Lisboa – As autoridades angolanas fracassaram em Março de 2012, um atentado que resultaria no linchamento público do acadêmico e líder do Bloco Democrático, Justino Pinto de Andrade.

 Fonte: Club-k.net

PGR   ignora praticas de  repressão contra opositores ao regime  

De acordo com revelações de fontes de meios habilitados, o acadêmico seria linchado por um grupo coordenado pelo então responsável do Gabinete Técnico do Comitê Provincial de Luanda, Júnior Mauricio “Tcheú”, que por sua vez, actuaria em colaboração com forças de segurança (Milícias  e Polícia Nacional).

 

Justino Pinto de Andrade, segundo acompanhamento do regime, na altura, tencionava se deslocar aos arredores da Maianga (Sagrada Família e Primeiro de Maio), a fim de presenciar a distancia, uma manifestação em Luanda, convocada por um movimento estudantil que visou protestar a designação, na altura de Suzana Inglês para a presidência da Comissão Nacional Eleitoral (CNE).

 

Dias antes da realização desta  manifestação estudantil, um elemento do regime angolano que supostamente nutria respeito pelo acadêmico, alertou ao mesmo sobre os planos do gabinete do MPLA pedindo-o que não saísse a rua por alegadas razões de segurança.

 

No dia em que se realizou a manifestação, o acadêmico não foi ao município da Maianga. Por seu turno, os órgãos de segurança o terão confundido com um outro colega seu, Filomeno Vieira Lopes, na altura Secretario Geral do Bloco Democrático que acabou sendo alvo da política de repressão do executivo sob liderança do Presidente José Eduardo dos Santos.

 

Filomeno Lopes foi precisamente agredido pelas autoridades quando estava a conversar com mais pessoas na zona da Sagrada Família, junto ao Hospital Militar, depois de ter alertado por telefone a então comandante provincial da Polícia Nacional, Elizabeth Franque, de que vários civis, de óculos escuros e empunhando barras de ferro se estavam a aproximar do local onde ele se encontrava. Da agressão, o politico ficou com o braço partido e com ferimentos na cabeça fruto da pancada com a barra de ferro.

 

Neste mesmo dia, o responsável do MPLA, Junior Mauricio “Tcheú” que dirigia a operação de repressão tencionava também reprimir uma senhora da UNITA, Elsa Luvualu. “Tcheú” recuado depois de um colega seu ter-se posto a frente pedindo que não reprimisse a senhora sob alegação de que esta ser sua tia. Elsa Luvualu é a viúva de um histórico do MPLA, Pascoal Luvualu que depois da morte do esposo  juntou-se a UNITA de Isaías Samakuva.

 

Antecedentes

 

Dois meses depois, destes actos de repressão, este mesmo Gabinete do MPLA participou numa outra missão de assassinato a dois cidadãos Isaías Cassule e Alves Kamulingue, por estes terem realizado uma manifestação para exigir subsidio dos antigos combatentes. Em tribunal, o dirigente do MPLA, Junior Mauricio “Tchéu” revelou que o seu grupo de repressão agiu em coordenação com o chefe da direção da Inteligência Militar das FAA, tenente general Filomeno Peres “Filó”, que entretanto nunca se fez presente em tribunal por beneficiar de apoio politico.

 

Desde que o político Filomeno Vieira Lopes foi agredido, a Procuradoria do general João Maria de Sousa, como órgão fiscalizador da lei, nunca se pronunciou sobre o caso afim de levar as barras do Tribunal todos os efectivos da Polícia Nacional e do Gabinete do MPLA, que estiveram envolvidos nesta operação de linchamento que também já vitimou Luaty Beirão e outras figuras críticas ao regime do Presidente José Eduardo dos Santos.