Luanda – Ao abordar esse caso, sempre começo por dizer que é notável a igreja em África no período da colonização, deixou de ser um órgão espiritual para salvação das almas perdidas. Contrariando a sua vocação missionária, ela tornou-se num órgão político-económico, defendendo e sustentando todo um sistema ideológico e organizacional do mecanismo colonial.

Fonte: Club-k.net
Pelo chamamento ao nacionalismo e pelas perspectivas que traziam os movimentos proféticos-salvíficos de África, foram o cerne de todas as reivindicações políticas.

A xenofobia era comum a todos movimentos, motivos pelos quais desde suas nascenças se empenharam em reivindicações politicas e económicas. São eles a causa da consciência tribal para a consciência nacional.

É evidente que os motivos religiosos são preponderantes. Foi sincretismo da religião nativa e da religião cristã que preparou o advento destes movimentos Ora, era preciso um messias negro, porque este, sim, havia de defender os interesses exclusivos dos negros.

O primeiro movimento profético-salvífico, que surgiu no Congo ex-Belga, deve se ao Simão kimbangu. Kimbangismo foi um dos movimentos religiosos de maior extensão e repercussão em todo o Congo, incluindo o Congo português, no Norte de Angola.

Tinha o ferreto de ser o mais tipicamente africano e cunho de origem de um grande povo, o povo bacongo (era o estandarte dianteiro dos ataques aos europeus segundo as suas doutrinas).

O aparecimento do movimento religioso lançado por Simão Kimbangu, movimento sincrético negro, provocou naturalmente a cristalização, a volta dele, de uma infinidade de outras tendências reaccionárias à influência europeia.

A administração mais liberal consentiu em que os africanos se ligassem a associações políticas, é quando foi possível ao kimbanguismo expurga-se pouco a pouco, de tudo o que não fosse puramente religiosidade.

Com expansão das suas doutrinas anticoloniais ou contra presença dos brancos, foi possível alimentar indivíduos singulares e outros grupos minúsculos, que se desenvolveram em associações atingindo níveis de movimentos religiosos políticos e não só, que combateram a opressão colonial até a independência.

Simão Kimbangu foi perseguido, aprisionado, julgado e condenado pelas autoridades Belgas. A pena foi-lhe comutada pelo Rei Alberto Iº da Bélgica em desterro perpétuo no Catanga, em 1951 (Aqui temos o Kimbanguísmo tradicional e nacionalista).

Dianguenda Kuntima (último filho de Simão kimbangu 1918-1992) ascendeu o cargo de chefe espiritual depois da morte do pai em 1951. Sua Eminência Dianguenda kuntima Chefe Espiritual da igreja, com toda delicadeza, fez conhecer a igreja no norte de Angola entre 1960 e 1962.

Porém, Kimbangísmo espalhou os seus primeiros sinais à sociedade em 1959, ano em que as autoridades belgas deram aval de prática de qualquer religião. O kimbangísmo foi reconhecido e admitido no conselho ecuménico em 1969. Após o falecimento do Dianguenda Kuntima, Charles Kissoloquele 1914-1992 (o filho primogénito de kimbangu), é Chefe Espiritual da igreja.

Com a morte deste, assume o cargo de chefe espiritual da igreja a Sua Eminência Dialungana kiangani 1916-2001, o médio filho do fundador. Fim de semi-era religiosa porque preparavam a vida religiosa-negociante dos 26 filhos. Do que se vê hoje.

A PEGA DO ROSTO RELIGIOSO-NACIONALISTA, IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA

Após Dialungana Kiangani, no seio dos 26 netos do Simão Kimbangu, é eleito Simon K. Kiangani, filho do Dialungana Kiangani como Chefe Espiritual da igreja Kimbanguista universalmente, desde agosto de 2001 (começo da era Igreja-empresa e da gerência desordem).

Segundo a Trombeta (jornal da igreja Kimbanguista, que surgiu na visão de empreender uma nova dinâmica no tratamento e divulgação de informações de carácter religioso e social da igreja e não só) “edição mensal, Ano I nº Série Mensal, Junho 2004”, quanto a entrevista do reverendo José Gomes, este defendia a lógica de 26=1 como princípio padrão na condução dos seus ideais, o respeito estrito aos perceitos deixados por Simão Kimbangu e seus filhos porque se não respeitarem os mandamentos e a doutrina, perderemos a nossa identidade, disse.

“Existe um pacto familiar assinado pelos Papás (os 3 filhos do Simão Kimbangu), Segundo o qual, a liderança suprema da nossa igreja, não é designada pela igreja, nem se quer pela assembleia, provem da própria descendêcia da 1ª geração da família do Papá” assegurou.

Após a morte do Papá Dialungana Salomon, o emtão o último chefe Espiritual da descendência da 1ª geração de simão Kimbangu, a 2º Geração, apresenta ao mundo e a igreja uma nova liderança. Foi uma autêntica violação ao pacto, assegurou o reverendo. A segunda geração acima referenciada, são os 26 netos do Kimbangu que tinham que continuar com a liderança da igreja em todos países onde está presente, segundo o pacto feito pelos 3 filhos de Simão Kimbangu. É tradicional que se não é da descendência de Simão Kimbangu, não pode ser lider Espiritual Adjunto em qualquer País, nem principal da igreja.

Com o envio de Kissolokele Kiangani Paulo para Angola como Chefe Adjunto Espiritual, paralisa o Kimbanguismo em Angola, por motivos de excelente trabalho que este apresentava ao mundo e a igreja local.

