Luanda - A falta de pagamento das ordens de saque por parte do Ministério das Finanças aos distintos fornecedores de medicamentos e consumíveis aos sectores da saúde e educação, respectivamente, poderá contribuir para o incremento das taxas de morbilidade e mortandade, bem como comprometer o presente ano lectivo.

*Ilídio Manuel
Fonte: Club-k.net


De acordo com fontes credíveis, o sector da Educação deixou há cinco meses de ver a cor do dinheiro, e o da saúde desde Junho último que tem os cofres vazios.


Há informações de que alguns hospitais e centros de saúde estarão já à beira da ruptura total de medicamentos e consumíveis, devido à recusa dos operadores económicos em fornecer‐lhes tais produtos.

O mesmo se estará a passar no sector da educação onde tem sido cada vez mais notória a falta de dinheiro para pagar coisas básicas, tais como papel, tinteiros ou, mesmo, giz.

Há informações de que alguns fornecedores atolados em dívidas com os bancos decidiram despedir os seus trabalhadores, uma situação que tem contribuído negativamente para o incremento das taxas de desemprego, já de si bastante assustadoras.


Os receios de que a situação venha a deteriorar‐se são fundamentados na crescente incapacidade de recolha das enormes montanhas de lixo que estão espalhadas pelas cidades do país, sobretudo em Luanda, numa altura em que as chuvas estão à espreita. Há motivos mais do que suficientes para se temer o pior, tendo em conta a emergência de doenças infecciosas, tais como a cólera, paludismo e as diarreias agudas.


Confrontada com o assunto, nesta terça‐feira, uma fonte do Ministério das Finanças, que falou na condição de não ser identificada, reconheceu a «falta de liquidez» que tem «condicionado o pagamento das ordens de saque».

«Mas, alguns pagamentos têm sido efectuados, de acordo com as prioridades superiormente definidas pelo Executivo, pelo que a culpa não deve ser
imputável ao Ministério das Finanças», defendeu a fonte.

Segundo a mesma fonte, não corresponde à verdade a informação de que todos os pagamentos estão suspensos. «Há prioridades que foram definidas e o Ministério limita‐se a cumprir as orientações».