Luanda - Os jornalistas que acompanham o julgamento dos 17 jovens foram nesta quarta-feira ameaçados de perderem os seus meios, caso tirassem imagens e ficaram proibidos de proceder a qualquer um outro registo audio-visual.

Fonte: RA/MISA-Angola

Apenas a TPA e TV Zimbo que estão autorizadas

Segundo relatos de testemunhas no local, foi no decurso da audiência ao activista Luaty Beirão, o sétimo a ser ouvido, onde tudo ocorreu. Alguns dos jornalistas quiseram captar imagens, quando foram impedidos por um agente da polícia que irrompeu para a sala onde se encontravam.

De acordo com a fonte que citamos, “somente duas emissoras, ambas de televisão, foram permitidas gravar imagens das sessões”, nomeadamente a TPA e TV Zimbo.

O RA cita o agente da polícia, cujo nome não identificou que avisou nos seguintes termos …“Quem for apanhado a filmar vai perder o seu aparelho” .

Desconhecem-se as razões da descriminação, que tem sido feita por órgãos.

Desde o início do julgamento que as forças de segurança se assenhoraram do controlo do espaço interno e externo do tribunal, instalaram equipamentos eletrónicos de interferência de comunicações , procedem a video vigilancias e impedem que os profissionais da imprensa realizem a cobertura em liberdade.

No início da semana, na segunda-feira, o jornalista Rafael Marques foi impedido de aceder a sala de julgamentos sob o pretexto de que o acesso era apenas reservado aos familiares dos réus ou ainda que, ele, repórter, não estava credenciado.

As mesmas forças que impediram o acesso dos membros do corpo diplomático interessados no julgamento.

Até agora foram ouvidos os activistas Manuel Baptista Chivonde Nito Alves, Hitler Jessia Chiconda “Samussuku”, Domingos da Cruz, Nuno Álvaro Dala, Afonso Matias “Mbanza Hamza” e Inocêncio de Brito.

Os 17 acusados (15 deles detidos há cinco meses) estão indiciados, entre outros crimes menores, pela co-autoria material de um crime de actos preparatórios para uma rebelião e para um atentado contra o presidente, no âmbito de um curso de formação semanal que decorria desde Maio deste ano.

São eles: Domingos da Cruz, Afonso Matias “Mbanza Hamza”, José Gomes Hata, Hitler Jessia Chiconda “Samussuku”, Luaty Beirão, Inocêncio Brito, Sedrick de Carvalho, Fernando Tomás Nicola, Nelson Dibango, Arante Kivuvu, Nuno Álvaro Dala, Benedito Jeremias, Osvaldo Caholo, Manuel Baptista Chivonde Nito Alves e Albano Evaristo Bingo.

A responder pelas mesmas acusações do grupo de 15 activistas encontram-se também, mas em liberdade, Laurinda Gouveia e Rosa Conde -, constituídas arguidas do mesmo processo a 31 de Agosto.