Exas Membros da Direcção do Partido!

­ Prezados Convidados!

­ Senhoras!

­ Senhores!

 

Sob o nosso lema de candidatura “UNITA – Guia e Escola da Democracia em Angola”, aproveitamos agradecer a todos os presentes por terem acedido ao nosso convite e pedimos para se juntarem a essa singela reflexão.

 

Amanhã, dia 11 de Novembro de 2015, Angola completará 40 anos como País Soberano e Independente do Jugo colonial português. De 3 a 5 de Dezembro deste ano, a UNITA realizará o seu 12o Congresso Ordinário. A 13 de Março de 2016, a UNITA completará 50 anos de existência, consagrados ao serviço do Povo angolano e, finalmente, em 2017, o país realizará as eleições gerais.

 

Estes acontecimentos anunciam outros tempos políticos na Agenda Política Nacional, que configuram o fim de um ciclo político e a transição para o outro.

 

Estes ciclos políticos têm marcado a História Política de Angola pós­colonial até aos nossos dias. Depois do 25 de Abril de 1974, os reflexos imediatos sentidos na política de Angola, relacionados às potências de então em profunda “Guerra Fria” marcaram Angola até 1991, terminando com a retirada da URSS e do Corpo expedicionário cubano de Angola. segundo ciclo iniciado em 1992 depois das primeiras eleições gerais, é marcado pela guerra que é sustentada pelos momentos áureos do petróleo que também passou a consolidar o poder do MPLA na transição da República Popular de Angola para a República de Angola.

 

Na vida da UNITA, estes ciclos políticos foram acompanhados por Congressos Ordinários, tais como; o 3o Congresso, realizado nas margens do rio Kutaho no Moxico, a 13 de Agosto de 1974, que previu o fim do regime facista em Portugal e perspectivou estratégias e programas de descolonização de Angola; O 4o Congresso, realizado na Benda, Huambo, aos 23 de Março de 1977, lançou os fundamentos da resistência generalizada ao expansionismo russo­cubano em Angola; O 5o Congresso, realizado em 1982, traçou a estratégia de expansão da resistência generalizada em todo país; O 6o Congresso, realizado em 1986, deu o primeiro sinal para lançar a plataforma para a paz em Angola e o 7o Congresso, realizado em 1991, na Base Kwame N’Krumah, que planificou o momento da transição para o fim da guerra, a retirada do corpo expedicionario de russos e cubanos de Angola, a formação das Forças Armadas de Angola e a realização das primeiras eleições da Angola independente.

 

O 12o Congresso Ordinário da UNITA coloca­se na mesma perspectiva de dois grandes congressos, nomeadamente o 3o e o 7o Congressos Ordinários que marcaram transições como a que Angola vai vivenciar no período de 2017/2022, independentemente do resultado eleitoral, por se tratar do último mandato do actual Presidente do MPLA como Presidente da República, o Engo José Eduardo dos Santos.

 

Senhoras e! Senhores!

É nesta transição política, que pode começar mais cedo ou mais tarde, que Angola e os angolanos vão ter de enfrentar mais um desafio decisivo na estabilização do país com a consolidação da democracia.

 

Neste contexto de transição política, a UNITA tem a responsabilidade histórica de desempenhar o papel preponderante de força política dialogante que busca no todo da sociedade a reconciliação e a unidade catalizadoras da esperança para um futuro melhor para todos os angolanos. Para se atingir esse desiderato, a UNITA precisará de, nesse 12o Congresso Ordinário, eleger uma Direcção que tenha visão estratégica, perspicácia e capacidade de identificar a força política do Partido para transformá­la em poder real que será determinante nos equilíbrios que se estabelecerão nessa inevitável transição; companheiros, esta é a razão da nossa candidatura.

 

Por isso, a nossa candidatura tem em Angola, no povo angolano e na UNITA a razão de acreditar que o objectivo estratégico por nós determinado, tem o condão de dispensar o ego do canditato e previlegiar o papel da UNITA como Guia.

 

O objectivo estratégico, já mencionado, que é a causa da nossa candidatura, desdobra-­se em 5 pilares estruturantes que capacitados, se transformam em poder real da UNITA; e esses pilares são:

 

1o ­ O interesse do Povo Angolano;

2o ­ A Base Social de Apoio da UNITA;

3o ­ A Estrutura e os Quadros da UNITA;

4o ­ Os Princípios e Valores da UNITA;

5o ­ A Doutrina da UNITA.

