Luanda - O Fundo Soberano de Angola (FSDEA), divulgou esta quarta-feira, 30 de Setembro, as contas auditadas do ano 2014, que refletem a posição fiscal e a actividade de investimento do Fundo. A Deloitte & Touche procedeu à auditoria independente das demonstrações financeiras do FSDEA pelo segundo ano consecutivo.

 

Fonte: Club-k.net

Investir poupanças públicas de forma racional e prudente para garantir um futuro melhor para todos os Angolanos


Os relatórios financeiros do FSDEA demonstram ativos totais de 4,88 bilhões de USD em 31 de Dezembro de 2014. Os destaques da carteira de investimento do FSDEA no fim do período são os seguintes:

Os activos de renda fixa correspondiam a 2,7 bilhões de USD, representando 56% da carteira de investimentos;

Os fundos de investimento em Private Equity, para os ramos da infraestrutura e hotelaria, correspondiam a USD 1.6 bilhões , equivalentes a 34% da carteira de investimentos;

37% da carteira de investimentos estava alocada na Europa, 34% na África subsaariana, 18% na América do Norte e 11% no resto do mundo

Não foram realizadas dotações adicionais de capital no FSDEA pelo Executivo;

Foram apoiados projetos de desenvolvimento social no valor de 22 milhões de USD.

 

José Filomeno Dos Santos, Presidente do Conselho de Administração do FSDEA, declarou que "estamos motivados pelo desempenho materializado pelo FSDEA com relação ao seu mandato de investir poupanças públicas de forma racional e prudente para garantir um futuro melhor para todos os Angolanos. Na prossecução desta tarefa, continuaremos a ajustar periodicamente a abordagem de investimento do Fundo para refletir as realidades atuais dos mercados.”

 

Desde o quarto trimestre de 2014 e o início de 2015, o FSDEA tem vindo a investir em vários fundos de investimentos de Private Equity, para participar em sectores de forte crescimento em toda África Subsaariana. Esses sectores incluem infraestrutura, hotelaria, agricultura, mineração, saúde e silvicultura, representando a estratégia do FSDEA para activos alternativos. Nesta classe de ativos, o FSDEA tem como principal alvo os ramos empresariais de alto rendimento, que também sejam capazes de fomentar o desenvolvimento socioeconómico de Angola e da região subsariana da África.

 

Dos 3 bilhões de USD comprometidos aos sete fundos de investimento já constituídos, mais de 1,1 bilhões de USD encontram-se comprometidos com implementação, diligência devida ou revisão de projetos comerciais em Angola e outras nações da região subsariana.

 

Fundo de Infraestrutura

Em de 2014 o FSDEA investiu num fundo de investimento com capital de USD 1,1 biliões, que se dedica a projetos comerciais de infraestrutura e a indústrias de média e larga escala. Ao longo dos próximos anos o seu capital continuará a ser alocado nos ramos da energia, transportes e indústria.

 

Fundo de Hotéis

O FSDEA realizou uma alocação expressiva no ramo imobiliário em 2014, dedicando USD 500 milhões de capital próprio ao ramo hoteleiro da região subsaariana do continente. Esta sociedade dedica-se ao desenvolvimento e aquisição de hotéis de negócios na região subsaariana.

 

Fundo de Investimento MineiroEm 2015, o FSDEA investiu num fundo de investimento com um capital social de USD 250 milhões, que almeja empresas na indústria de mineração, juntamente com projetos mineiros na África subsaariana. Ao longo dos próximos anos, esta sociedade se dedicará a exploração de oportunidades de investimento nas várias etapas do processo de mineração, desde a exploração à modernização e expansão.

 

Fundo de Investimento para a Silvicultura

No mesmo período, o FSDEA investiu num fundo de investimento para o ramo da silvicultura, com um capital de USD 250 milhões. Ao longo dos próximos cinco anos esta sociedade investirá na aquisição e gestão de concessões florestais na região subsaariana, com os padrões FSC, para obter elevados retornos financeiros sustentáveis ao longo prazo.

 

Fundo de Investimento Agrícola

O FSDEA investiu num fundo de investimento com o capital de USD 250 milhões, centrado no desenvolvimento, expansão e gestão de projetos agrícolas, pecuários e de agronegócios de médio e de grande porte nos países da região subsariana, incluindo Angola.

Fundo de Investimento para Saúde

FSDEA investiu num investimento com o capital de USD 400 milhões, centrado nos segmentos da formação de profissionais de saúde, gestão hospitalar, pesquisa e produção farmacêutica, bem como na distribuição, logística e aprovisionamento de equipamentos hospitalares e dispositivos médicos na região subsaariana. O FSDEA visa obter elevados retornos financeiros sustentáveis ao longo prazo com base neste investimento, que também trará vários benefícios sociais.

 

Fundo de Investimento Mezzanine

O FSDEA investiu num fundo de investimento com o capital de 250 milhões, para explorar oportunidades de formação de capital estruturado na região subsariana. Altos retornos financeiros são direcionados para esta actividade porque o crédito bancário tradicional é escasso no continente, e as soluções disponíveis não fornecem capital a longo prazo que as pequenas e médias empresas necessitam para a seu crescimento.

 

Além da divulgação dos resultados auditados e das atualizações sobre os investimentos dos fundos, o FSDEA também anunciou que o Executivo de Angola reconduziu José Filomeno de Sousa dos Santos para a função de Presidente do Conselho de Administração do FSDEA. No âmbito do Decreto Presidencial emitido em Agosto 2015, foram igualmente reconduzidos os dois administradores executivos, Artur Carlos Andrade Fortunato e Hugo Miguel Évora Gonçalves, para mais um mandato no Conselho de Administração.

 

Dos Santos declarou que, “ficamos gratos pela fé demonstrada pelo Executivo através da renovação do mandato de todo Conselho de Administração do FSDEA. Interiorizamos igualmente as preocupações legítimas sobre o ritmo de crescimento da economia mundial e o seu impacto na queda dos preços de algumas hard commodities, como o petróleo bruto.”

 

“Entendemos que essas ocorrências podem alterar alguns planos de investimento e os gastos no curto prazo. No entanto, são indicadores positivos no médio a longo prazo, porque incentivam ainda mais a diversificação das bases das economias dependentes da extração de recursos naturais exauríveis. Em Angola, este cenário reforça o compromisso com o desenvolvimento acelerado da economia não-petrolífera, que está plenamente alinhado com política de investimento do Fundo Soberano de Angola.”