Luanda - Não ficaria a parte nesse momento, a exteriorização dos pilastes religiosos, que direita ou indirectamente foram heróis na libertação do povo angolano, do jugo colonial. É assim, que tomei o tempo para o efeito dando a conhecer aos que não sabiam, que existia outros motores moventes razão de contributos no surgimento de grupos como nos referiremos no desenvolvimento que debateram-se contra as ideologias e barbarismo da colonização. Grupos estes, conhecidos há nível da história do País.

Fonte: Club-k.net

A Religião é uma atitude assumida pelo homem perante um poder sobre-humano, do qual se reconhece dependente como criatura sua. Tal atitude, expresse à nível social, constitui a base comum a todo fenómeno religioso.

A Religião é também uma instituição social, que tem funções de resistência e transformações da mesma, na medida em que grupos, conscientes da sua condição social, passam a operar suas representações e práticas religiosas como um protesto da ordem social e política estabelecida, e busca novas legitimações na direcção da crítica social. Além da salvação das almas do ser social, religião tem uma função imperiosa a de dar consciência da condição social e lutar para sair dele; fornecer estratégias das ideologias, que podem ser pensadas como formas da religião enfrentar os poderes dominantes, e produzir discursos críticos sobre eles em nome da fé; perceber se as ideologias são coerentes, se não dissimulam a realidade e se expressam uma objectividade da realidade para qual convergem os pontos de vistas, independentemente da condição social; compete também a ela ao poder civil moderno legitime a ideia secular de que o poder vem do povo.

O funcionalismo religioso admite a religião enquanto elemento constituinte de um sistema social total, como um factor de coesão e integração social, fonte da paz interior individual, e elemento de apoio a uma ordem social estabelecida. Em suma, afirma que todas as sociedades necessitam da religião e que as três limitações da natureza humana são universais: contingência, impotência e penúria.

No começo da lutas da libertação, o fenómeno da estabilidade extraordinária da consciência religiosa nos países africanos, explica se como uma reacção da defesa face à expansão colonialista e neocolonialista. Não sendo capazes de contrapor alguma alternativa substancial (económica e militar), as sociedades africanas viraram-se essencialmente para os mecanismos de oposição espiritual, afim de revitalizarem os factos sociais mais importantes da sua herança cultural. As sociedades africanas frequentemente mostraram-se capazes de tomar a iniciativa intelectual, gerando numerosas e diversas variantes do secretismo religioso herético.

A religião em África naquela época, representava uma força política activa, constituindo um dos factores decisivos da politica interna.

O do nacionalismo à independência

Kimbanguismo, religião iniciada por Simão kimbango, que durante sua juventude, teve uma série de problemas e revelações que lhe pressistiam a reconhecer a sua missão espiritual neste mundo, que culminou com a experiência crucial de 18 de Março de 1921, o grande sonho de recepção de um livro por uma pessoa estranha que não se identificava como pessoa (espírito santo) onde continha, orientações para libertação dos negros africanos relativamente do baixo Congo.

Salienta-se que a religião de Simão Kimbango, encontra-se na origem de todos movimentos messiânicos e proféticos da província de Leopoldivill e do antigo Médio Congo. No princípio de 1921, kimbanguísmo revelava-se um movimento organizado, preparado para cristalizar no seu seio a sensibilidade religiosa da população e para desencadear em seu proveito, todas as forças explosivas do nacionalismo e do racismo. Kimbanguismo apresentava-se indep-independente, de toda e qualquer religião estrangeira, isto é, das provenientes do Ocidente por influência dos colonos europeus e americanos. Era uma religião dos negros, como havia de ser mais tarde o refrão de kintwadi.

No domínio político, kimbanguísmo foi o primeiro movimento de reacção exteriorizado em todo o Baixo Congo. Em 1921 não existia nesta vasta região, nenhum modo de expressão religiosa política. O aparecimento do kimbanguísmo religião sintética negra, provocou naturalmente a cristalização à volta dele, de uma infinidade de outras tendências racionárias à influência europeia. É só quando a administração, mais liberal consentiu em que os africanos se ligassem a associações políticas, é que foi possível ao kimbanguísmo expurgar-se, pouco a pouco, de tudo o que não fosse puramente religioso.

