Lisboa – A Presidência da República (PR), através do seu Gabinete de Revitalização e Execução da Comunicação Institucional e Marketing da Administração «GRECIMA», escrutinou três juristas cuja missão, era produzir pareceres condenatórios e desfavores contra os 15 presos políticos, nos órgãos de comunicação social controlados pelo executivo do Presidente José Eduardo dos Santos (JES).

 Fonte: Club-k.net

Em meios com apurado conhecimento em matérias de jurisprudência, chegou a dizer-se que foi pela Primeira vez que o regime angolano usou os órgãos de comunicação (através das sessões de pareceres) para realizar julgamento na praça pública. No passado dia 10, a TPA realizou mesmo uma mesa redonda denominada “toda a verdade”, na qual vozes neutras reforçam a sua tese de que se tratou de um julgamento que o governo angolano realizou para condenar os “revús” na praça pública.

 

De entre os juristas escrutinados pelo GRECIMA estavam Pascoal Miguel, Juvenis Paulo e Julia Mota. Os três juristas tinha a obrigação de estar todos os dias no Tribunal provincial de Luanda para assistir todas as sessões de interrogatórios, aos presos políticos e no final das audiências darem os seus pareceres   aos órgãos de comunicação ao serviço do regime.

 

Missão de Julia Mota: Persuadir os réus ao erro e distorcer o conteúdo dos vídeos ilegais

 

A suposta Jurista Júlia Mota tinha a missão de fazer pronunciamentos persuadindo os presos políticos   a desobedecerem a estratégia dos seus advogados de defesa e ao mesmo tempo aconselhando-os a responder as perguntas da representante do Ministério Publico, em torno das provas ilegais (vídeos gravados sem autorização de um juiz ) que o juiz Januário Domingos exibia em Tribunal.

 

Na exibição de um dos vídeos, a suposta jurista que deveria ser neutra, disse a Angop (Agencia governamental) que o que continha na gravação   "é bastante claro naquilo que são os planos, objectivos ou pretensões deste grupo de jovens, uma vez que possuíam como ideias as manifestações em massa, no sentido de atrair as autoridades para um lado quando tinham outros planos, nomeadamente interferir em sectores chave da sociedade".

 

Júlia Mota, chegou a insinuar que os vídeos demonstram que os “revús” iriam usar armas de fogo para depor o regime do Presidente José Eduardo dos Santos.: "os mesmos aventavam a hipótese do uso de armas, o que a todos chama a atenção".

 

Missão de Juvenis Paulo: Propagar que o julgamento é justo e desacreditar os réus.

 

Por seu turno o jurista Juvenis Paulo tinha a missão de estar na TPA e TV Zimbo, emitindo pareceres no sentido de propagar que os órgãos judiciais do regime eram credíveis e que estavam a realizar um julgamento exemplar. Na TV Zimbo, Juvenis Paulo apareceu fazendo juízo dos vídeos ilegais apresentados em Tribunal. Numa das suas apresentações chegou a insinuar que o professor Domingos da Cruz iria receber 100 milhões de dólares do ocidente e que estava a viajar para Namíbia levantar os valores quando foi detido pela policia Nacional.

 

Apesar de não ser ainda do conhecimento público, quanto as autoridades terão pagos os três juristas para realizarem este trabalho, a aparição dos mesmos e seus respectivos comentários encomendados é visto como sinal claro do interesse do Gabinete Presidencial no julgamento dos presos políticos.