Lisboa - José Eduardo Agualusa considera que Luaty Beirão "sabe muito bem o que está a fazer" e que o último parágrafo da carta que enviou aos companheiros, onde anuncia a interrupção da greve de fome, "diz tudo sobre o futuro".

Fonte: Expresso

O escritor angolano afirma ainda que "ficou claro que se Luaty não tivesse terminado a greve o governo angolano tê-lo-ia deixado morrer à fome", uma vez que o Presidente José Eduardo dos Santos "não deu o menor sinal de empatia" pela situação dos jovens detidos.

 

Agualusa acrescenta ainda que "o que existe hoje na sociedade angolana é mais do que um simples movimento de solidariedade, é um movimento pró-democracia" e que Luaty compreendeu isso.

 

Já quanto ao futuro próximo dos 15+1 (restantes ativistas que além de Luaty continuam detidos), não se mostra muito otimista. "Não é de esperar nada de bom. O regime endureceu, não se mostrou sensível à opinião pública e não está a gerir bem esta situaçao", expica, pelo que teme a condenação dos jovens no julgamento com início marcado para 16 de novembro.

 

Sobre a atuação do Governo português, José Eduardo Agualusa reitera a opinião de que "não fez nada do que podia fazer", ao contrário da opinião pública, que "finalmente acordou, um pouco tarde, mas acordou".