Deste modo o movimento Kimbanguista pode tornar-se numa Seita política-religiosa, exacerbando o sentimento nacional contra a administrativo colonial e empregando-o de um autêntico racismo.

Na época de 1921, Simão Kimbango já não fazia curas frequentes, mas sim, pregava a África para os Negros, a prepararem guerra contra os brancos. Pregava também contra a interdição de inúmeros cânticos que suscitavam sentimentos de indignação e revolta. As suas pregações, também estava na base de influenciar os bacongos do Baixo-Congo, onde havia angolanos em diáspora, com cânticos como forma de expandir o sentimento nacionalista e, contra a presença europeia.

Kimbango pregava efectivamente, a proibição de vestir a forma europeia, de pagar o imposto, fazer culturas obrigatórias, de ir aos hospitais, às escolas, as administrações. Tudo isso traria necessariamente profundas alteração na vida económica política e social do Baixo Congo onde havia muitos angolanos.

O Kimbanguismo que tinha o ferrete de que era o mais tipicamente africano, e o cunho de origem de um grande povo, o povo bacongo na clandestinidade ou fora dela, era o estandarte dianteiro dos ataques aos europeus. Era contemplado como dominante do sentimento nacional e, inimigo da dominação colonial. Kimbanguísmo apresentava-se aos olhos do povo africano concretamente do congo como a primeira grande vitória sobre o colonialismo.

O Baixo Congo era partilhado pelos povos dos dois Congos e de Angola. No momento do exílo dos angolanos no Congo Ex-Belga fugindo a opressaõ colonial na província portuguesa angolana, muitos angolanos fizeram parte desta da religião kimbanguista e uns amigos do seu fundador, Simão kimbango.

Com isto, os angolanos na Diáspora, Congo ex-Belga, África e mundo inteiro, ouviram e compreenderam a mensagem do Kimbango. Interpreitando a linhagem do seu pensamento, começa assim o despertar das suas mentalidades em formar associações e movimentos políticos para a luta contra o colonialismo, com a finalidade de alcançar a independência nacional. Aqui, surgem algumas associações e movimentos políticos entre grupos dos angolanos exilados. À nível do mundo, começam a surgir protestos contra a presença portuguesa em Angola, no seio dos intelectuais e deportados, como é o caso co Congo, Europa e Àsia: NTOBACO, M.A.C, F.R.A.I.N, P.D.A, Liga Africana, Casa dos Estudantes do Império, Imprensa, U.N.I.T.A, sem contar com grandes movimentos como a F.N.L.A, M.P.L.A e a U.N.I.T.A.

É desta maneira que os ensinamentos religiosos nacionalistas de Simão Kimbangu, no Congo Ex-Belga, tocaram os filhos angolanos que se encontravam na opressão colonial, que os levou produzir ideias de lutarem para a libertação da sua querida pátria. Com a sua mensagem, os grupos já organizados dos angolanos fora da sua terra, consolidaram-se.

Tocoísmo, do nacionalista a independência nacional

Tocoísmo, religião começada pro Simão Gonçalves Toco na República do Congo Ex-Belga em 23 de Julho de 1949. No exílio Simão toco encontrava se na Igreja Baptista, por consideração do Simão Kimbangu que conheceu no Congo. Iniciou com a sua Igreja, depois de ter bebido de Simão kimbango, inspirações estes, que lhe convenceram a começar com o seu movimento religioso, quando à sua desistência do kimbanguismo. Tocoismo estende-se às terras de origem (Angoal), com a deportação do seu fundador e dos seus membros, no dia 09 de 01 de 1950, chegando em alguns colonatos angolanos. Teve início em Angola, concretamente na capital do País, depois para a província do Uíge e seguidamente expandiu-se para todo o território angolano.

Simão Gonçalves Toco, nasceu na Província do Uíge Município de Maquela do Zombo na Aldeia de Mbanza Zulumongo aos 24 de Fevereiro de 1918 e morreu em Luanda aos 01 de Janeiro de 1984. Sofreu 23 anos de prisão por ser nacionalista religioso o que lhe levou a ser considerado a nível dos escritores, o Mandele de Angola. Sobre tudo, foi fundador de uma religião com competências e consolidações adquiridas na guerra civil, que produziu a independência e com a demonstração crítica que teve com todos os sectores enfrentados.

