Lobito - Passados os 4 meses prometidos pelo Governador Isaac dos Anjos, ontem 30 de Julho, foram entregues os alicerces aos desalojados para que cada um construa o resto da casa. As casas não estão assim construídas e o acampamento do Camuringue será desactivado conforme palavras do Governador.

Fonte: Club-k.net

IA deu show na TV a entregar os títulos dos terrenos e as 370 bases/alicerces das casas, ao custo de $11.000 cada, com um total de $4.070.000 (construídas pelas empresas por si escolhidas), sem somar os custos de limpeza dos terrenos, desmatação, abertura de vias, numa zona situada a 13km do actual centro de acolhimento do Camuringue. A construção das casas e todos os outros custos fugiu do controlo de IA e já não há recursos financeiros para as concluir.

Tal se deve a vaidade, arrogância, ganância e teimosia de IA, que decidiu sozinho, que cada casa tivesse uma área coberta de 125m2 ( com 2 quartos e uma suíte – contas feitas por baixo indicam que cada casa deste comporta 3.500 blocos/tijolos), num lote de 1.000m2, com ruas de 60 e 28 m de largura. Moral da historia todo o dinheiro doado pelo Presidente JES, Endiama e Bancos, nem os materiais de construção que o povo de Angola solidariamente doou não são suficientes para construir as 300 casas para os desalojados, mais 70 casas para realojar uma aldeia dos caçadores e carvoeiros que teimosa e desnecessariamente IA incluiu no projecto. Estas 70 casas a mais, para além de aumentar os custos, deixará mais de outras 70 famílias desalojadas pelas chuvas sem casa (estão contadas mais de 500 famílias com casas desalojadas).

As famílias desalojadas e a aldeia de caçadores e carvoeiros, não terão condição financeira e material para levantar as paredes, fazer a cobertura, aplicar portas, janelas, louça sanitária etc numa zona situada a 25 km da cidade do lobito. Esta-se logo a ver que os desalojados ou têm uma sorte dos céus e conseguem concluir as casas ou então vão vender os terrenos com as bases. A nova zona precisa de água, energia, escola, centro de saúde, o que não será possível construir até as próximas chuvas. Pelos vistos as próximas chuvas voltarão a encontrar os desalojados nas tendas do Camuringue e outras a viver em casa de parentes, já sem comida nem outros apoios materiais. Aproveitou-se a "fartura" de dinheiro, alimentação e materiais de construção, pondo em marcha um projecto megalômano, em total desrespeito as famílias e aos doadores.

Porquê IA não construiu casas mais modestas, com dignidade humana que permitisse conclui-las dentro dos limites financeiros e dos matérias de construção doados?

O que terá levado IA a executar um projecto tão pesado que não permitiu a conclusão das casas, deixando o peso nas costas da já carente população desalojada?

Será que IA pôs os seus interesses pessoais como sede de Gloria e ganhar mais alguns trocados, acima do objectivo superior de resolver o problema das residências da população desalojada pelas chuvas?