Lisboa  - Um médico legista que participou na autópsia do corpo do Presidente guineense, João Bernardo "Nino" Vieira, afirmou que o chefe de Estado foi brutalmente espancado antes de ser morto a tiro.

"Nino Vieira foi morto com vários tiros no tórax e na face e o seu corpo tem marcas de golpes violentos. Ele foi brutalmente espancado antes de ser atingido por inúmeras balas", declarou o médico à AFP, que pediu anonimato e não fez outros comentários.

O Presidente da Guiné-Bissau foi morto por militares na segunda-feira durante um ataque à sua residência, depois de no domingo o chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas do país, o general Tagmé Na Waié, ter sido assassinado num atentado à bomba.

Versão Ocular

O Presidente João Bernardo Vieira “foi cortado em pedaços, à catanada”, revelou hoje à BBC o romancista britânico Frederick Forsyth, que acompanhou os acontecimentos de ontem em Bissau

Alguns soldados lançaram primeiro uma bomba para dentro da residência do Chefe de Estado e a explosão fez com que o tecto abatesse, disseram ao autor de “O Dia do Chacal” e "Cães de Guerra", que reproduziu esta versão no programa “World Today”.

Nino saiu vivo de entre os destroços da sua casa e foi então alvejado a tiro pelos assaltos, mas não morreu de imediato, prosseguiu Frederick Forsyth, de 70 anos, que além de romancista também é ocasionalmente comentador político e que se encontrava no país a fazer investigação para um novo livro.

Depois disso, os soldados levaram o Presidente para casa da sogra, mãe de Isabel Romano Vieira, e aí "cortaram-no em pedaços”, segundo o relato que acaba de ser apresentado pela BBC.

A última obra conhecida de Forsythe data de 2006 e chama-se “The Afghan”, dizendo respeito a um alegado plano da Al-Qaeda para atentar contra um objectivo desconhecido. E para 2010 está anunciado um romance com o título provisório “The Cobra”.

Fonte: Publico