Lisboa - O prémio Confúcio da Paz, criado em 2010, é o equivalente ao Nobel da Paz na China. O grande vencedor deste ano foi o presidente do Zimbabwe Robert Mugabe.

Fonte: Observador

Robert Mugabe foi o grande vencedor do Confúcio da Paz deste ano. Os galardoados anteriores podem espelhar os diferentes critérios entre este prémio e o Nobel da Paz sueco.


Os prémios “Confúcio” surgiram na China em 2010 como resposta ao Prémio Nobel da Paz entregue ao dissidente chinês Liu Xiaobo pela sua “longa e não-violenta luta pelos direitos humanos fundamentais na China.”

Mas esta espécie de Nobel da Paz chinês parece ter critérios bem diferentes dos do Comité sueco. O vencedor deste ano foi Robert Mugabe, presidente do Zimbabwe. Mugabe governa o país desde 1980, primeiro como primeiro-ministro e, desde 1986, como presidente, numa liderança marcada por suspeitas e relatos de tortura e assassínios de opositores políticos. Em termos económicos, os 35 anos de liderança do político africano também geraram controvérsia com muitos a afirmar que a economia do país foi destruída ao longo destes anos e ele cada vez mais rico. No entanto, a governação de Mugabe foi agora reconhecida pelo Comité dos prémios Confúcio da Paz.

O presidente do Comité, Tan Changliu, afirmou à CNN, na altura em que os prémios foram criados, citado pelo site Quartz, que a “China é uma grande nação que foi influenciada pelo conceito de paz de Confúcio por muito tempo. A Europa está cheia de pequenos países que têm lutado uns contra os outros durante séculos… Nós não queremos ver pessoas que não compreendem a paz a arruinar o conceito.”

Esta organização não tem quaisquer ligações com o Governo chinês, tendo o ministro da cultura do país, inclusivamente, tentado terminar com esta iniciativa um ano depois de ela ter sido criada. No entanto, a organização mudou-se para Hong Kong e mudou o seu nome para Centro de Estudos Internacionais da Paz da China.

Eis os vencedores desde 2010:

2010

Lien Chan, líder do partido Kuomintang do Taiwan e presidente do Governo do Taiwan que é nomeado pelo presidente da República Popular da China. Ocupou anteriormente, cargos como o de embaixador em El Salvador e outras pastas ministeriais.

2011

Vladimir Putin, presidente russo. Na altura, um comunicado do Comité justificou a escolha pela sua “mão pesada e dureza reveladas (durante a guerra em 1999 entre a Rússia e Chechénia)” e “pela capacidade de oferecer segurança e estabilidade à Rússia.”

2012

Foram galardoadas duas figuras.

Kofi Annan, antigo secretário-geral da ONU, pela sua “enorme contribuição na reforma e ressuscitação das Nações Unidas.”

Yuan Longping, professor de agricultura, pelo seu trabalho na área do arroz híbrido.

2013

Yi Cheng, presidente da Associação Budista da China. Esta associação, fundada em 1953, é a organização mais importante do Budismo chinês, e tem um trabalho de supervisão do Budismo na República Popular da China.

2014

O vencedor do Confúcio da Paz chinês deste ano não precisa de apresentações: Fidel Castro, ex-presidente de Cuba.