Lisboa - As autoridades judiciais angolanas admitiram ao mais alto nível falhas contidas no processo do falecido  Jorge Valério cujo julgamento decorre, desde algumas semanas em Luanda.

 Fonte: Club-k.net

Procuradoria e DNIC procuram como  justificar falhas   do processo

A admissão das falhas, aconteceu no passado dia 10 de Novembro a margem de uma reunião de emergência na qual as autoridades pretenderam analisar como contornar o descontrole que estariam a ter sobre os detidos que tem estado  a fazer revelações comprometedoras como confissões de torturas por parte da DNIC, do comandante Eugenio Alexandre para   assumirem  o crime.

 

Yemanjá Videira, a procuradora e representante do Ministério Publico que também seria convidada a estar presente na reunião em referencia, não foi a tempo de comparecer por ter estado numa  audiência no Tribunal de Luanda. Esteve também presente o responsável máximo do Serviço de Investigação Criminal (SIC). Foi também convidado a estar presente Deodato José Paim Santos Inácio, o procurador que inicialmente acompanhou o Processo. Deodato foi no ano passado transferido para o SME, por suposta conduta indecorosa no “caso falso filho do PR”.

 

Ao longo da reunião, a “entidade máxima” que a chefiou a reunião  revelou-se preocupada tento transmitido aos presentes que a procuradora Yemanjá Videira estava a queixar-se das falhas contidas no processo, que acabam por pôr em causa o trabalho das autoridades judiciais envolvidas  nas investigações.

 

De acordo com um resumo, a reunião centrou-se em três ponto a considerar.

 

- Como justificar a questão dos tiros. No Processo preparado pela DNIC alega-se  que neste dia não houve tiros porque a pistola dos bandidos encravou por duas vezes. Está versão da DNIC é desmentida por populares que vivem nos arredores onde o rapaz foi morto. Em entrevista a TPA, estes alegaram que ouviram muitos tiros naquela noite por isso é que não saíram para socorrer ou para entender o que estava acontecer naquele dia.

 

- Como justificar a falha da DNIC, uma vez que as impressões digitais encontradas no dia da pericia não correspondem com a de nenhum dos supostos bandidos que as autoridades apresentaram a imprensa alegando ser os que assassinaram Jorge Valério Coelho da Cruz

 

  - Como justificar as declarações divergentes dos supostos bandidos contidas no processo. No processo da procuradoria consta que um dos réus revelou que para chegar ao local do crime, dirigiram-se pela rua da Samba enquanto que um outro réu alegou que foram pela rua do Aeroporto/Rocha Pinto. Julga-se que os supostos bandidos terão sido mal instruídos pela DNIC, porque de acordo com a logica se eles levaram Jorge Valério para o local do crime num único carro, era suposto todos descreverem um único caminho e não dois como esta no processo.

 

De acordo com leituras, competentes, as referidas falhas tem exposto as autoridades (PGR e DNIC/SIC) e ao mesmo tempo tem dado razão a antigas suspeitas de que terão apresentado falsos bandidos para assumir a morte do universitário como forma de mostrar trabalho e celeridade dos processos.

 

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