Luanda - Quando Evander Holyfield esbofateou o então imbatível Mike Tyson, alguns dos seus apoiantes não se coibiram na defesa do pugilista como sendo um infeliz tropeço de percurso. Mike Tyson convenceu -se também disso e não vascilou ante um combate de desforra. Mas quem desapaixonadamente acompanhou Tyson durante a carreira, sabia que sua derrota não foi um mero acaso mas, sim, o princípio do fim do seu reinado.

Fonte: Facebook

As dúvidas foram dissipadas no segundo combate, quando Tyson mostrou ser impotente para derrubar Evander Holyfield. Frustrado, Mike Tyson nada mais fez senão atacar à dentada o adversário contra todas às regras. A ausência de argumentos de luta deram lugar à vergonha e raiva, refugiando - se na mentira para desqualificar o oponente. Passados alguns anos Tyson foi peremptório, reconheceu que naquele período suas capacidades físicas haviam atingido o limite.

Isso é um pouco do que se passa no Alto da Maianga cujo inquilino está em ruptura completa de suas capacidades motoras. A diferença com Tyson é simples. Soube atirar à toalha ao tapete quando ainda pôde. Dos Santos não. Ele acredita que vai operar um milagre e regenerar suas energias aos setenta e três anos de idade. Ignora factores como desgaste físico e longividade. Mas o tempo tem sido impedioso e arrasta Dos Santos, à contra - gosto, para fase do não - retorno.

Talvez por isso agora manifesta maior preocupação na medida que vai ganhando alguma consciência sobre a miragem de ser bom patriota. Interpretou mal a oprtunidade para governar e agora é tarde. Nunca mais.

O azar não se fica pela primeira. Aqui o azar é do presidente porque o povo este à olho nu está em desgraça. Mas o regime acredita que ainda consegue passar a mensagem só que melhor perspectiva é mesmo demissão. Caso não faça, quaisquer iniciativa é para ouvidos de mercador. De pior à piorio, JES vai se afundando e nem os branqueadores de imagem, revelados mui desastrosos o podem tirar da nódoa. A verdade já não passa despercebida porque o país está a céu aberto.

É neste quadro que velhos discípulos reaparecem em cena em suspiro socorrista para salvar o iminente naufrágio. O palco não poderia ser outro para o reentré de lobos solitários. Bastou um debate televisivo para os " mísseis " serem rediccionados. Alvo: Portugal - comunicação social portuguesa e classe política. E mais. Um angolano residente em Terra de Camões. Nome: José Eduardo Agualusa. Delito: opinião.

Pela voz oficial do regime via Jornal de Angola, o cidadão Agualusa cometeu um sacrilégio ao afirmar que age por consciência própria em denunciar falta de liberdades em Angola. Na realidade, Agualusa demonstrou aquilo que é indismentivel na Ditadura Santista, e por conseguinte não faz qualquer sentido o ataque de nervos no seio do regime. É absolutamente verdade que só numa ditadura um livro sobre não-violência é extremamente subversivo. Num sistema democrático essa avaliação não acontece. Assunto banal.

Se Agualusa pensou bem falou. Disse o que é consabido, Angola é uma pseudo - democracia.

Por estas declarações, irrompeu com fecha venenosa à mão Luís Fernando, foi à antiga, mas não significa que estamos perante um novato na vergonhosa missão contra à livre expressão. O lobo solitário, aguentou - se, quanto pode e não se conteve para identificar Agualusa como perigo premente à paz.Ora chiça!

A liberdade de expressão e o direito à informação têm objectivamente em Luís Fernando, um ferrenho opositor e sempre com maior dedicação. Foi o cérebro de Afonso Bunda e Paulina Frazão duas sinistrosas figuras fictícias por ele criado para lançar insinuosa campanha contra membros da oposição, advogados, activistas e jornalistas. Por exemplo, na imprensa independente escrita o centro selectivo dos ataques eram às duas maiores publicações; Jornal Folha 8 e Semanário Angolense. Sobre este último há uma descoberta surreal do " especialista" para não variar sobre ... (adivinhem), golpe! No próximo capítulo conto mais detalhes.

Mais a mais muitos leitores provalvemente têm presente à figura de Álvaro Domingos (?) do Jornal Oficial. É, pois, filho incestuoso de Luís Fernando e basta uma observação umbilical para chegar a fácil conclusão do mesmo DNA. É o cassula da " família inspirados no bika ".

Como DG do Jornal de Angola, Luis Fernando, fez de Paulina Frazão, a mensageira da perseguição, chantagem e medo na sociedade angolana. Agualusa é um destes visados " com todos os processos que os advogados do cidadão José Eduardo dos Santos puseram em Portugal contra os ‘jornalistas’ da sua estirpe, estão parados. Esquecidos. Enterrados. É melhor ignorar as calúnias e os insultos. Mas, eu, como cidadã livre, como democrata, tenho o direito de lhe responder taco a taco. Descrédito do nosso regime dói-me muito, Agualusa. E lutarei com todas as minhas forças contra você e todos os que, pagos sabe-se lá por quem, encetaram uma cruzada para denegrir os nossos dirigentes e desacreditar o nosso regime ". É desta forma que o antigo estudante da velha escola cubana, ia atirando veneno para desmoralizar quem é pró - demokratia.

Até hoje não se escrutina com exactidão quando o jornalista Luis Fernando passou fazer vassalagem à Eduardo dos Santos, mas estima - se que pode representar metade dos anos que tem de vida. A tarefa revela - se mais fácil se for para situar o período do início do " affair " que mereceu declaração pública de primeira página. Foi em 2006. Nesta época era necessário conquistar o perdão de vossa clarividência ante os desmandos à custa do sacrifício dos trabalhadores do Jorna de Angola. Não é, em vão, que a culpa morreu solteira. Deste modo qualquer partícipe entoa no conforto da sua sumptuosa mansão, canções "predigiosas" de guerra independentemente de ser bom ou péssimo intérprete. Por isso quando Luís Fernando acusa Agualusa de pôr em perigo à paz, fá - lo, por mera diversão.

Por fim, a verdade verdadeira é única. O debate que consumiu perto de 30 minutos, no Programa 360 Graus, foi simples, disciplinado e bom. Um moderador que fez a condução na base de valores da verdade e transparência, um embaixador à contar mentiras e um escritor defendendo valores democráticos. Dizer o contrário é revelador da ausência de lisura de consciência sobre padrões éticos e valores fundamentais do jornalismo.

Se, Afonso Bunda, o Luís, denotou outras latitudes no debate, aqui, o problema não é do compatriota Agualusa ou da Televisão Pública Portuguesa. Reside no próprio Luís Fernando consubstanciado no seu declínio de visão imparcial.

Curioso. José Eduardo Agualusa e Luís Fernando têm a mesma paixão: literatura. Ambos são escritores. Contudo, Luis Fernando é um escritor assim assim. Diga - se, mediocre!

Por : Wabangula Lopes
Jornalismo & Cidadania
07 - 11 - 2015*