Lisboa - O sistema financeiro angolano é o mais vulnerável em África, de acordo com um estudo da agência de notação financeira Moody's, numa análise à banca africana, prevendo uma Evolução Estável nos 32 países que avalia.

Fonte: Lusa

Moody's diz que banca de Angola é a mais vulnerável em África

Na análise que faz ao sistema financeiro de Angola, a Moody’s considera que o cenário em cinco das seis alíneas analisadas vai degradar-se em 2016: o ambiente das operações, o risco dos ativos, o lucro, o financiamento e a liquidez, e o apoio do Governo.

 

A única alínea que não deverá piorar no próximo ano é a que analisa o capital, que a Moody’s prevê que se mantenha estável em 2016.

 

“Os crescentes riscos de crédito vão ser equilibrados contra lucros resilientes, almofadas de capital sólidas e financiamento baseado nos depósitos”, escreve a agência de notação financeira no relatório ‘Banking – Africa 2016’.

 

“Os sistemas bancários mais vulneráveis são Angola, Nigéria e o Gana”, acrescenta o documento, onde se lê que, numa perspetiva global, “o abrandamento do crescimento económico, a depreciação da moeda e a saída de capitais – mais aguda nos bancos em países exportadores de matérias-primas; a gestão de risco e a capacidade de supervisão ainda em desenvolvimento; e a cobertura modesta das perdas num contexto de enquadramento legal fraco” são as principais razões para a subida dos riscos na qualidade dos ativos.

 

No relatório que elege Marrocos e o Egito como os países com o sistema financeiro mais resistente, os peritos da Moody’s afirmam esperar um aumento dos depósitos entre 10 a 12%, no geral, mas sublinham que “o crescimento do crédito na Nigéria e Angola vai desacelerar significativamente, para baixo do crescimento do Produto Interno Bruto”.

 

Em outubro, a Moody’s tinha afirmado esperar um crescimento de 4% este ano e uma aceleração para 4,7% em 2016: “Angola está a lidar com um choque petrolífero na sua economia dependente do petróleo”, dizem os analistas, notando que o país “está mais bem preparado do que estava em 2009, e as suas respostas políticas foram mais rápidas e abrangentes num esforço para prevenir as almofadas orçamentais de que dispõe e preveniu uma perda de competitividade”.

 

Ainda assim, “a posição externa deteriorou-se significativamente, e a posição fiscal e as perspetivas de crescimento pioraram a curto prazo”, disse a Moody’s em outubro.