Paris - Nós, bolseiros do INAGBE residentes em França, viemos por este meio dar a conhecer aos órgãos de comunicação social, os comportamentos inadmissíveis e reprováveis por parte do INAGBE e da sua nova direcção, uma vez que desde a sua chegada tem causado impactos negativos no que tange o subsídio de bolsa.

Fonte: Club-k.net

Desde o princípio do corrente ano, o INAGBE acelerou nos atrasos do pagamento do mesmo, nos anos anteriores já tínhamos sucessivos atrasos de duas ou três semanas, conforme notamos a situação foi caminhando de mal à pior, de tal forma que as nossas dificuldades em todos os aspectos tendem a crescer dia após dia, porque já faz quatro meses sem obtermos o subsidio e estamos a caminho do quinto mês, e essa situação preocupa-nos bastante sendo que não sabemos quando teremos os mesmos uma vez que eles não se pronunciam.

Esta situação tem deixando-nos muito revoltados, pois temos passado por situações constrangedoras, tais como: fome, aluguer das residências em que vivemos em atraso com risco de expulsão da mesma e sem meios para pagar os transportes públicos para nos deslocarmos as universidades. Nós vivemosem um país estrangeiro onde com essas dificuldades não sabemos a quem recorrer e não é possível nos concentrarmos nos estudos com tantos problemas, desta feita nos reunimos como estudantes Angolanos em França a pedir a vossa ajuda (média ) afim de pressionarem o INAGBE ou os órgãos do estado para porem fim a esses sucessivos atrasos e para que a nossa formação possa correr da melhor forma possível.

O responsável de departamento de acompanhamento aos estudantes, Sr. António da Cruz compareceu ao publico tendo um discurso desconexo, e ao mesmo tempo deixando claro que os nossos pais têm a obrigação de nos enviarem dinheiro, porque segundo o mesmo no que toca a atribuição de bolsas de estudo o INAGBE faz apenas uma comparticipação ou seja eles não podem pagar todas as nossas contas.


Por outro lado, o INAGBE esqueceu que está difícil fazer transferências bancárias para o estrangeiro e se os nossos familiares tivessem condições de nos enviar dinheiro todos os meses não teríamos necessidade de pedir uma bolsa de estudo. É responsabilidade do INAGBE procurar mecanismos eficientes para resolução dos seus problemas de administração.


Outro grande problema é o retorno de alguns estudantes que não tiveram sucesso nos seus primeiros anos de estudo, segundo o director do INAGBE Sr. Moisés Kafala Neto, o estudante que reprovar volta para Angola, sem ter em conta os factores que levam muitos dos estudantes a reprovarem.


Há que se compreender que existem imensos factores que fazem com que um estudante reprove, em primeiro lugar temos o problema da língua e da adaptação, em segundo lugar não é fácil fazer um curso de língua em cinco meses e depois integrar uma universidade no ramo de engenharia e todos obterem sucesso, para terem uma ideia, 100% dos estudantes que são enviados aqui em França aproximada 26% dos estudantes reprovam isto implica que o saldo é positivo apesar das dificuldades, portanto achamos que estudantes merecem uma segunda oportunidade.


Nós nos encontramos numa situação bastante crítica por isso queremos pedir a demissão do Sr. Director e também a regularização dos subsídios dos últimos quatro meses, caso contrario faremos uma manifestação exigindo os nossos direitos na embaixada de Angola aqui na França.


Antes da nossa vinda a comunicação social, tentamos resolver este problema de forma interna, para o efeito enviamos uma carta ao INAGBE e ao embaixador de Angola em França explicando as dificuldades que temos passado, mas até agora ambos não se pronunciaram. Por isso viemos até vós para que se tente fazer alguma coisa em prol dos estudantes bolseiros não só em França bem como também no mundo todo.


Encontrámo-nos à vossa total disposição para informações suplementares, estando aguardando impacientemente uma resposta de vossa parte.

Apresentamo-vos os nossos melhores cumprimentos