Joanesburgo - Desde a detenção de 15 ativistas cívicos a 20 de Junho do ano corrente, pelas autoridades Angolanas e, consequentemente acusados de atos preparatórios para rebelião e atentado contra a segurança do Presidente da República e doutros órgãos de Soberania, têm sido várias as atividades realizadas por individualidades, grupos e instituições nacionais e estrangeiras, exigindo a liberdade dos mesmos.

Fonte: Club-k.net

As ações reivindicatórias têm sido em forma de protestos públicos, vigílias, concertos musicais, denúncias, condenações públicas, escrita e assinatura de petições, citando apenas algumas.

Nesta vertente, o jovem jornalista e ativista cívico Angolano, Pedrowski Teca, encontra-se desde a última quarta-feira, 4 de Novembro, na capital política da República da África do Sul, Pretória, onde aborda sobre a situação dos seus 15 colegas ativistas detidos em Angola, numa conferência dos defensores de Direitos Humanos.

O evento está a ser organizado pela organização não-governamental Freedom House South África e decorre sob o lema: o cerco do espaço cívico.
Numa apresentação de cinco páginas, em anexo neste artigo, Pedrowski Teca aborda não somente sobre a situação dos jovens detidos, mas também disserta sobre as atuais dificuldades crescentes das organizações não governamentais em Angola.

Como foco da exposição, o ativista abordou sobre os ataques que as mesmas organizações têm sido alvos em relação ao caso dos 15 ativistas detidos. O documento retrata sobre o interrogatório feito pelos Serviços de Investigação Criminal (SIC) ao diretor da OSISA Angola, e das ameaças que a organização AJPD tem vindo a sofrer por ter convidado, nos meses anteriores, a euro-deputada Ana Gomes, que impulsionou a condenação das detenções arbitrárias e perseguições políticas em Angola pelo Parlamento Europeu.

Pedrowski Teca também mencionou o Decreto Presidencial de 23 de Março, onde o presidente José Eduardo dos Santos proíbe as organizações não governamentais de receberem fundos estrangeiros sem a prévia autorização do governo Angolano, justificando que tal medida perspectiva ajustar as mesmas organizações nacionais e estrangeiras no atual quadro de desenvolvimento econômico, social e jurídico-constitucional do país, como também previne a lavagem de capitais e financiamento de atos terroristas.

Quanto a problemática dos jovens ativistas Angolanos, Pedrowski afirmou que uma das maiores razões da detenção dos seus companheiros pelas autoridades do país, é o medo que o regime tem sobre o treinamento, capacitação ou formação dos mesmos jovens em assuntos de Direitos Humanos e as várias formas de exercício de ativismo cívico. O ativista defende ainda que tem sido primazia do regime Angolano, a manutenção dos cidadãos na ignorância dos seus direitos constitucionalmente consagrados.

Falando sobre os apoios que os chamados jovens revolucionários têm tido, Pedrowski Teca afirmou que têm sido simplesmente apoios morais, primeiramente porque as ações pacíficas exercidas pelos mesmos, não têm sido atividades de grande envergadura financeira, sendo efetuados por contribuições internas dos ativistas. Mencionando por exemplo: a impressão de camisolas e panfletos e o uso das redes sociais para a comunicação e mobilização.

O ativista descarta as acusações sobre apoios financeiros externos ou mesmo internas, sendo que, apesar dos ativistas terem por inúmeras vezes solicitado de organizações nacionais, pela desinformação do regime Angolano, as mesmas recusam-se sempre em conceder apoios financeiros ou materiais ao movimento, permanecendo apenas em apoio moral, em comunicados de imprensa, salvo em casos individuais quando os ativistas são espancados ou detidos, e necessitam de assessoria médica e jurídica.

Os participantes da referida conferência, provenientes de vários países da África e do mundo, também aderiram a campanha “Liberdade Já”, tendo juntado suas vozes na exigência da liberdade dos 15 ativistas Angolanos, conforme demonstra a fotografia na apresentação.
A apresentação do ativista Angolano e de outros participantes serão compilados em um livro, que será divulgado brevemente.