Lisboa - O líder da bancada parlamentar do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA, partido no poder), Virgílio de Fontes Pereira, contestou, quinta-feira (24), em Bruxelas (Bélgica), uma resolução do Parlamento Europeu sobre a situação dos direitos humanos em Angola, informa a agência estatal Angop.
Fonte: PortugalDigital
O governo de Eduardo dos Santos tem procurado, por meio dos seus membros e do seu corpo diplomático, descredibilizar o documento.
O deputado Vigílio Fontes Pereira, que participa na 39ª Assembleia Parlamentar dos países de África, Caríbas e Pacífico (ACP), na capital belga, pôs em causa o conteúdo da Resolução nº2015/2839 (RSP) do Parlamento Europeu, aprovada recentemente sobre os direitos humanos em Angola.
De acordo com uma nota do setor de imprensa da Embaixada de Angola no Benelux, o chefe da delegação angolana a este encontro aproveitou a oportunidade para rebater o conteúdo do relatório da eurodeputada socialista Ana Gomes, submetido ao Parlamento Europeu, e que deu origem à aprovação da resolução.
Sublinhou o facto de o conteúdo deste documento não ter observado o Acordo de Cotonou, no que se refere ao diálogo político entre o Grupo ACP e a União Europeia.
Num comunicado emitido a 12 de setembro corrente, o governo angolano rejeita categoricamente o conteúdo da resolução do Parlamento Europeu sobre eventuais casos de violação dos direitos humanos e "lamenta que uma instituição tão credível como esta se tenha deixado enganar por informações caluniosas", alega o Executivo do presidente José Eduardo dos Santos.
No documento, o governo angolano considera que aquelas recomendações em nada beneficiam a cooperação entre Angola e a União Europeia (UE).
A resolução do Parlamento Europeu tem como base um relatório parcial e subjetivo, elaborado por uma eurodeputada que realizou uma deslocação privada à República de Angola, em julho último, lê-se no texto.
Na sequência da resolução, que alerta para repetidas violações dos direitos humanos, denunciadas por entidades angolanas e organizações internacionais, o governo de Eduardo dos Santos tem procurado, por meio dos seus membros e do seu corpo diplomático, descredibilizar o documento.