Depois das inspiração adquiridas pelo seu grande mestre Kimbango no Congo Ex-Belga, Toco não estava a margem de poder se manifestar no que pensava para a libertação do Negro africano, da magnifica terra e dos seus compatriotas, que se encontravam na opressão portuguesa, que não tinham o princípio de se tornarem independentes.

Simão Toco emigrou-se no Congo Belga em 1941, fugindo opressão colonial instalando se na província de Matadi. O Tocoísmo tinha como objectivo político principal, a libertação de Angola de qualquer tipo de escravidão colonial. O reforço da nova religião tinha como o potencial poder submersível que a ditadura atribuía aos cultos nativos. No seio dos angolanos emigrantes e não só, como palavras de libertação na opressão, pregava contra a presença portuguesa em Angola, contemplando-os como inimigos da paz, cultura, crença e outras atitudes de negros angolanos por isso, decididamente combateu-os de diferentes formas como: a formação de grupos no exílio que promoviam a identidade africana angolana, através de coros religiosos e outras acções políticas, dizendo-os também que a religião postulava em último caso, o primordial é a liberdade do negro angolano e africano do jugo colonial. O objectivo principal, é o fim do sistema colonial em toda Angola e as suas transformações políticas e mudanças de regimes.

Toco nos seus discursos, dizia aos seus compatriotas que havia de surgir uma nova ordem que sob o reino de um novo Cristo, derrubaria as autoridades e poderes actuais para reinar a justiça. Com a autorização do governo português segundo as pregações anti-coloniais que dirigia, Toco foi deportado para Angola acompanhado de outros irmãos, segundo o despacho do dia 08 de Dezembro de 1941, em janeiro de 1950.

Estes deportados, tinham atitudes anti-coloniais, por isso nos trabalhos que faziam os seus salários, eram inferiores em relação dos outros trabalhadores encontrados. Este foi a razão que levou os deportados a desistirem no pagamento dos impostos. No Colonato de Caconda (Huíla), na clandestinidade, desenvolvia as suas actividades anti-coloniais que visavam a libertação de África e de Angola.

O fulcro dos discursos do Simão Toco nas Associações Culturais e Grupos Religiosos, centrava se na independência de África e do Negro angolano na opressão colonial, no combate de qualquer forma negativa do procedimento colonial como é o caso cultural, social, económico, religioso, político e humano. Foi neste momento com elogios dos seus discursos que foi reconhecido e considerado como o Mandela de Angola, o , o Redentor Jesus Cristo que havia de voltar na terra para salvar os Negros africanos e de angola da opressão colonial. Os grupos, associações e movimentos que surgiram na época, começaram a reconhecer a reputação de Simão Toco através das suas mensagens divinas.

O Tocoismo, tocou muito o íntimo dos angolanos, ganhando força nas suas organizações e começando com invasões que os conduziu a guerra da libertação árduo até 1975, atingindo o objectivo, junto das outras formações políticas que tiveram a sua origem noutros cantos do mundo. Neste caso, marca o grande corredor profundo feito por Profeta Simão Gonçalves Toco quanto as organizações políticas religiosas que se empenharam na luta de libertação nacional.

Os ideias do Kimbanguismo e de Tocoismo, foram iluminadores cujo frutos em credibilidade, a independência que os interessados angolanos apreciaram com muita satisfação e gratidão no dia 11 de Novembro de 1975. Agora, 11 de Novembro de 2015, 40 anos de independência.

Peço a todos maior atenção ao fazerem apreensão racional da leitura, quanto as formas referidas, como combateram o colonialismo e o objecto que lhes fixa na classe de nacionalistas e heróis da independência de Angola. Mais uma vez, são profetas cuja histórico-político religioso, encontra se subentendida na história angolana existente à superfície. Façam criticas pertinentes, sem características tribais de modo a contribuírem para o desenvolvimento da história africana, angolana.

Obrigado.