Benguela - Apresentação de vídeo como prova no processo dos jovens revolucionários, supostamente gravado por um agente da secreta angolana infiltrado, assustou à toa muito boa gente e levantou novamente a fragilidade e o desleixo colectivo das regras básicas de segurança, sobretudo no seio de pessoas conhecidas publicamente como “críticos incorrigíveis” do regime.

Fonte: Club-k.net

E, comummente em Angola ou no exterior esses opositores da “desgovernação”( nacionais ou estrangeiros) consideram o nosso país uma ditadura, “provam-no” com factos e assim granjeiam alguma “popularidade ou financiamento”.

É também paradoxal que os mesmos defensores da teoria da ditadura desconhecem ou não se preocupam com o mínimo de “informação ou contra informação”, dito de outro modo, banalizam técnicas básicas de “gestão de homens” e nem sequer querem saber da cultura de protecção.


É histórico e indesmentível que há actualmente no aparelho estatal e não só figuras que foram barbaramente perseguidas pela secreta colonial, pois este órgão tinha a “espinhosa e nobre” tarefa de perpetuar no poder o regime que vigorava na altura. Os métodos e as técnicas que usavam contra a luta armada produziram os seus efeitos “desejados”.


Os infiltrados da Polícia Internacional e Defesa do Estado (PIDE) quer angolanos recrutados quer português prestaram um “serviço exemplar” no interior dos movimentos de libertação, há nomes e pessoas bem identificadas que “constam nos registos” daquele órgão repreensivo e assassino.


Estes provocaram danos, convulsões, traições e até morte no seio dos nossos libertadores da Pátria, não obstante, a inteligência dos nossos pais em fugir e realizar formações politicas, militares e outras fora de Angola, principalmente nos países vizinhos a fim de escaparem da mão dura da secreta portuguesa.
Ora, por tudo isto e não só, é evidente que os governantes, políticos … da actualidade sabem de antemão que não se pode deixar qualquer grupo, organização, igreja, partido político… ao seu bel-prazer, sobretudo os homens e movimentos claramente anti-regime. Por isso, é dever do Estado garantir a segurança de todos nós, embora apareça como pretexto para fins eminentemente estranhos e ridículos.


É “infantilismo” que opositores acérrimos e assumidos do “estado das coisas” dizem de boca aberta que Angola é uma falsa democracia, mas eles não possuem cultura de "inteligência, espionagem e contra inteligência", ou seja não conseguem fazer um esforço elementar de bastidores em saber o mínimo das pessoas que supostamente partilham ideias e criam laços de confiança do nada. Há perguntas simples, quem é quem? De onde vem? Qual é o seu passado? Onde vive?


O recrutamento de infiltrados obedecem critérios rigorosos, algumas vezes, são profissionais no interior da secreta com conhecimentos e técnicas capazes de se adaptarem e se disfarçarem durante longos e infinitos anos de serviço útil, outras vezes, são indivíduos previamente estudados e selecionados para colaborarem e penetrarem em determinadas organizações, instituições, grupos … com o fim único de recolherem informações e fornecerem dados para que ninguém esteja fora do “controlo remoto”.

Na verdade o perfil do infiltrado e o local de “estudo e pesquisa” variam, muitas vezes, são procuradas pessoas que estão a passar momentos críticos ou vivem “situações comprometedoras” com a sociedade ou ainda precisam de alguma subsistência financeira trocam e aceitam inequivocamente realizar “labor especializado”, há até pessoas aparentemente desinteressadas na política, governação… ou então, críticos camuflados do regime que na verdade são autênticas toupeiras.

“A protecção de conhecimento e informação são bastante amplos, não é fácil de ser feita e as ameaças são muitas”. Foi dito por um especialista brasileiro em Inteligência.

É uma lição que os ditos activistas cívicos, os gestores públicos, líderes políticos e não só devem incutir-se pois, que a infiltração de agente da secreta ocorre em qualquer lugar e instituição, aliás ninguém está totalmente imune deste fenómeno.

Se Angola é uma ditadura como apregoam algumas vozes, logo na ditadura a Polícia secreta não dorme.

Domingos Chipilica Eduardo