Ao

Mui Digno Director

do sítio de internet Club-K

 

L I S B O A

  

Excelentíssimo Senhor,

Melhores Cumprimentos

Publicou no pretérito fim de semana o site de internet que o Senhor dirige, o www.club-k.net, uma matéria relacionada com a Sociedade Mineira do CATOCA, a qual não corresponde, nem remotamente, à verdade, e, em nossa modesta opinião, está eivada de preconceitos xenófobos, além de ter unicamente visado manchar a reputação da direcção que actualmente administra a instituição, pois em circunstância alguma o jornalista que produziu o texto apócrifo intitulado «Russos “tomam” Catoca» se dignou contactar a nossa empresa para, como mandam os cânones do jornalismo, desde tempos imemoráveis, cruzar a informação que vos foi prestada seguramente por alguém que desconhece a realidade da empresa com o único propósito de prejudicá-la.

 

Por esta razão, solicitamos o correspondente Direito de Resposta, nos termos da Lei, lembrando que este texto deverá merecer o mesmo destaque que o que lhe deu origem.

 

Desde já, gostaríamos de acreditar que a matéria em apreço não foi uma “encomenda”. Por esta razão, seria de esperar que, pelos diversos meios de que dispomos, a vossa Redacção fosse encetar contacto connosco, de modo a apurar a verdade dos factos ou, ao menos, como aconselham as mais básicas regras de deontologia e ética profissionais, ouvir a nossa versão dos factos. Este elementar procedimento não foi observado, o que resultou num amontoado de informações deturpadas e prenhes de despropositados laivos xenófobos da mais baixa estirpe, que visam desacreditar não só o Director-Geral da Sociedade Mineira do Catoca, como a empresa ALROSA e em última instância a Rússia, País onde muitos quadros angolanos foram formados ao logo de mais de meio século, muito antes da Independência de Angola.

 

Em resposta ao texto apócrifo, poderíamos também enveredar pelo ataque gratuito e reles mas não o faremos pelas responsabilidades que temos enquanto ente de bem, ao contrário do autor das muitas linhas que deram origem a esta resposta. De resto, no texto em causa sobressai o ataque pessoal, a perfídia e a maledicência, razão por que sequer conseguimos destrinçar o género jornalístico, ou seja, não sabemos se é um artigo, reportagem ou notícia. Contudo e de forma pertinente, vamos apenas esclarecer o respeitoso público, já que insultos de tão baixo quilate não merecem respostas.

 

1 – Não corresponde, de modo algum, à verdade que a nova administração tenha contratado técnicos Russos para o CATOCA. Os cidadãos russos e os de outras nacionalidade que se encontram a trabalhar na empresa foram recrutados pela antiga administração.

 

Importa frisar que a actual Direcção da empresa, no quadro da redução de custos, está a fazer a triagem de todos os expatriados ( Russos, Brasileiros, etc.) recrutados pela antiga Direcção, no sentido de determinar os que passarão para o arranque do novo Projecto Luaxe, os que ficarão no Catoca e os técnicos expatriados que serão dispensados.

  

Com efeito, os cinco técnicos russos que chegaram a Angola trabalham num outro Kimberlito denominado Tchiuzo, dotado de diamantes industriais e que os accionistas pretendiam que o mesmo arrancasse no decorrer dos próximo dois anos; Devido a crise mundial que ditou a baixa do preço do quilate, o arranque do Tchiuzo ficou adiado por tratar-se de uma mina cujos diamantes são de muito baixo valor; Em virtude, pois, do adiamento da fase de execução prática do projecto Tchiuzo, cinco especialistas russos estão direccionados para o arranque do Projecto Luaxe, incluindo Serguei Poduzov mencionado no artigo.

 

2 – Por conseguinte, em relação à afirmação de que a SMC violou a Lei angolana, colocando técnicos russos a trabalhar sem os correspondentes vistos, obriga-nos a decência a afirmar que isto não corresponde à verdade.

 

A Direcção da SMC está em condições de afirmar peremptoriamente que não há casos de contratação de empreitadas por adjudicação directa. De resto, as empresas são contratadas por meio de concurso público.

 

3 – É importante também referir que a Direcção da empresa tem estado a renegociar os contratos com as empresas prestadoras de serviços, no âmbito da terceirização aprovada pela anterior Direcção, resultando estas renegociações em consideráveis reduções de custos.

