Luanda - O ministro das Finanças, Armando Manuel, reafirmou nesta terça-feira, em Luanda, a continuidade do esforço do Executivo em aumentar a transparência e a qualidade dos gastos públicos, no quadro da boa governação em curso no país.

Fonte: Angop

Falando no fórum sobre “Os desafios de Angola nos próximos 10 anos, oportunidades e desafios”, realizado a margem do lançamento da Revista “Forbes/Angola”, o governante fez saber que dessa conjuntura de esforços, resultará um termómetro seguro para se aquilatar a solvência não só das próprias instituições bancárias mas também a liquidez da economia em geral, através dos indicadores da qualidade do crédito concedido ao sector produtivo e ao consumo de bens e serviços produzidos internamente.

 

Tais indicadores, segundo Armando Manuel, constituem pontos focais de grande relevância para a avaliação dos riscos e oportunidades com que se defrontará a economia nacional nos próximos tempos, propiciando uma antevisão dos ajustes eventualmente necessários na gestão macroeconómica para se alcançarem os objectivos no Plano Nacional de Desenvolvimento 2013/2017.

 

Nesta perspectiva, de acordo com o governante, é fundamental que a gestão das finanças públicas continue atenta aos desenvolvimentos do cenário internacional, de tal maneira que não se coloquem em risco os fundamentos da transparência e da responsabilidade fiscal que asseguram a solidez das contas fiscais, monetárias e cambiais.

 

Indicou tal solidez tem sido a âncora de credibilidade politica, económica e financeira que proporciona ao sistema financeiro nacional um ambiente de negócios seguro, protegido contra o endividamento público incontrolável e os consequentes riscos de volatilidade na solvabilidade dos activos, contribuindo desta forma para a estabilidade monetária, a flutuação das taxas de câmbio e de juro de um modo consistente com o crescimento sustentável e o aumento do emprego na actividade não-petrolífera.

 

Fez saber este cenário que coincide com a avaliação da missão de assistência técnica, que nos termos do artigo 4º do estatuto do Fundo Monetário Internacional (FMI), visitou recentemente Angola, realizando uma profunda análise das contas macroeconómicas do país.

 

Explicou que enquanto em 2002 e 2008 a produção petrolífera representou, respectivamente, 46 e 58 porcento do Produto Interno Bruto (PIB), em 2014 representou apenas 35 porcento, mas entre 2008 e 2014 duplicou a taxa de crescimento do produto não-petrolífero.

 

Assim, avançou, as projecções apontam este ano para uma taxa de crescimento do PIB real de quatro porcento, com o sector petrolífero a crescer 7,8 porcento em consequência do aumento da produção, e o sector não petrolífero 2,4 porcento, reflectindo os níveis de crescimento da agricultura (2,5 porcento), da industria transformadora (2,6 porcento) e dos serviços mercantis (2,2 porcento).

 

O sector de energia deverá crescer 12 porcento, o da construção civil e obras públicas 3,5 porcento, enquanto que o dos diamantes (2,2).

 

Quanto ao lançamento da revista, dedicada a divulgação internacional do actual momento das empresas e das economias lusófonas, o ministro disse que a mesma vai contribuir em grande medida para divulgação das potencialidades do país em varias domínios.

 

Com uma tiragem mensal de 7.500 exemplares, a revista Forbes Angola está a ser comercializada ao preço único de 800 Kwanzas e sua distribuição será feita pelas formas normais ou distribuidora local e edição digital com aplicação para descarregar em smartphone a partir de qualquer país.

 

A mesma é detida pela empresa ZAP Publishing e resulta de um licenciamento de revista norte-americana Forbes, que a quase 100 anos é publicada e desde então é uma referência no mundo dos negócios em todo o mundo.

Durante o fórum foram abordados outros temas, como ““África no contexto geopolítico e económico”, “Os Desafios Económicos de Angola” e “Angola quais são os Caminhos”.


Estiveram presentes na cerimonia de lançamento, membros do Governo, representantes da Forbes e empresários.