Lisboa - A Universidade Independente de Angola (Unia) observa uma crise sem precedente consubstanciada numa corrente de acionistas que acusa o sócio António Burity da Silva Neto de ter recorrido a praticas de falsificação de documentos que o tornaram dono de 57,5% do capital social da DEA- Desenvolvimento do Ensino em Angola, S.A., a sociedade proprietária da UNIA.

 Fonte: Club-k.net

Nas acusações vazadas através de um blog (http://antonioburity.blogspot.co.za), insinua-se que António Burity da Silva Neto se tornou num falso acionista uma vez que “Nenhum outro accionista lhe vendeu qualquer acção mais” e que “Não tem nenhum contrato de compra e venda de acções de qualquer outro acionista”.

 

Na condição de suposto sócio maioriatario, o ex-ministro da educação segundo as acusações “apoderou-se da UNIA para desviar milhões de dólares para negócios pessoais e por isso que desde 2011 não são apresentadas contas aos accionistas.”

 

“A sociedade não tem Conselho Fiscal embora a sua existência seja obrigatória nas sociedades anónima” diz a denuncia que por outro lado alerta que “Em Angola a UNIA vai no caminho do desastre em virtude da delapidação financeira e das graves ilegalidades do falso acionista”

 

De acordo com conhecimento, as partes desentendidas terão levado este caso ao tribunal, em Angola, recaindo ainda sobre António Burity da Silva acusações de descaminhos de fundos para a empresa VITÓRIA REVI DISTRIBUIDORA, LDA. da qual será dono e de proceder a transferência de cerca de 450 mil dólares americanos das contas da Universidade Independente para uma amiga brasileira, Carmen Moura.  

 

“Também uma tal Carmen do Rosário Mouro terá sido a destinatária (beneficiária ou não) de transferências bancárias de 450 milhões de Kwanzas em 2013 e 2014 e de 450.000,00 dólares, nos mesmos anos”, le-se na denuncia que se atribui a grupos conotados aos acionistas descontentes.

 

“Estão na posse das autoridades criminais as provas de avultados desvios de fundos da Universidade, que directa ou indirectamente, foram para os bolsos do falso accionista, entre essas provas estão documentos de transferências em 2013 e 2014 de: 222 milhões de Kwanzas para VITÓRIA REVI DISTRIBUIDORA, LDA; 176 Milhões para uso pessoal do falso acionista; 450 Milhões para Carmen do Rosário Mouro

450 Mil dólares para a mesma Carmen do Rosário Mouro; 450 Milhões de Kz para Divaldo P.C. Azevedo”, le-se.

 

Segundo se alega “Para tentar ocultar as falsificações, burlas e os abusos de confiança o falso accionista recusa-se a apresentar contas em assembleia-geral de acionistas”

 

“Em Maio de 2014 o falso accionista impediu a realização de uma auditoria às contas. Nessa altura mandou arrombar a porta de acesso à contabilidade, mudou as fechaduras, interditou a entrada de pessoas que trabalham na área da contabilidade. Existem suspeitas e fortes probabilidades que terá mandado falsificar a contabilidade”, le-se na denuncia.

 

A Universidade Independente de Angola é um projecto na qual fazem parte como acionistas, o ministro da educação Pinda Simão, o secretario de Estado da Ciência e Tecnologia, Pedro Sebastião Teta, os irmãos Carlos Alberto Burity da Silva “Caly” e António Burity da Silva “Tony” entre outros.

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