Luanda - O Secretariado Executivo Nacional da Juventude Patriótica de Angola (J.P.A), braço juvenil da CASA-CE, reunido numa das suas secções ordinárias, depois de ter analisado a situação que o país vive e, em particular, os problemas que a juventude enfrenta, torna público o seguinte:

 

1) Felicitar D. Zeca Martins pela sua reeleição como Presidente da Comissão Pastoral da juventude católica de Angola, mas condenar as manobras do Executivo angolano que impedem, a todo custo, a expansão da Rádio Ecclésia por todo país, privando os angolanos e angolanas fora de Luanda de ouvirem a palavra de DEUS, por esta via;

2) Angola não vive apenas uma crise económica, mas também social, moral e política que resulta: da não diversificação da economia e de ideias sobre a governação do país; da partidarização do Estado; da exclusão daqueles que não são do MPLA e do princípio de “tudo vale para o regime se manter no poder”;

3) Esta crise atirou para pobreza a emergente classe média, tornou mendigos os que já eram pobres e está a enriquecer cada vez mais os pouquíssimos que já eram ricos. A saída da crise económica, social, moral e política só será possível com a saída do MPLA e do seu presidente do poder;

4) Lamentar o facto de o chefe de Estado angolano, sua Excelência Sr. José Eduardo dos Santos, ter esquecido, mais vez, homenagear os outros líderes da luta de Libertação Nacional, como por exemplo os nacionalistas: Holden Roberto, Jonas Savimbi, Simão Toco, Cónego Manuel das Neves, Mário Pinto de Andrade, etc. Esta postura demonstra que por mais que a nova geração que não milita no MPLA se esforce para contribuir positivamente para reconstrução física e social de Angola, jamais o seu contributo será reconhecido, enquanto o MPLA e o seu presidente se manterem no poder em Angola;

5) Relembrar os angolanos, as angolanas e, em particular, a juventude de que, no dia 23 de Novembro de 2013, o Eng.º Manuel Hilbert de Carvalho Ganga, em pleno exercício dos seus direitos de cidadania, foi barbaramente assassinado, pela Unidade de Segurança do Presidente da República de Angola, o Eng.º José Eduardo dos Santos. O suposto assassínio continua em liberdade e o seu julgamento vai prosseguir no dia 17 de Novembro de 2015, pelas 9 horas, na sala de crimes comuns do Palácio Dona Ana Joaquina, cujo acesso é livre;

6) Recordar, igualmente, que de 15 activistas sociais estão presos pelo crime de terem lido um livro numa sessão de “Focus group” e não aguardam o julgamento em liberdade, pois o julgamento dos “Revus” inicia no dia 16 de Novembro de 2015, no Tribunal IVª Secção dos crimes comuns, sedeado no Cacuaco;

7) Em função destes momentos que exigem unidade de acção de toda classe juvenil angolana, o Secretariado Executivo Nacional da JPA decidiu alargar as actividades referentes a Jornada do Patrono da JPA, Eng.º Hilbert Ganga, para os meses de Dezembro de 2015 e Janeiro de 2016;

8) Tendo em conta, o tratamento discriminatório e injusto de que são alvos os angolanos e as angolanas não militantes do MPLA e de todos que pensam diferente do Executivo; tendo em conta o cortejo de assassinatos políticos em Angola, onde se destacam os casos: Ricardo Melo, Nfulupinga Nlando Victor, sexta-feira sangrenta, massacre dos tocoistas, Cassule, Camulingue, Hilbert Ganga e família religiosa de Calupeteka, etc.; sendo o direito à vida e à Justiça fundamentais para consolidação do Estado de Direito e Democrático e desenvolvimento sustentável em Angola, a JPA apela o seguinte:

a) Todos os cidadãos, em especial, a juventude, devem assistir os referidos julgamentos como forma de dizer basta a violação do direito à vida e como sinal de solidariedade às pessoas e famílias afectadas;

b) Os participantes aos referidos julgamentos devem manter uma postura vigilante contra a manipulação de actos de violência; firmeza contra actos intimidatórios e rigor na manutenção do espirito de paz, da ordem e do respeito à lei;

c) As autoridades angolanas, em especial as forças da ordem pública, não devem impedir a solidariedade às vítimas e sim ajudar, de acordo com a lei, a garantir a ordem e a tranquilidade públicas nos locais de julgamento, pois, nós também, e não apenas os da JMPLA, somos angolanos, somos vossos filhos e netos.

VIVA ANGOLA, VIVA A CASA-CE, VIVA O PRESIDENTE ABEL CHIVUKUVUKU

QUE DEUS ABENÇOE ANGOLA E OS ANGOLANOS.

TODOS POR ANGOLA E UMA ANGOLA PARA TODOS

O SECRETARIADO EXECUTIVO NACIONAL DA JPA EM LUANDA, AOS 13 DE NOVEMBRO DE 2015