Lisboa – O Estado de saúde do preso político Henrique da Silva Luaty Beirão agravou-se nesta sexta-feira precipitando a sua urgente evacuação para a Clinica da Girassol, na capital do país, em consequência dos danos causados pela greve de fome que observa. Na tarde de ontem esteve debilitado e com constantes quedas que resultaram na perca dos sentidos (desmaio).
Fonte: Club-k.net
Polícia proibi vigílias em favor da saúde do ativista
Prevendo que algo de grave estaria a ocorrer, o preso político terá assinado uma carta responsabilizando o Presidente da República de Angola, José Eduardo dos Santos pelo que viesse lhe acontecer. Ainda na carta, Luaty Beirão pede, na eventualidade de não resistir, para que seja cremado e as suas cinzas lançadas ao mar.
Luaty Beirão enfrenta há mais de 23 dias uma greve de fome em protesto a um castigo que as autoridades angolanas lhe impuseram por ter exigido abertura ao acesso as visitas e a banhos de sol da cadeia de Calomboloca, na província do Bengo. Durante este período de castigo foi mantido numa cela solitária e sem acesso as famílias.
Somente na semana passada que a sua mãe teve acesso ao mesmo tendo o encontrado em estado debilitado. Foram feitos vários apelos para que fosse levado a um hospital com melhores condições conforme recomenda a declaração universal de Malta sobre os pacientes de greve de fome. As autoridades teriam se recusado, e só mais tarde transferiram-lhe para a enfermaria da cadeia prisão de São Paulo, no bairro Nelito Soares.
Por ter ficado mais de duas semanas sem comer, uma especialista teria alertado que o mesmo deveria ser submetido a um tratamento, num hospital com condições e equipado de forma a reanimar os órgãos que já estavam em falencia e ao mesmo tempo ser submetido a soro via venal.
Vigilias pela saúde do detido
Por outro lado as famílias e várias pessoas solidarias com a sua situação realizaram, em Luanda e fora do país, vigílias e orações em jeito de ação de graça pela sua saúde. As autoridades angolanas declararam as vigílias como ilegais e na segunda-feira, a Policia Nacional enveredou por actos de perseguição contra quem fosse apanhado a realizar ações de vigília em favor dos presos políticos acusados de planearem “Golpe de Estado” contra o Presidente Dos Santos.