Lisboa – A Polícia Nacional prendeu na tarde desta quarta-feira o jornalista e correspondente da agencia reuters, em Luanda, Herculano Coroano, por suspeita de fazer fotografias, a margem da manifestação que ocorreu na capital do país destinada a apelar a libertação de presos políticos em Angola.

Fonte: Club-k.net/DW

Ativistas detidos horas antes de começar manifestação em Luanda

Por outro lado, e segundo a DW, algumas horas antes da manifestação agendada para a tarde desta quarta-feira, em Luanda, já tinham sido efetuadas algumas detenções. Pelo menos 17 manifestantes e um jornalista encontram-se neste momento detidos.


Horas antes do protesto organizado para exigir a libertação dos jovens ativistas, a organização juvenil do partido no poder em Angola, a Juventude do MPLA (JMPLA), começou uma contra-manifestação de apoio ao Governo no Largo da Independência, local para onde esta tarde está marcada uma manifestação para visa exigir a liberdade dos presos políticos.

O jornalista da Rádio Despertar Gonçalves Vieira chegou a ser detido na manhã desta quarta-feira (29.07), quando reportava os primeiros momentos do dia no Largo da Independência, no centro da capital angolana. Entretanto, já terá sido libertado. A emissora está cercada por polícias, confirmou o jornalista da Rádio Despertar Daniel Portácio ao correspondente da DW África, Pedro Borralho, que está no local a acompanhar os acontecimentos.

Pedro Teca, um dos organizadores do protesto, confirma que houve detenções numa mensagem deixada no seu Facebook. "Acabo de receber informações, através do meu colega Adolfo Campos, dando conta que o regime angolano deteve, há cerca de uma hora atrás, estes jovens ativistas cívicos que se encontravam numa residência no município de Viana".

Os jovens preparavam-se para se juntar ao protesto no Largo da Independência, na capital angolana. O jornalista e ativista Rafael Marques também escreve sobre os recentes acontecimentos na sua conta do Twitter.

A manifestação pacífica de "ativistas cívicos de vários extratos sociais", como se autointitulam, está a decorrer sob o lema "Chega de prisões arbitrárias e perseguições políticas em Angola". Os organizadores dizem ter cumprido os requisitos legais para a realização do protesto, nomeadamente a comunicação ao Governo da Província de Luanda.

Pouco antes do início da manifestação, o segundo comandante da Polícia Nacional de Angola, comissário-chefe Salvador Rodrigues, disse à agência de notícias Lusa desconhecer qualquer manifestação "autorizada" para Luanda hoje. "Todas as manifestações que forem autorizadas a polícia cumprirá com o seu papel, no sentido de proteger as pessoas que se manifestam”, afirmou.

Nas cidades europeias de Lisboa, Berlim, Londres e Bruxelas também há protestos de solidariedade para exigir a libertação dos presos políticos.