Luanda - Recentemente, o escritor e ex-deputado do MPLA, João Melo, publicou, em Portugal, um texto no Jornal de Notícias no qual defende a prisão dos 15 activistas sob suspeita de preparação de golpe de Estado. Para João Melo, a publicidade que o caso está a ter em Portugal deve-se a uma suposta onda de perseguição ao seu MPLA, e invoca os tempos da Jamba e do apoio que a UNITA tinha em Portugal para apresentar o MPLA como vítima. João Melo chega mesmo a falar que a UNITA pagava salários em Portugal pela sua imagem e contra o MPLA. João Melo não fala do português contratado pelo regime que faz e desfaz no Jornal de Angola. João Melo não fala dos milhões de dólares anuais que o governo gasta em propagandistas brasileiros e portugueses..

Fonte: Club-k.net

E por ter dois lados, caríssimo sr. João Melo, é que é exigido o cumprimento daquilo que é consagrado na Constituição nacional, onde os direitos e deveres (aqui os dois lados, sr. João Melo) providos pela Democracia aos seus cidadãos são regulamentados. Não foram apresentadas quaisquer provas – até agora – que justifiquem a prisão dos 15+1 activistas. Ainda, as comparações a um passado – Neto e Savimbi devem ficar na respeitosa História, onde eles pertencem – não deixam muitos olhar em frente. Deixemos a reverência a ideiais mortos e lutemos por uma democracia viva. Participativa. Activa. Já sabemos que todos a-do-ram fazer comparações com os EUA, sr. João de Melo.

Começamos até a achar – porque somos daqueles que “acham” - que é requisito para muitos cronistas, algures nas suas linhas, atacarem os EUA em vez de prestarem o seu tempo a uma análise profunda e sincera do seu país. Mas podemos falar de Angola? Apenas se pede Justiça. Mas a Justiça dos nossos tempos, aquela das Leis – ninguém quer uma Democracia pelas próprias mãos, entende, sr. João de Melo? Somos de votos e de vozes. Ninguém ameaçou o Presidente, já todos sabemos, correcto? Podemos então resolver isto sem demoras? Através do diálogo, sr. João Melo. Sem as mesquinhices de sempre. Juntos? Este não deve ser um momento aproveitado desvirtuosamente para resgatar guerras, mas sim de mais um passo para a Democracia efectiva. E, convenhamos, sr. João Melo. Trinta e seis anos não é muito? Olhe que é, João Melo. Olhe que é! Sabe, sr. João Melo, os jovens, os adultos ou até alguns mais-velhos, não estão preocupados com a idade dos activistas, estão sim preocupados com o prazo de validade deste Governo. Para nós, “tudo o resto é campanha”. Isto tem tudo a ver com a Justiça, a Liberdade e a Democracia, não lhe parece, sr. João Melo?