 

Assim, proponho­me concorrer a Presidente da UNITA, a fim de aprofundar a visão de Jonas Malheiro Savimbi para retirarmos a UNITA da actual situação, converter a sua força política em poder real e provocar a alternância no País. A visão do Dr. Jonas Malheiro Savimbi sob a qual pretendo trabalhar, radica na ideia de que são os factores internos que determinam os factores externos. Não é proibido sonhar. Por isso não é novidade prometer a victória aos militantes. Já tivemos essa promessa em 2003, 2007, 2011.

 

Portanto, o segredo não está em prometer a vitória, mas na fórmula para se chegar a ela. Não haja ilusões companheiros! Sem que a UNITA se capacite e se assuma, sem converter a força da UNITA em poder real, tudo não passará de sonhos. Faremos as mesmas promessas e teremos os mesmos resultados, onde à partida já se sabe quem ganha e a diferença será apenas a de se saber quantos votos serão atribuidos à UNITA.

 

A escola da UNITA ensinou­nos que há sim poder no nosso Partido. Há enorme poder na UNITA, tanto é que a UNITA não só influenciou como determinou em momentos importantes da história recente de Angola a Agenda Política do País e as instituições do estado tiveram de se conformar com o modelo de Estado Democrático de Direito que está em construção. Isso, não só prova, que há poder na UNITA, como também, que as instituições do Estado, são a projecção da expressão de força e do poder dos Partidos na interpretação da soberania que reside no povo. Essa sim é a visão de Jonas Malheiro Savimbi.

 

A visão de não existência de poder nos Partidos Políticos é contrária a da UNITA e é esta que nos últimos 12 anos tem caracterizado a gestão do Partido. É esta gestão que nos propomos alterar a partir deste Congresso com o mandato que nos for conferido.

 

As mudanças que Angola hoje vive ainda são o reflexo do trabalho do Presidente Fundador Dr. Jonas Malheiro Savimbi. A equipe que iniciou a obra, constituída pelos conjurados do 13 de Março continuará a ser a mesma. Cada um de nós tenha sempre consciência de que é mais um que se junta a equipe dos conjurados que deverá ser mantida pelos seus ideais de Muangai. Por isso, não haja pretensão de pensarmos que a causa da UNITA é de uma geração. A causa da UNITA é uma obra transversal. Logo, cada geração cumprirá no seu tempo, a sua missão.

 

Ficamos sem a presença física do Presidente Fundador. Contudo, legou­-nos uma escola que nos inspira e permite afirmar com convicção de que, quem afirma que na UNITA não existe poder, então não tem a noção de poder. E quem não tiver a noção da força que tem não terá Poder Real e quem não tiver o poder real não determinará mudanças. É essa a lógica da disputa do poder político. E dizia Jonas Malheiro Savimbi na sua magistral orientação que passo a citar: “Se não tiverdes consciência da vossa força, sereis vítimas da vossa própria ignorância”.

 

A ausência de uma noção acertada de força política e poder levou­-nos a desperdiçar em 2004, a oportunidade de legarmos ao País uma Constituição melhor do que a que temos hoje, quando tínhamos um poder de bloqueio no debate constitucional;

 

A UNITA teve de vivenciar em 2008 e 2012 mais duas fraudes eleitorais, mesmo depois de se ter aprendido com o Mestre a amarga lição de 1992 e este ter transmitido luzes suficientes para se evitar tropeços semelhantes.

 

Permitiu-­se que os nossos companheiros na base ficassem expostos e de forma recorrente à ferocidade dos actos de intolerância política da parte do MPLA, sendo disso como exemplo, a longa lista de assassinatos de Angolanos, membros da UNITA, de outros Partidos da oposição e da sociedade civil. Tudo isso, porque as estruturas locais de base, lhes tem faltado o apoio institucional para criar capacidades de contenção de tais práticas;

 

Companheiros, protejamos a UNITA porque cada actor é um agente passageiro. A UNITA depois de 12 anos de transição, está obrigada a fechar o ciclo desta transição pela alternância e não transmitir ao País a mesma imagem de apego ao poder que hoje é apanágio em Angola e em uma grande parte do nosso continente, África.

 

Os factos que a UNITA protagonizou e que a história de Angola registou, obrigam­nos a afirmar que a solução para uma transição pacífica passa pelo compromisso Nacional assente na multiculturalidade, na representatividade participativa e na unidade nacional.

Assegurada a igualdade de oportunidades, Angola tem capacidade de realizar as aspirações de todos os seus filhos.

 

UNITA – Guia e Escola da Democracia em Angola Kwacha – África;

Kwacha – Angola;

Kwacha – UNITA.

 

 

Muito obrigado.