Washington - O ministro das Relações Exteriores de Angola Georges Chikoti disse nesta quarta-feira em Washington que compete ao sistema judicial decidir o futuro dos activistas acusados de rebelião e actos preparatórios de golpe de Estado.

Fonte: VOA

Ao mesmo tempo, o ministro da justiça, Rui Mangueira avistava-se com organizações de direitos humanos também para corrigir o que chama de “desinformação” que rodeia o caso dos activistas.


Chikoti falava durante uma conferência no Centro Wilson e a julgar pelas suas palavras e pelas declarações da embaixadora americana, Helen la Lime, as relações entre os dois governos vão bem e há mesmo vontade mútuas de as aprofundar.

O chefe da diplomacia angolana disse à audiência que, na parceria estratégica entre os Estados Unidos e Angola, inclui-se não só questões de segurança e economia, mas também de direitos humanos.

Georges Chikoti afirmou que o tema dos direitos humanos “é vista como uma questão difícil, mas o Governo angolano está aberto à discussão” e com vontade de melhorar em todas as áreas de interesse para ambos os lados.

“Acreditamos que algumas preocupações que os nossos parceiros levantam relacionados com direitos humanos, democracia, liberdade de imprensa são muito importante para o crescimento angolano”, reiterou.

Contudo, afirmou, esse crescimento deve ser feito a um ritmo que pode ser controlado e deve ter em conta as realidades angolanas, como um país que saiu uma situação complicada de guerra e a vontade de se manter a unidade.

No que diz respeito concretamente à questão dos activistas a serem julgados, Chikoti disse acreditar que o Governo teve razão em detê-los, mas que agora compete ao sistema judicial decidir o seu futuro.

“O julgamento começou portanto deixamos isso nas mãos do sistema judicial”, pediu Chikoti que acrescentou: “Acreditamos que a decisão do sistema judicial será ajusta mas devemos esperar pelo fim do processo legal.”

 

Por seu turno, o ministro da justiça Rui Mangueira disse ter mantido conversações não só com as autoridades governamentais americanas sobre diversos assuntos internacionais incluindo direitos humanos, mas também com 25 organizações não governamentais, incluindo a Amnistia Internacional e a Human Rights Watch para discutir a questão de direitos humanos.

Mangueira disse haver muita “desinformação” não só sobre o caso dos activistas como sobre o sistema judicial angolano e que nesse encontro, “a pedido do Governo angolano”, prestou esclarecimentos não só sobre isso, mas também sobre os detalhes do processo legal contra activistas acusados de rebelião.

“Esse encontro visava dar a conhecer toda a legalidade do processo e nós explicamos que em Angola as pessoas são julgadas nos termos da lei e ninguém pode ser incriminado sem uma lei”, revelou.

“Acho que ficaram bastante satisfeitos com os esclarecimentos que foram prestados”, concluiu o ministro da Justiça.