Luanda - A direcção da Rádio Nacional de Angola (RNA) voltou a criar a função de "oficial operativo", função que a empresa teve em épocas passadas, para assegurar o cumprimento e bom funcionamento da Empresa, durante e depois da quadra festiva. Para esta função, o Conselho de Administração da RNA indicou os directores de serviços e quadros seniores, que vão receber a quantia de Akz 15.000 (quinze mil kwanzas) para, durante um período de seis horas de tempo, assegurarem o normal funcionamento do órgão. Os trabalhadores, que auferem um salário baixo, como é do conhecimento publico, estão altamente descontentes com a criação de tal estímulo, uma vez que, os directores, já auferem um salário "bem gordo" recebem subsídio de disponibilidade e, conforme alegam os funcionários, não são os únicos que vão trabalhar no período em causa.

Fonte: Manuel das Neves

De acordo com alguns funcionários, isto é desumano e inaceitável, por serem todos trabalhadores. Até porque da mesma forma que se fez uma escala de piquete para os "oficiais operativos" também se fez para os funcionários durante a quadra festiva. Os funcionários defendem que, seria melhor dar à todos, ou, de preferência, não dar à ninguém, uma vez que, o executivo tem estado a falar em contenção de gastos nas empresas estatais, por causa da baixa do preço do petróleo. Então se eles, os "chefes", já ganharam subsídio de disponibilidade, qual a razão, ou motivo, da empresas criar esse "tal" subsídio? Quando o executivo apela à contenção de gastos, e o que mais sai nos pronunciamentos dos dirigentes é a famosa "crise financeira", que, por sinal, não mora na Rádio Nacional de Angola. Porque se a direcção da RNA está a dar este subsídio aos "chefes", uma vez que são eles os "oficiais operativos" é sinal que afinal existe disponibilidade financeira.

 

Diz-se pelos corredores da Estação Emissora Estatal, "de boca em boca", e porque onde há fumo há fogo, que os "chefes" estão a receber, "por trás", os bem conhecidos "envelopes" para fazerem os seus cabazes, uma vez que, a direcção da Empresa fez sair uma nota onde comunica que este ano de 2015 não haverá cabazes de natal para todos, contrariamente aos anos passados. Conforme relatos, de trabalhadores descontentes, são sempre os mesmos a serem beneficiados, os "chefes", desde a época Manuel, que recebem carros, casas, envelopes, salários gordos, viagens, mobiliário, e outras coisas. Mas, em contrapartida, os funcionários, que são a base do desempenho da Empresa, nem se quer são os últimos, porque nem esta posição "último" existe para eles.