Luanda - Mais de mil e 900 trabalhadores dos Transportes Colectivos Urbanos de Luanda (TCUL) paralisaram os trabalhos desde sexta-feira, 18, como forma de protesto pelos nove meses de atraso salarial que registam.

Fonte: O País
Neste momento foi interrompido todo o tráfego urbano e está também paralisada a área comercial, mas Domingos Epalanga, da comissão sindical da empresa, lembrou que às 18 horas desta Segunda-Feira, dia 21, é o tempo limite para que a TCUL dê um parecer favorável à situação dos funcionários, sob pena de verem todos os trabalhos paralisados, incluindo os transportes interprovinciais.

Domingos Epalanga disse a O PAÍS que desde o início da greve parcial que a direcção da TCUL não dá sinal algum de diálogo, apesar das tentantivas feitas pelos sindicalistas para se encontrar uma solução viável. Segundo ele, muitos trabalhadores que vivem em casas arrendadas foram despejados pelos proprietários por não terem cumprido as cláusulas contratuais de pagamento das casas.

Há relatos de filhos de funcionários que foram expulsos das escolas (colégios), por terem contraído dívidas com as instituições há vários meses e outros que se viram forçados a ‘trancar’ o ano acadêmico nas faculdades por incapacidade financeira.

De acordo com a fonte deste jornal, nos últimos meses registou- se o agravamento do estado de saúde de muitos funcionários por falta de cuidados médicos e a perda do poder de compra dos fármacos, sendo que outros, na sua maioria senhores já com longa carreira, são vistos a lamentar nos cantos das bases de autocarros.

Domingos Epalanga disse que desde a fundação da empresa é a primeira vez que se regista uma crise desta natureza, causando uma desolação completa no seio dos funcionários.

Para dar seguimento ao funcionamento da empresa enquanto não se decreta a greve total, os trabalhadores optaram por manter em funcionamento as áreas com contratos ligados a TAAG, ao Ministério do Turismo, a área de técnica para manutenção dos meios em funcionamento, os serviços de limpeza, o refeitório e outros trabalhos básicos.

Os sindicalistas pretendem que a direcção da empresa resolva o problema imediatamente para que as famílias dos funcionários possam gozar com tranquilidade a quadra festiva.

Desde que se desencadeou a aludida greve ainda não se registou um pronunciamento público por parte da direcção da empresa sobre o assunto.