Paulo (como lhe chamam os fiés), com uma visão cosme-científica-religiosa, os irmão estancados em Kamba emtram em contradição da sua missão realizadora, começa ser acusado de estar divorciado das suas atribuições, aliando se aos conhecimentos inconformados da descendência consanguínea directa de Simon Kimbangu, por assinar um outro pacto de desvio e instrumentalizar a igreja kimbangusta para fins económicos políticos e satânicos, violando a sagrada missão.

Na verdade o caso não é as acusações acima feitas mas sim, reside na interrupção feita nas receitas produzidas pela igreja kimbanguista angolana cuja destino na sua totalidade Nkamba, sem retorno para o benefício da igreja local. É de conhecimento de todos que a Igreja angolana foi o motor gerador das receitas que garantem a sobrevivência máxima do Kimbanguismo.

A igreja kimbanguista angolana, nunca teve projectos avantes no que concerne ao desenvolvimento como as outra igrejas sedeadas no país, mesmo com tanto dinheiro de ofertas direitas nos Domingos do Culto Geral e as ofertas indireitas materiais que em abundância dão os fiéis (Peixe Leite Dinheiros em divisa), que somente tem o término Nkamba, onde estão os netos do S. Kimbangu.

A igreja Kimbanguista angolana começou a ver luz do desenvolvimento, com a nomeação de Paulo (licenciado em Direito) como Chefe Adjunto Espiritual de Angola, com a contenção de bens que a igreja local não se servia para o seu desenvolvimento, tudo canalizando tudo para Nkamba.

Assim, começa a desenvolver novos projectos e recuperando outros em carteiras. É na era do Chefe Espiritual Paulo, que os fiéis da mesma começam a presenciar nos actos ecuménicos promovidos pela CICA e outras Conferências, se não viviam do tradicionalismo, obcecação religiosa e racismo: Dibundo-dia-Nkanda-Ndombe.

Só para isolar e afastar o Chefe Adjunto Espiritual de Angola Kissolokele Paulo Kiangani, Nkamba convocou uma Assembleia Extraordinária onde elaboraram um documento que viria desencadear o conflito divisionista, com 63 resoluções, que a seguir público algumas resoluções das suas contestações:

Ponto III: é assinalado, segundo as declarações do Chefe da Casa Familiar no dia 20 de Agosto de 2002 na aldeia Ngombe Kissuca e no dia 8 de outro de 2002 em Nkamba, diante da Assembleia Geral Extraordinária, que Paulo kissolokele não é filho biológico do papá kissolokele Lukelo Carlos.

Ponto IV: a sua conduta dissoluta e os seus propósitos mal-intencionados em lugares de culto e nos meios de comunicação (Rádio e Televisão Kintuadi), contraria a doutrina da igreja.

Ponto V: o seu comportamento grave nos assuntos administrativos e financeiros da igreja.

Ponto VI: a disfunção e a ineficácia da administração.

Ponto VII: o não respeito dos testos fundamentais da Igreja kimbanguista. Só para citar.

Com estes elementos divisionistas acima citados, a igreja kimbanguista a nível do mundo, ficou repartida de seguinte forma:

Igreja Kimbanguista 26=1 (os 26 netos do Simão Kimbango), tem a sede Universal em Ponta Negra uma das Provícias da República do Congo Brazaville, liderado por Paulo kissolokele. Sede Nacional em Angola Golfe 2 Município de Luanda Distrito Urbano do Kilamba-kiaxi.

A Igreja kimbanguista 3=1 (os 3 filhos de Simão kimbango), tem a Sede universal em Nkamba República Democrática do Congo RDC, liderado por Simão K. Kiangani. Sede nacional Bairro Calemba 2, Município de Luanda Distrito Urbano do Kilamba Kiaxi.

Com o começo da confusão desencadeada por fiéis da ala 3=1, Paulo é forçado a abandonar Angola, fixando se no Congo Brazaville onde instala a sede universal do Kimbangu 26=1.

Para os fiéis angolanos da linhagem 26=1 liderado por Chefe Espiritual Paulo, a saída reforçada do chefe foi lamentável pois apresentava um retrocesso, um prejuízo grande, porque quem conhece o valor do Papá Paulo é a igreja angolana. Ele estava a desenvolver um trabalho valioso, num período difícil. É a pessoa que conseguiu educar, ensinar, sensibilizar os cristãos, consolidar a fé dos cristãos, atender as necessidades espirituais, sociais e culturais das pessoas cristãs e não só.

Envolveu se igualmente, na implementação de projectos sociais como reabilitação de hospitais, centros médicos, policlínicas, construção de escolas e reabilitação do recinto da igreja. Concebeu também o projecto de construção da Universidade Simão Kimbangu. A quando da sua obrigação de abandonar Angola, a igreja parou com tudo e foi sabotada.

Num abrir e fechar do olho, Paulo de volta em Angola no ano em curso, com um gozo de meiga popularidade a nível do País, devido ao bom censo religioso sócio-cultural que possui o radicalista do 26=1.

As duas alas 26=1, 3=1, têm Angola com El-dourado ou o centro, fonte das receitas para enriquecerem as igrejas nos Congos, Brazavil e Democrático. Com todo respeito, temos a Igreja kimbanguista como tradicional e pioneiro num percurso sincrético nacionalista á nível da África.

Aqui, nos colocamos à nível de todos a fim de nos esclarecerem o verdadeiro papel da Igreja em geral, depois o da igreja kimbanguista tendo em conta o seu objecto social que é fazer o bem evitar o mal, e prestação do Culto aos Ser Supremo. Convido-vos a fazerem um juízo indutivo (Nacionalismo, Religião e Empresa), do seu comportamento actual.