de então, várias são as metas de que se dispõem estas entidades a definir como estratégias no âmbito de tornar mais seguro o trânsito e reduzir a morte nas estradas.

Sem embargo ao esforço meritório das instituições competentes, os números “negros” continuam a verificar­se, ano após ano, com consequências devastadoras para muitas famílias afectadas por este fenómeno endémico e obnóxio, para o qual contribuem muitos factores que vão desde a formação teórico­prática dos condutores, às condições das vias, passando pelas péssimas condições de muitos veículos que de forma aventureira se atrevem em penetrar em vias públicas e, não menos relevante, pela nossa própria cultura que nos impõe a autoconfiança robotizada e metálica de não fugir carros nas estradas, embora saibamos que carro não perdoa ninguém, os próprios carros são forçados a dar prioridade aos peões mesmo que os quais não gozam do direito de a ter, em numerosas ocasiões, mesmo com a constante construção de pontes em vias públicas em prol da travessia de peões, continuamos alguns entre nós peões, a transpor morros colocados entre as estradas na substituição de duplas linhas continuas intransponíveis no âmbito da separação de vias públicas com marchas inversas, colocando vidas entre a espada e a parede, a mercê de um perigo capital, cuja sorte não dá o prazer de protecção celestial.

Não obstante, só com uma compreensão ampla do que está a montante da sinistralidade será possível actuar eficazmente para reduzir o número de sinistros rodoviários. Particularmente, querendo alertar, com especial destaque, para as insuficiências do ensino da condução automóvel e sua aplicação prática na Via Pública no nosso meio, de que se acusa a muitos a possibilidade de serem portadores de cartas sem mérito para tal questão.

Se optarmos na ideia que defende a possibilidade do erro humano como elemento fundamental no decurso de um evento acidental, em termos de sinistralidade rodoviária, deveria se defender com dentes e unhas, o pressuposto de que a formação eficiente do condutor é a palavra chave no âmbito do combate à sinistralidade rodoviária, englobando uma formação prática mais completa e rigorosa, nomeadamente na inclusão da vertente da dinâmica automóvel e em harmonia com um reforço importante da condução defensiva, este lema poderia evitar muitos sinistros considerados, pois, evitáveis.

A concepção e a construção dos veículos automóveis, cada vez mais modernos, mais rápidos e mais seguros, são tarefas para a engenharia de automóveis.

A história da evolução dos automóveis mostra o quanto a tecnologia deste sector evoluiu. O cinto de três pontos, os travões ABS, o sistema de AIR BAG, tipo e tamanho dos pneus, sistema aerodinâmicos e outros, fazem da indústria automobilística um dos sectores de maior investimento, até, pela ironia do destino, muitas dessas brilhantes indústrias já têm vindo a anunciar a construção de um carro telecomandado, sem a participação do condutor no processo de condução como nos é conhecida, temos escutado o surgimento de carros que assustam o olhar universal, colocando pavor entre ricos e pobres, grandes e pequenos, gordos e magros que povoam este cosmo criativo, o surgimento do veículo anfíbio, do veículo ­ avião, entre outras criações de engenho mecânico.

Quanto mais sofisticado for o veículo sem dúvida mais letal o mesmo será, a medida que vai desembaraçar – se no processo correr, tornando – se tão hábil susceptível de impelir uma velocidade assustadora, no entanto, o interesse pela segurança humana, deveria merecer uma constante busca em prol da protecção das vidas que acorrem dias pois dias as estradas deste mundo que vivemos, a priori, tenho o entusiasmo de realçar que, a vida é um bem precioso e insubstituível, que nos foi emprestada por ente – enquanto – ente, protege – la deve ser um imperativo.

A instrução técnica (aulas de código de estradas, mecânica e prática de direcção de veículos) dadas nas escolas de condução, devem de então ser mais apetrechadas, dotando o utente de conhecimentos sólidos capazes de veicular o funcionamento da tríada homem – máquina e meio ambiente.

A valorização da questão física e menta, em termos de saúde, inerente ao automobilista, é fundamental na manutenção da condução segura, contrariamente à importância que se dá ao processo de instrução técnica no cumprimento das etapas para a habilitação de condutores, previstas pelo código de estrada de Angola, as inspecções médicas para concepção do atestado de aptidão médica para condutores e candidatos a carta de condução é totalmente negligenciada, beirando a banalização destes atestados.

São conhecidos as causas principais de acidentes relacinadas com o factor humano.

O conhecimento técnico da direcção do veículo e o domínio do código de estrada adquirido durante o processo de aprendizagem nas escolas de condução, não elimina todos os factores que concorre para o acidente relacionado com o elemento mais importante da tríada direcção veicular – HOMEM.

O erro humano, presente em quase todos os acidentes de transito, pode ser resultante de uma condição inadequada de saúde do condutor, crónica ou aguda, que precisa ser diagnosticada, periodicamente avaliada e tratada para que não condicione a segurança do condutor e dos demais que com ele partilha o veículo e do meio existente em torno do veículo, foi por esta forte razão que nasceu a MEDICINA DO TRÁFEGO.

Para garantir a saúde do motorista e do candidato à carta de condução e a segurança do trânsito, é necessário que este se submeta a uma completa avaliação médica e psicológica por profissionais qualificados para tal efeito.

Comparativamente ao código de estrada de Angola, o código de trânsito vigente no Brasil prevê para as avaliações médica e psicológicas dos condutores e candidatos a condutores de veículos automotores os seguintes procedimentos:

  1. a) Anamnese.
  2. b) Exame físico geral.
  3. c) Exames específicos:

­ avaliação oftalmológica.

­ avaliação otorrinolaringológica.

­ avaliação neurológica.

­ Avaliação do aparelho locomotor. ­ Avaliação dos distúrbios do sono.

  1. d) Avaliação psicológica.

O diagnóstico e tratamento de doenças crónicas (hipertensão arterial, diabetes melitus, coronariopatias, sequelas de acidentes vasculares cerebrais, epilepsia, síndrome da apneia obstrutiva do sono, oftalmopatias).

Outros eventos clínicos que não constam nas exigências brasileiras mais que são relevantes no âmbito da condução são: a dependência alcoólica, a dependência de

drogas psicoactivas, a tripanossomíase, as síndromes convulsivos a síndrome de Guillain­Barré, também conhecida por polirradiculoneuropatia idiopática aguda ou polirradiculopatia aguda imunomediada, é uma doença do sistema nervoso (neuropatia) adquirida, provavelmente de carácter autoimune, marcada pela perda da bainha de mielina e dos reflexos tendinosos. Ela se manifesta sob a forma de inflamação aguda desses nervos e, às vezes, das raízes nervosas.

O processo inflamatório e desmielizante interfere na condução do estímulo nervoso até os músculos e, em parte dos casos, no sentido contrário, isto é, na condução dos estímulos sensoriais até o cérebro.

Em geral, a moléstia evolui rapidamente, atinge o ponto máximo de gravidade por volta da segunda ou terceira semana e regride devagar. Por isso, pode levar meses até o paciente ser considerado completamente curado. Em alguns casos, a doença pode tornar­se crônica ou recidivar.

São elementos que nos próximos tempos deveriam constar no âmbito da obtenção de carta para acesso a condução no nosso meio, com vista a fazer face de forma positiva este mal caótico que se chama sinistralidade rodoviária.

O diagnóstico e tratamento destas enfermidades contribuiria de forma evidente na luta contra a sinistralidade rodoviária.

«Haja paz e saúde nas estradas».