Luanda - O comandante-geral da Polícia Nacional, comissário-geral Ambrósio de Lemos, declarou nesta quinta-feira que a corporação é uma instituição do Estado e respeita o direito dos cidadãos e das igrejas.

Fonte: Angop

"Seria bom a Igreja Católica pronunciar-se sobre a invasão de agentes da corporação"

Em declarações à imprensa, à margem da sessão solene de abertura do novo Ano Parlamentar, o oficial lembrou que Angola tem um Estado laico e, por isso, jamais a corporação viola os direitos religiosos.

"Nós respeitamos as igrejas. O nosso país é laico e tem aqui todas as religiões que têm surgido, muitas delas até não legais. Nunca invadimos igrejas", expressou.

Assegurou que a Polícia Nacional tem dado tratamento adequado às manifestações, mas vê as vigílias como meros actos religiosos.

"As vigílias são actos religiosos e não de manifestação política. É preciso saber distinguir o que é uma vigília, que geralmente é dentro das igrejas e não depois da igreja fechada", vincou.

Disse esperar que as pessoas tenham mais respeito pela Polícia Nacional, porquanto a instituição esforça-se para proteger a população, os bens e direitos consagrados na Constituição.

Referiu que seria bom a Igreja Católica pronunciar-se sobre a realização de vigílias em volta dos seus templos e sobre a denúncia da suposta invasão de agentes da corporação.

"Acho que deveriam, uma vez que houve um pronunciamento de um membro da instituição. Havendo de nossa parte um desmentido e eles sabem concretamente que não aconteceu, deviam pronunciar-se", exprimiu o oficial comissário.

Assegurou que todos os excessos tomados por agentes da corporação são sancionados à luz do regulamento disciplinar, desde que denunciados.

"Os efectivos foram formados para cumprir as suas obrigações, dentro dos parâmetros que estão constituídos, quer disciplinarmente, quer moral e civicamente. A partir daí, todo elemento denunciado e que nós constatamos a denúncia castigamos nos termos da Lei", exprimiu.

Explicou que as violações de fórum disciplinar são sancionadas pela polícia, mas se forem de fórum terminal são enviadas às instituições da justiça, para o tratamento adequado.

Questionado sobre a participação da polícia no caso dos jovens detidos, por suspeita de actos preparatórios para destituir o Poder instituído, disse terem concluído o trabalho e esperar que o Ministério Público faça os respectivos julgamentos, em tempo oportuno.