Luanda - Grande parte dos 15 activistas detidos desde 20 de Junho, sofrem de diferentes patologias, inerentes às condições de detenção e em carta denunciam a ausência total de cuidados médicos no Hospital Prisão de São Paulo, em Luanda, enquanto em Cabinda se deteriora a saúde de Marcos Mavungo.

Fonte: RFI

Deteriora-se o estado de saúde de vários activistas detidos no caso conhecido como 15+2, relativo aos 15 activistas detidos desde 20 de Junho e acusados de actos preparatórios de tentativa de golpe de Estado e atentado contra o Presidente José Eduardo dos Santos, tal como as activistas Rosa Conde e Laurinda Gouveia, que aguardam em liberdade o julgamento agendado para começar dia 16 de Novembro.

 

Laurinda Gouveia afirma que foi precisamente por razões de saúde, que alguns activistas foram transferidos das prisões de Calomboloca e Caquila, para o Hospital Prisão de São Paulo, em Luanda, onde no entanto "não têm nenhuma assistência médica".

 

"deram uma assistência mínima ao Nito Alves, devido ao seu problema de vista, mas até ao momento os cinco (5 activistas escreveram uma carta denúncia) não receberam nenhuma assistência médica...o seu estado de saúde deteriora-se, por exemplo o Nuno Álvaro Dala está muito abatido, as sequelas que ele tem no corpo...está com infecções na pele...o Sedrick Domingos de Carvalho quando sai para as visitas, faz um esforço grande para poder reconhecer as pessoas".


Em Cabinda, o activista José Marcos Mavungo, cuja saúde é frágil, está detido desde 14 de Março, tendo sido condenado a seis anos de prisão por actos de rebelião e tentativa de golpe de Estado, quando apenas pretendia organizar uma manifestação, para denunciar a violação de Direitos Humanos no Enclave.

 

A sua esposa Adolfina Mavungo afirma que o seu estado de saúde está estável, mas que ele tem sofrido pressões psicológicas, referindo ainda que a sua sobrevivência e dos seus 7 filhos (com idades compreendidas entre os 15 anos e 1 ano e dois meses) é difícil, pois vive apenas da solidariedade e ajuda dos que a apoiam, dado que a petrolífera norte-americana Chevron onde o seu marido trabalhava, suspendeu desde Maio o pagamento do seu salário.