Benguela - Isaac dos Anjos (IA) foi empossado como governador de Benguela, no dia 9 de Maio de 2013. Nesta qualidade pisou o solo benguelense nas vésperas dos 396 anos da existência da cidade das Acácias Rubras. Depois de na mesma qualidade ter “aguentado” as províncias da Huila e do Namibe.

Fonte: Club-k.net

Tão logo recebeu as pastas do seu antecessor Armando da Cruz Neto, determinou o prazo inicial de 100 dias para que os seus subordinados mostrassem rigorosamente algum trabalho, sob pena de serem “barbaramente substituídos”. Num tom provocante, irónico e frontal (algumas vezes excessivo e ridículo) garantiu-lhes que bebessem o vinho ou o champanhe à vontade, e que quando chegassem o momento faria de cada um o que quisesse.

Por outro lado, o novo governador percorreu aldeias, comunas, povoações e municípios da sua nova área de jurisdição, falou com quase todos e criou na generalidade da opinião pública enormes expectativas “quem sairia e quem entraria.”

A pauta do ponto de vista dos administradores municipais vitimou inicialmente, o esperado Caetano Mateus Lopes(CML), então administrador municipal da Ganda, uma figura pouco consensual e de trato difícil sobretudo no atendimento ao público e no tratamento dos seus subordinados. Deixara meio mundo satisfeito, porquanto os seus detractores acusavam-no de “ditador”.

E teve uma governação para esquecer, com a sua saída pareceu que Ganda “renasceu das cinzas e da asfixia da democracia”. Enquanto, os aliados de CML choravam amargamente a sua exoneração, pois para eles “foi um bom camarada”. Deixou-os órfãos!

António Kapewa Kalianguila(AKK) que era o administrador adjunto do Cubal, substituiu-lhe, despertando assim, esperança aos munícipes, pois, que, encontrara um cenário aparente de uma “guerra interna” sem precedentes na história daquela localidade sobretudo no partido que governa o país. Porque o seu predecessor era também o primeiro secretário.

AKK recebeu queixinhas de todo tipo até dos antigos aliados de CML. Pois, alguns faziam ou diziam “inverdade da verdade” para manterem-se nos cargos, enquanto outros, almejavam grandes voos. Portanto, AKK tinha sobre as suas mãos “ferro quente”.

Mas AKK parece que aguentou bem a pressão musculada e traiçoeira, e o Município hoje anda “assim-assim”, resistindo o velho e crónico problema da energia elétrica substancialmente, a iluminação pública e a água canalizada para a grande periferia da cidade.

No Cubal, António Saraiva (AS) então administrador municipal foi substituído por Carlos Guardado, o seu adjunto passou a ser Fernando Belo (está aguentar bem o ensaio na governação) entrou para o lugar de AKK despachado como bombeiro na Ganda.

No dia da apresentação do novo elenco aos populares do Cubal foi dito que um dos maiores problemas do município era o conflito de terras, dando a perceber implicitamente, que o antecessor de Guardado soubesse de mais alguma coisa sobre o assunto.

Por isso, ao novo administrador foram dadas orientações precisas para que pudesse resolver esse impasse.

A dupla Guardado e Belo saído no litoral da Província numa clara alusão que o interior não há “quadros competentes”, pelo menos soaram assim algumas vozes, defensoras dos “nativos locais”. Hoje por hoje, há nitidamente, algum “avanço governativo” naquela área, sem esquecer, no entanto os grandes entraves (energia elétrica e água). Mas a cidade ganhou um pouco o turismo interno. E também reduziu ou pelo menos deixaram de ser mais mediáticos a “ intolerância politica”. Porquanto, até briga de mulheres rivais era intolerância politica.

AS depois de um período de “abstinência governativa” foi nomeado director provincial de Hotelaria e Turismo de Benguela, e até ao momento é o único que depois de “expulso de um cargo ” pelo próprio IA, também o ressuscitou.

Os detractores de AS já não contavam com ele no consulado de IA, e hoje dizem que ele vive “mudo e calado” das novas funções que exerce por não entender nada de Hotelaria muito menos Turismo. Não será inveja ou olho grande?”.

A verdadeira guerra-fria tinha sido estalada no Município do Lobito entre IA e Amaro Ricardo (AR). Pelo menos, as intervenções públicas de ambos, principalmente de IA, sobretudo como ele idealizava (idealiza) “a sala de visitas de Angola” colidia com alguns sectores, e também, tirava-lhe sono o negócio milionário de venda de terrenos.

As hostilidades Intensificaram-se por causa da calamidade de 11 de Março de 2015, (as chuvas que mataram quase 100 pessoas e deixaram o Lobito em nudez). Toda culpa foi atribuída ao AR, desde as valas de drenagem até ao impossível. E isto ficou claro quando foi justificado a opinião pública porque da sua exoneração no cargo de administrador.

AR questionado pelos jornalistas sobre as palavras do seu ex- patrão, relativo a sua saída, preferiu ignorar que não ouvira nada. O que é uma autêntica ironia e afronta, AR ouvira sim, mas evitou aprofundar o debate na praça pública, até porque fora fustigado incansavelmente pela letra do papel numa inequívoca perseguição e num autêntico atentado a sua pessoa.

Entrou para o lugar de AR, o já polêmico Alberto Ngongo que varreu toda “purga” do seu antecessor, herdou e arranjou problemas de terras. Estes são dados preliminares do seu consulado, pensamos ser muito prematuro avaliá-lo, todavia os indícios são arrepiantes.

Parece que IA usou bem as suas vítimas a nível dos municípios (livrou-se dos incómodos). Porque os seus aliados (alguns administradores) sobreviveram do nada, embora no inicio morressem de medo (Benguela, Baia-Farta, Catumbela, Bocoio, Balombo e Caimbambo, quanto ao Chongoroi era quase consensual a saída de Montenegro por limite de idade).

Maria João administradora da Baia-Farta resistiu a tempestade inexplicavelmente, e hoje continua a exercer o seu cargo sem problemas de maior. E, melhorou também nas suas intervenções públicas sobretudo com os jornalistas.

Andou quase que a prémio a cabeça de Leopoldo Muhongo administrador municipal de Benguela, os seus “inimigos de estimação” tentaram tudo para que ele fosse para rua da amargura. Falou-se à boca pequena que inicialmente, IA não entendeu como um “miúdo” governava a capital da Província, pois que é uma terra apetecível para todos.

Foram momentos de trémula e insónias para Muhongo que quase fazia o impossível para sua permanência. Não obstante, as suas capacidades intelectuais e a sua visão “ ao extra-governo”. Assim, sobreviveu contra todas as expectativas e hoje parece que tem o poder consolidado apesar de algumas “linhas tenebrosas”.

Por conseguinte, é assim a pauta do professor IA quanto aos administradores municipais.

Domingos Chipilica Eduardo.