 

4 – Relativamente ao custo unitário do tratamento da massa mineira referenciado no texto como tendo baixado, com o que também, supostamente, baixou o desempenho operacional, há aqui intenção clara de enganar os leitores. Isto porque a análise da performance é incorrecta, quer do ponto de vista do conceito como do ponto de vista do princípio. Passemos à explicação: não é correcto considerar um custo de tratamento de massa mineira, pois a mesma é composta por mineiro e estéril, sendo certo que só o mineiro é tratável;

 

Para avaliar o desempenho operacional, outros factores, para além do custo unitário, devem ser considerados, designadamente: o teor, o preço médio dos diamantes e o grau de recuperação, entre outros que determinam a exploração racional e sustentável da mina.

 

Logo, em termos ambientais não se coloca a questão de agressão. Isto porque esta componente de suma importância para o desenvolvimento de qualquer actividade exploratória que se pretenda sustentável, tem merecido rigoroso e constante monitoramento por parte da própria Direcção da SMC, através do seu Departamento de Sustentabilidade. Outrossim, há inspecções regulares da ENDIAMA e do Minstério do Ambiente, além do escrutínio periódico da entidade emissora do Certificado ISO 9001 de que a SMC é portadora.

 

Ademais, os sócios da SMC constituíram um grupo de trabalho que, tendo analisado as operações mineiras, elaborou uma série de recomendações, que são actualmente observadas em todo o processo de exploração da mina. Neste particular, há ainda a realçar o facto de que a SMC tem disponibilizado meios financeiros para incremento das acções de protecção do ambiente. Serve de exemplo a aquisição de instalações de tratamento de óleo usado, de pneus e de resíduos sólidos.

 

5 – Quanto ao Protocolo de Cooperação com o Governo da Província da Lunda Sul para a parceria estratégica, o texto revelou uma vez mais desconhecimento puro ou vontade clara de enganar os menos atentos. Na verdade, já foi negociado com o Governo local e está agora em fase de elaboração e aprimoramento do texto para a assinatura do mesmo pelas partes. Até ao momento, os resultados práticos da parceria com o Governo no âmbito do apoio social, através dos programas sociais correntes, como são os casos do PADES - Programa de Apoio ao Desenvolvimento Económico e Social; Merenda Escolar; Distribuição de Água; Construção de Escolas e Postos Médicos; e Apoio à escola Superior da Universidade Lueji a Nkondi, são positivos e encorajadores . Está igualmente em curso a materialização de um amplo programa de concessão de Bolsas de Estudo para cidadãos nacionais em especialidades importantes para a criação de capacidades técnicas e tecnológicas locais, bem como a parceria com outras Universidade no domínio da formação prática dos estudantes.

 

6 – A questionada aquisição de três camiões de marca Belaz persegue o fim único de um maior rendimento para a empresa. Isto porque estes camiões têm maior capacidade de carga (136 Toneladas), preço consideravelmente menor que o das marcas adquiridas pela anterior Direcção e actualmente existentes em Catoca e, fundamentalmente, baixos custos das peças de reposição, bem como das garantias de excelente manutenção, assegurada pela própria fábrica. Esta opção foi tomada em ordem a reduzir substancialmente os custos associados aos equipamentos, para além de conseguirmos o aumento do volume de transportação da massa mineira. Com efeito, a grande capacidade de carga desses camiões adapta-se às actuais condições da mina, já que Catoca está a ter uma profundidade cada vez maior. Numa só viagem, transporta-se mais quantidade de mineiro;

 

Em termos de engenharia é uma solução óptima, uma vez que ganhamos no mínimo três vezes: na manutenção fácil e barata; numa só viagem transportamos mais minério; e poupamos no consumo de combustível. Neste sentido, na relação custo-benefício, a compra de camiões da marca Belaz supera largamente qualquer outra opção de reforma capital das máquinas actuais.

 

Relativamente à aquisição da uma suposta plataforma a que se refere o texto, nada podemos esclarecer, uma vez que esta aquisição simplesmente nunca existiu, tratando-se seguramente de mais uma invenção, cujo objectivo é apenas denigrir a imagem da Direcção.

 

8 – Em jeito de remate, apraz-nos informar que a actual Direcção recebeu a missão de optimizar as operações do CATOCA, algo que está a ser feito de forma sustentável. Posto isto, concluimos que as acusações feitas contra o Director Geral e outros funcionários da empresa, sugerindo que se têm aproveitado dos recursos da empresa a seu favor, são completamente falsas. Por conseguinte, a Direcção Geral da Sociedade Mineira de CATOCA, Lda. reserva-se o direito de agir judicialmente contra todos os que mancham o seu bom nome, do Director Geral e do restantes membros da Direcção.

 

Luanda, 30 de Novembro de 2015-.

 

O Director Geral

 

Serguei Amelin