NDjamena  - Titulares da pasta da Saúde de países lusófonos afirmaram hoje, quarta-feira, que vão envidar esforços adicionais para que África se livre da poliomielite até 2017, data avançada pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Fonte: Angop

Em declarações à Angop, os responsáveis afirmaram que os seus respectivos países estão em condições de ajudar o continente de se ver livre da pólio, desde que sejam reforçadas as medidas de prevenção, como o controlo das Paralisias Flácidas Agudas (PFAs), o reforço da vacinação de rotina e a vigilância epidemiológica.

Por exemplo, o director nacional da saúde de Cabo Verde, Tomás Valdez, disse que o seu país está a fazer os esforços adicionais para erradicar a poliomielite.

Acrescentou que os esforços estão dirigidos para a vigilância das formas das PFAs e todas condições patológicas que podem ser acompanhadas de Paralisias Flácidas Agudas.

Cabo Verde tem vindo a efectuar ao longo dos anos campanhas sincronizadas com os países da sub-região, abrangendo crianças dos zero aos cinco anos de idade.

O seu país, disse, não regista, há mais de 15 anos, casos da poliomielite e neste último semestre está a preparar-se para a substituição da vacina poliovalente para a bivalente e, a partir do próximo ano, vai introduzir a vacina injectável da pólio.

“Se olharmos para o continente no seu todo, os últimos esforços feitos na República dos Camarões e na Federativa da Nigéria, a África, com todas as dificuldades, mas quando está focada nas suas intervenções sobre um determinado problema de saúde, tem dado respostas positivas”, disse.

Para si, agora, é importante não baixar a guarda, mas continuar vigilantes para que a África não fique atrás deste processo.

Para o ministro da saúde de Moçambique, Mousinho Saide, o seu país não regista casos há mais de 10 anos, pois tem estado a implementar um sistema activo de vigilância epidemiológica, com vista a detectar casos eventuais de poliomielite.

“O nosso esquema de vigilância activa inclui a procura de casos de PFAs no seio da população e nós temos registado um caso por 100 mil habitantes, que é o standard esperado pela OMS”, frisou.

Pela avaliação que tem estado a fazer, Moçambique está num bom caminho para a erradicação desta doença, disse.

Acrescentou que o seu país tem também fortalecido os sistemas de saúde com a melhoria da capacidade de vacinação a nível de todo o país e com a cadeia de frio, que visa aumentar a capacidade de vacinação nas comunidades.

Moçambique também tem estado a formar pessoal e incrementado as actividades de semanas de vacinação através de brigadas móveis dado bons resultados, aumentando a cobertura de maneira substancial. A cobertura tem sido superior a 84 por cento.

Consta ainda do seu programa de acção a introdução da vacina injectável da pólio no dia 27 de Novembro, o que vai aumentar a imunidade, e este esforço de erradicação da doença vai melhorar substancialmente.

Para o ministro, estão criadas toda as condições para que o país não tenha novos casos, tenha elevadas coberturas de vacinação e que seja certificado que erradicou a poliomielite.

Sublinhou que, neste Comité foi actualizada informações sobre aqueles países que ainda tinham casos da pólio como a Nigéria que já não apresenta casos no último ano, o que é encorajador.

“Por isso, penso que o nosso continente está em condições de declarar a erradicação da pólio muito brevemente, porque já temos condições para garantir que o nosso continente esteja livre desta doença”, frisou.

Por seu turno, a ministra da saúde da Guiné Bissau, Cadi Seide, disse que o seu país, depois da adopção da iniciativa de erradicação da poliomielite, pela Assembleia das Nações Unidas, decidiu engajar-se e começar com jornadas de vacinação desde 1999 e uma vigilância das Paralisias Flácidas Aguda em 2000.

“A partir desta data, a Guiné Bissau tem desenhado estratégias para a erradicação da pólio, porque não se pode falar em diminuição, mas sim em erradicar mesmo”, disse.

A Guiné Bissau, desde esta data até agora, não registou nenhum caso de poliomielite, pois definiu a sua estratégia no domínio de imunização de rotina e jornadas nacionais de vacinação, bem como de vigilância das PFAs.

Para si, nos restantes países se houver vontade, disponibilidade de vacinas, engajamento político e se a população for educada e sensibilizada, poder-se-á erradicar definitivamente a pólio de África.

De recordar que o ministro angolano da saúde, José Van-Dúnem, sublinhou há dias a necessidade de os países vizinhos daqueles que já eliminaram a circulação do vírus da pólio reforçarem medidas para que não se tornem focos de reimportação da poliomielite.