Luanda - O corpo de advogados de defesa dos 17 activistas que estão ser julgados na 14ª Secção dos Crimes Comuns do Tribunal Provincial de Luanda, questionaram hoje as razões que levam a media pública a ter acesso aos vídeos tidos como elementos de prova do processo 15+2.

*Borralho Ndomba
Fonte: RA

"Estes vídeos foram montados"

“Como é que provas que estão nos autos que os advogados não tiveram acesso, e se vocês derem conta, o juiz quando chega e quando sai, leva consigo os processos para que os advogados não tenham acessos a eles, estão na imprensa pública? “, questionou o David Mendes, alegando que o tribunal está a ir buscar pressão sobre o caso por intermédio da TPA que, nesta quarta-feira, emitiu um programa de debate denominado “Toda a Verdade”, exibindo os vídeos que o Ministério Público alega serem as provas do crime de actos preparatórios de rebelião e atentado ao presidente José Eduardo dos Santos que os activistas são acusados.


“Quer dizer que a tal pressão que se disse que não se deve fazer, está a ir-se buscar a partir da imprensa pública, uma pressão externa, uma pressão à sociedade, para que a sociedade diga que houve tentativa de golpe de Estado, felizmente fizeram um grande trabalho para a defesa, porque ninguém acreditou neste espectáculo que montaram”, afirmou.


Ao falar no fim da audiência em que o arguido António Tomás foi interrogado, o advogado afirmou que as imagens que estão a ser exibidas foram editadas . David Mendes diz que o MP não conseguiu até ao momento provar o crime.


“Isso demonstra que tentaram com estes vídeos fabricados, e qualquer pessoa deu conta na TPA disso, estava muito nítido que estes vídeos foram montados. Como aqui não estão a conseguir passar como prova, tentaram levar como prova para a televisão, com vista a demonstrar à opinião pública que havia uma intenção de golpe. Só que o tiro saiu pela culatra. Ninguém acreditou naquilo porque ninguém faz um golpe de Estado com lenços brancos e flores”, reiterou.


Entre tanto, esta sexta-feira está reservado para os depoimentos do réu Osvaldo Caholo, que é militar da Força Aérea Angolana.