Luanda – Finalmente, o julgamento dos 17 activistas angolanos acusados de prepararem uma rebelião e um atentado contra o Presidente da República, já tem data marcada. Segundo os causídicos dos mesmos, o Tribunal Provincial de Luanda marcou para o dia 16 de Novembro do corrente ano, a primeira audiência.

Fonte: Club-k.net
Luís Nascimento, um dos advogados dos acusados, certificou ter sido notificado nesta segunda-feira, 19, do despacho de pronúncia e das sessões do julgamento, que vão decorrer até 20 de Novembro, no tribunal “Dona Ana Joaquina”.

Quatro meses depois de terem sido detidos pelas autoridades durante uma acção de formação de intervenção cívica e política, com base no livro “Da Ditadura à Democracia”, de Gene Sharp, a informação sobre a data de julgamento é dada a conhecer numa altura em que acomunidade internacional se manifesta diariamente contra a detenção abusiva dos 15 activistas, depois de esgotado o período de prisão preventiva prevista na lei angolana.

Além dos 15 detidos, também Laurinda Gouveia e Rosa Conde vão ser julgadas no mesmo processo, embora aguardem julgamento em liberdade.

De recordar que um dos detidos (Luaty Beirão) encontra-se em greve de fome há 30 dias.

Um grupo de diplomatas de cinco embaixadas da União Europeia em Luanda, incluindo Portugal, visitou recentemente o activista na clínica “Girassol” onde Luaty Beirão está internado, por precaução, desde quinta-feira, quando foi transferido do hospital-prisão de São Paulo.

Além de Luaty, também Albano Bingobingo, outro dos 15 activistas em prisão preventiva neste processo, iniciou a 09 de Outubro, pelos mesmos motivos, uma greve de fome, mas segundo denúncia da família sem receber os necessários tratamentos médicos.

Os suspeitos têm idades entre os 19 e os 33 anos e são professores, engenheiros, estudantes e um militar, entre outras ocupações.

Em causa está uma operação policial desencadeada a 20 de Junho de 2015, quando 13 jovens activistas angolanos foram detidos em Luanda, em flagrante delito, durante a sexta reunião semanal de um curso formação de activistas. Outros dois jovens foram detidos dias depois e permanecem também em prisão preventiva.